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novo-rico
Crise corintiana ostenta a marca do desperdício
Lanterna do Brasileiro-06 torrou dinheiro em reservas de luxo, médicos para a mesma função e até encostou ônibus
Marcelinho e goleiro Herrera, que pouco foram a campo, são exemplos da gastança do atual campeão, que também terceirizou médico e veículo
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Por trás da lanterna do Corinthians no Brasileiro está
uma gastança desenfreada que
tem a sua parcela de culpa no
fiasco do atual campeão.
Como um novo-rico sem habilidade no trato com a conta
recheada, o clube esbanjou dinheiro para trazer reservas de
luxo, alguns que nunca tiveram
expectativa de ser titular.
O desperdício é notado até
nos deslocamentos do time.
Em meio à má fase, o ônibus
que ostenta o distintivo corintiano, de propriedade do clube,
deixou de ser usado. Para ir a
estádios e aeroportos, a equipe
fretou um veículo, sem nenhuma marca, que não chama a
atenção dos torcedores.
Segundo conselheiros, a medida é para despistar a torcida.
O clube nega. Diz que o seu ônibus está em manutenção.
O goleiro chileno Johnny
Herrera é um dos símbolos do
desperdício. Contratado por R$
3 milhões, ele sabia desde o início que teria poucas oportunidades para jogar, pois o clube já
contava com os argentinos Tevez, Sebá e Mascherano.
Herrera entrou em campo só
nove vezes, já que o clube pode
usar apenas três estrangeiros
ao mesmo tempo nos torneios
nacionais. "Tenho que esperar
um dos argentinos ser negociado", disse o atleta, recentemente, a uma rádio de seu país.
Um negócio de pai para filho
feito com Marcelinho também
ajudou a consumir o dinheiro
da MSI. Até dezembro de 2007,
ele terá recebido R$ 2 milhões
em salários, apesar de ter sido
contratado sabendo que dificilmente atuaria. Jogou quatro
vezes no Brasileiro, nenhuma
no Paulista e nem sequer foi
inscrito para a Libertadores.
Ele ainda se livrou de um
processo que já havia perdido
nas instâncias iniciais. Poderia
ser condenado a pagar R$ 8 milhões ao clube. Além disso, pode morar de graça até o fim de
2007 no imóvel avaliado em R$
1,5 milhão que entregará ao Corinthians como pagamento.
Esse foi um dos casos que aumentaram a briga entre a MSI,
contrária ao acordo, e o Corinthians, que defendeu o negócio
como uma parte da estratégia
para Luizão, defendido pela
mesma advogada, retirar a ação
movida contra os corintianos.
Na conversa que teve com a
Gaviões da Fiel, Geninho apontou os atritos entre MSI e Corinthians como um dos problemas que afundaram o time.
Porém reflexo mais maléfico
foi a contratação de vários jogadores para o meio-campo, que
gerou rivalidade e tensão.
Carlos Alberto, Ricardinho e
Roger disputam duas vagas.
Sempre um com salário de titular vai para o banco. Ao mesmo
tempo, a parceria não conseguiu um zagueiro de tal porte.
Atualmente, quem tem status de reserva é Roger. E ele vive de cara amarrada, como fazia antes Carlos Alberto. A situação deles pode melhorar se
Ricardinho concretizar o desejo de sair do clube. Ele receberá
até o fim de 2007 cerca de R$ 9
milhões. Se rescindir o contrato, terá de pagar multa de R$
4,5 milhões. Pela lei, o clube poderia obrigá-lo a dar R$ 450 milhões para trocar de equipe.
Outro que não tem do que se
queixar é o ex-técnico Ademar
Braga. Promovido do cargo de
auxiliar, ganhou salário de treinador do time principal. Comanda hoje a equipe B, com a
remuneração anterior.
A gastança chegou até o departamento médico. Joaquim
Grava fez acordo para retirar
ação milionária contra o Corinthians e virou o responsável pelas cirurgias. Mas, na hora de
operar Nilmar, foi trocado por
José Luiz Runco, pago à parte.
Colaborou MÁRCIO PINHO, da Reportagem Local
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