|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após baderna, Gre-Nal será na Justiça
Inter cobrará indenização do arqui-rival por danos causados por torcedores ao Beira-Rio no clássico de anteontem
Grêmio deve perder mando
de campo por até dez jogos,
mas os colorados, donos do
estádio, não devem sofrer
sanção na espera esportiva
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A confusão causada por torcedores gremistas no clássico
gaúcho gerou disputa entre as
diretorias do Internacional e
do Grêmio, que se estenderá às
Justiças desportiva e comum.
O principal motivo de discórdia são os danos provocados
pelos gremistas, que promoveram quebra-quebra e incêndios
no Beira-Rio. A diretoria do Internacional avalia o prejuízo
em R$ 167 mil, o que inclui banheiros, vidros e grades.
"Já tem uma ordem da presidência de cobrar esses valores
[do Grêmio]", destacou o vice-presidente Jurídico do Inter,
Luiz Antônio Lopes.
O estádio será reformado às
pressas para quinta-feira,
quando o time pega o Libertad,
pela Libertadores da América.
A diretoria gremista, no entanto, não aceita a cobrança.
"Não entendo que é legítima",
rechaçou o presidente do Conselho Diretor, Túlio Macedo.
Até para se livrar de responsabilidade, a diretoria do Grêmio recuou de sua posição do
fim da partida, quando tinha
minimizado os incidentes. Ontem, a cúpula gremista emitiu
nota oficial condenou e suspendeu três organizadas.
Mas, no texto, a diretoria gremista ressalva que o vandalismo cometido estava situado
"dentro de um contexto" e pode ser "explicado".
Isso porque gremistas acusam o Internacional de fechar o
acesso do vestiário à parte da
comissão técnica e botar banheiros químicos para seus torcedores. O fato revoltou a torcida e até dirigentes do Grêmio,
que chegaram a discutir com
cartolas rivais durante o jogo.
"Quando a torcida soube da
história dos vestiários pelo rádio, virou uma baderna", contou o presidente da organizada
Super-Raça Gremista, Giovanni Martins dos Santos, 26, cuja
torcida foi suspensa, falando
sobre o início dos incêndios de
banheiros químicos.
Na súmula do jogo, foi relatado o fechamento do acesso de
um camarote do Grêmio. Mas,
ontem, a diretoria do clube minimizava o fato. "Foram coisas
isoladas", disse Túlio Macedo.
Com isso, a tendência é que
só o Grêmio seja punido. Segundo o procurador da Justiça
Desportiva, Paulo Schmitt, será
enquadrado no artigo 213, pelo
qual pode sofrer multa de até
R$ 200 mil e dez jogos de perda
de mando de campo.
Na súmula, são relatadas
apenas as confusões na torcida
gremista, com incêndios que
paralisaram duas vezes o jogo.
Além disso, é descrito que torcedores jogaram pedras nos
bombeiros.
Colaborou JOSÉ EDUARDO RONDON, da Agência Folha
Texto Anterior: Soninha: "Ainda dá tempo?" Próximo Texto: Punições: Envolvidos são procurados Índice
|