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Volantes aposentam "brucutus" no Palmeiras
Francis e Wendel, revelados pelas categorias de base do clube, quebram tradição de pegada no meio e levam mais técnica ao setor
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A dupla de meio-de-campo
mais famosa e festejada do Palmeiras é Dudu e Ademir da
Guia. Clássica, símbolo de uma
era gloriosa, a da "Academia".
Hoje, uma outra dupla, ainda
que menos importante e com
muito menos técnica e habilidade, tenta deixar sua marca.
Francis e Wendel, o par de
volantes que ostentam a condição de titulares no time, são
responsáveis pela quebra de
uma "tradição" de pelo menos
uma década e meia.
Criados nas categorias de base do Palmeiras, eles não fazem
o estilo "brucutu", tão identificado com a posição em que
atuam. Por terem, além de poder de marcação e colocação
defensiva, habilidade para conduzir a bola, ambos são as válvulas de escape do time quando
o adversário fecha a transição
da defesa para o ataque pelos
lados do campo.
Tanto Wendel como Francis
também costumam aparecer
mais à frente quando o Palmeiras está atacando para tentar
auxiliar os armadores.
A dupla alviverde já acumula
números dignos de comparação com um par de volantes
bem mais badalado, formado
por Josué e Mineiro. No Nacional, o desempenho conjunto de
Francis e Wendel é semelhante
ao dos são-paulinos, tidos por
muito como os melhores volantes em atividade no país.
Em um fundamento crucial
para jogadores do meio-de-campo, o passe, o aproveitamento da dupla palmeirense é
semelhante ao dos tricolores.
No Brasileiro, Francis e
Wendel acertam 87,1% dos passes que tentam. O índice de Mineiro/Josué é de 89,6%.
E até já existem alguns fundamentos em que os volantes
do Palmeiras são superiores à
exemplar dupla do time rival.
Eles têm melhor média por jogo nos desarmes (15,5 contra
14,3), faltas cometidas (2 a 2,7)
e cruzamentos (2,2 a 0,8).
Mas, apesar disso, a ascensão
dos volantes até o time principal não foi imediata. Crias do time B do clube, ambos passaram
dos 20 anos há algum tempo.
Wendel, prestes a completar
25 anos, foi levado ao time na
primeira passagem interina de
Marcelo Vilar como técnico.
Desde então, ele virou o responsável por liberar Paulo
Baier da marcação, cobrindo as
subidas do ofensivo ala.
Já Francis tem uma história
ainda mais longa no clube, onde chegou em 1998. Ele teve algumas chances com outros técnicos para fazer parte do elenco
principal, mas apenas com Tite,
e aos 24 anos, é que ele se firmou enfim como titular.
A história do Palmeiras nos
anos 90 e 2000 têm como personagens alguns volantes brucutus, como Amaral. O jogador,
que esteve no Parque Antarctica de 1993 a 1997, é lembrado
por sua fama de "carrapato" de
seus alvos de marcação, além
de ter se notabilizado por marcar apenas um gol em 244 jogos
com a camisa do Palmeiras.
Porém ninguém simboliza
mais a classe dos "pegadores"
palmeirenses do que Galeano.
Surgido nas categorias de base
do clube, o volante foi alçado ao
time principal aos 17 anos, em
1989, e atuou em 474 partidas
até deixar o clube, em 2002.
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