São Paulo, terça-feira, 01 de agosto de 2006

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Após baderna, Gre-Nal será na Justiça

Inter cobrará indenização do arqui-rival por danos causados por torcedores ao Beira-Rio no clássico de anteontem

Grêmio deve perder mando de campo por até dez jogos, mas os colorados, donos do estádio, não devem sofrer sanção na espera esportiva


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A confusão causada por torcedores gremistas no clássico gaúcho gerou disputa entre as diretorias do Internacional e do Grêmio, que se estenderá às Justiças desportiva e comum.
O principal motivo de discórdia são os danos provocados pelos gremistas, que promoveram quebra-quebra e incêndios no Beira-Rio. A diretoria do Internacional avalia o prejuízo em R$ 167 mil, o que inclui banheiros, vidros e grades.
"Já tem uma ordem da presidência de cobrar esses valores [do Grêmio]", destacou o vice-presidente Jurídico do Inter, Luiz Antônio Lopes.
O estádio será reformado às pressas para quinta-feira, quando o time pega o Libertad, pela Libertadores da América. A diretoria gremista, no entanto, não aceita a cobrança.
"Não entendo que é legítima", rechaçou o presidente do Conselho Diretor, Túlio Macedo. Até para se livrar de responsabilidade, a diretoria do Grêmio recuou de sua posição do fim da partida, quando tinha minimizado os incidentes. Ontem, a cúpula gremista emitiu nota oficial condenou e suspendeu três organizadas.
Mas, no texto, a diretoria gremista ressalva que o vandalismo cometido estava situado "dentro de um contexto" e pode ser "explicado".
Isso porque gremistas acusam o Internacional de fechar o acesso do vestiário à parte da comissão técnica e botar banheiros químicos para seus torcedores. O fato revoltou a torcida e até dirigentes do Grêmio, que chegaram a discutir com cartolas rivais durante o jogo.
"Quando a torcida soube da história dos vestiários pelo rádio, virou uma baderna", contou o presidente da organizada Super-Raça Gremista, Giovanni Martins dos Santos, 26, cuja torcida foi suspensa, falando sobre o início dos incêndios de banheiros químicos.
Na súmula do jogo, foi relatado o fechamento do acesso de um camarote do Grêmio. Mas, ontem, a diretoria do clube minimizava o fato. "Foram coisas isoladas", disse Túlio Macedo.
Com isso, a tendência é que só o Grêmio seja punido. Segundo o procurador da Justiça Desportiva, Paulo Schmitt, será enquadrado no artigo 213, pelo qual pode sofrer multa de até R$ 200 mil e dez jogos de perda de mando de campo.
Na súmula, são relatadas apenas as confusões na torcida gremista, com incêndios que paralisaram duas vezes o jogo. Além disso, é descrito que torcedores jogaram pedras nos bombeiros.


Colaborou JOSÉ EDUARDO RONDON, da Agência Folha

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