São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Arqui-rivais, Argentina e Brasil expõem contraste

Enquanto seleção coleciona fiascos, oponente ostenta ouro olímpico em Atenas

Desfalcados, argentinos mostram jogo coletivo mais sólido e desempenho melhor nos fundamentos durante o Pré-Olímpico

DA ENVIADA A LAS VEGAS

No mesmo período em que amargou sucessão de fiascos, a seleção masculina de basquete viu a Argentina, seu adversário de hoje pela vaga olímpica, ascender internacionalmente.
As duas equipes se enfrentam pelas semifinais do Pré-Olímpico de Las Vegas. Quem vencer, assegura classificação nos Jogos de Pequim-08.
Nos 11 anos em que o Brasil esteve fora da Olimpíada, os argentinos conquistaram a prata no Mundial de Indianápolis-02, e o ouro na Olimpíada de Atenas-04. No Mundial do Japão-06, ficaram em quarto.
No entanto, a Argentina que hoje enfrenta a seleção brasileira está bem desfalcada em relação à equipe campeã olímpica. Um time inteiro ficou fora do classificatório das Américas.
Pepe Sánchez, Ginóbili, Oberto, Nocioni e Wolkowyski, por motivos diversos, desfalcam a Argentina no Pré-Olímpico. Sem eles, o técnico Sergio Hernández baseou o jogo no tripé formado pelos armadores Pablo Prigioni e Carlos Delfino e pelo pivô Luis Scola.
A estratégia deu resultado, e a Argentina derrotou a seleção brasileira em torneio preparatório em Porto Rico (75 a 67) e na segunda fase da competição em Las Vegas (86 a 79).
Mesmo assim, os argentinos jogam o favoritismo do confronto para o lado do Brasil.
"Eles estão com seus principais jogadores. Além disso, o Brasil é uma equipe que temos que respeitar", disse Delfino, que atua na NBA pelo Toronto.
O Brasil tenta superar sua irregularidade em quadra. A equipe mostrou excessiva dependência no ataque dos arremessos de Leandrinho, do Phoenix, seu principal jogador.
O armador, que foi eleito o melhor reserva da última temporada da NBA, é o cestinha do Pré-Olímpico, com média de 23,5 pontos por partida.
Em linhas gerais, a Argentina apresentou jogo coletivo mais consistente e superioridade nas estatísticas. O adversário de hoje ostenta o segundo melhor ataque (91,9 pontos por jogo), atrás somente dos EUA, favoritos ao título da competição.
Nos rebotes, o time argentino também aparece como o segundo melhor do torneio (38,5 bolas recuperadas no garrafão por jogo), atrás do Canadá, equipe já eliminada da disputa.
E, em um fundamento que tem sido o calcanhar-de-aquiles do Brasil, os lances livres, os argentinos ostentam o melhor aproveitamento do classificatório olímpico: 75,9%. A seleção do técnico Lula é só a sexta, com acerto de 69,4%.
Além de não ter ratificado o favoritismo em Las Vegas, o Brasil tem mostrado divisões internas. Segundo o ala Marquinhos, que está em São Paulo após se desligar do time por causa de lesão na mão, o elenco está fechado em busca da vaga olímpica, mas não confia no técnico. O jogador do New Orleans também questionou seu pouco aproveitamento.
"Fui bem no Pan e na Copa Tutto Marchand [torneio preparatório]. Mas entrava só três minutos no Pré-Olímpico", disse à ESPN Brasil. (DENYSE GODOY)

NA TV - Brasil x Argentina Bandsports, ESPN Brasil, Sportv e TV Esporte Interativo, às 17h

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