São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

é hoje

Basquete joga contra década de fracassos

Seleção masculina encara Argentina tentando administrar brigas internas

Equipe, com desempenho irregular no Pré-Olímpico de Las Vegas e assolada por distúrbios internos, tenta ir à Olimpíada após 11 anos

Lucy Nicholson - 29.ago.07/Reuters
Scola e Splitter no 1º encontro entre os rivais no Pré-Olímpico


DENYSE GODOY
ENVIADA ESPECIAL A LAS VEGAS

Dividida e contra seu maior rival, a Argentina, a seleção brasileira tenta retornar hoje à Olimpíada. O time não disputa os Jogos desde Atlanta-96. Hoje, às 17h, enfrenta mais de uma década de frustrações em busca da classificação a Pequim-08.
Titubeante no Pré-Olímpico de Las Vegas, a seleção fez o necessário para evitar os astros dos EUA na semifinal e tentar uma disputa possível contra os argentinos -a competição conduz dois países à Olimpíada.
O Brasil chega às semifinais após obter a terceira posição na segunda fase. No torneio, a seleção somou cinco vitórias e três derrotas. Caiu diante de todos os semifinalistas -além da Argentina, EUA e Porto Rico duelam por uma vaga olímpica. A final será realizada amanhã.
Caso perca para os argentinos, restará ao time, reforçado por atletas da NBA, como Leandrinho e Nenê, jogar uma repescagem mundial, em julho, às vésperas da Olimpíada.
O percurso do Brasil parecia ser menos acidentado. Convencido por colegas, Nenê retornou à seleção após ausência de quatro anos por divergências com a confederação brasileira.
A equipe também deveria ter mais dois reforços da NBA, os pivôs Anderson Varejão e Baby. Porém atraso na renovação dos contratos com seus times os retiraram do elenco. Sem novo compromisso, não há como estabelecer o valor de seguro a ser pago pela confederação.
Mesmo sem eles, o Brasil chegou a Las Vegas badalado pelo tricampeonato do Pan, em julho, e pelo triunfo na Copa Tutto Marchand, em agosto. Nesse torneio, em San Juan, enfrentou Argentina, Canadá e Porto Rico, rivais diretos na disputa pela vaga em Pequim.
Em Las Vegas, porém, o time mostrou irregularidade. Cumpriu o esperado na fase inicial, ao vencer Canadá, Venezuela e Ilhas Virgens e cair diante dos EUA, que contam com estrelas da NBA, como Kobe Bryant.
Na fase seguinte, mostrou instabilidade e só garantiu a vaga na última rodada, anteontem, ao derrotar o Uruguai, seu maior "freguês" em seletivas olímpicas, por 96 a 62.
Após derrota para Porto Rico (97 a 75), o elenco mostrou ter problemas internos. O time se reuniu nos vestiários, sem a comissão técnica. "Discutimos os erros que cometemos. Juntamos todos e falamos um na cara do outro o que precisamos", contou o pivô Tiago Splitter.
Dividido ou não, o elenco teve sua blindagem perfurada por Marquinhos. O ala, cortado devido a lesão na mão esquerda, criticou duramente o técnico Lula. "Os treinos são muito fracos. O time não tem tática, jogadas de ataque bem-feitas. Ele erra na rotação. Tudo isso qualquer um vê", afirmou o jogador, em entrevista ao "Lance!".
O clima no treino da equipe realizado ontem à tarde no ginásio Thomas & Mack Center era de tensão. Os jornalistas foram impedidos, pela comissão técnica, de acompanhá-lo.
Na saída, nem os jogadores nem o treinador disseram palavra -eles apenas se encaminharam ao ônibus que os conduziria de volta ao hotel, ignorando os repórteres. A assessoria de imprensa da seleção avisou que ninguém daria declaração antes do jogo de hoje.

Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Arqui-rivais, Argentina e Brasil expõem contraste
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.