São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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TOSTÃO

Notas e divagações

Sem ser colunista político, hoje, dia de eleições e quando me despeço para as férias, é difícil saber o que escrever

ESTOU DIANTE do papel, com a caneta na mão, sem saber o que escrevo. Falta um assunto que me agrade e também aos leitores. Esse branco deve ter a ver com a eleição de hoje e com as minhas férias. A coluna voltará a ser publicada no dia 29 de outubro.
Poderia falar das eleições, mas não sou colunista político nem vou fazer boca-de-urna dos meus candidatos. Mas incomoda-me saber que muitas pessoas estão mais indignadas com o vídeo sensual de uma celebridade com seu namorado na praia do que com a endêmica corrupção brasileira.
Qualquer cidadão, famoso ou não, tem o direito de dizer o seu voto e/ou apoiar seu candidato. Mas queria saber qual é o motivo, a proximidade do gaúcho Dunga para com o mineiro Aécio Neves, que justifique a ida do treinador da seleção brasileiro a Belo Horizonte para participar de uma pelada com artistas e ex-atletas em apoio à reeleição do governador.
Certamente, a razão não é um apoio ideológico, sentimento em desuso neste mundo globalizado, em que predomina a troca de favores. Poderia escrever sobre a Copa Sul-Americana, mas ela está muito desvalorizada.
No empate por 0 a 0 contra o Lanús, o Corinthians atuou novamente somente pelo centro, com os meias Carlos Alberto e Roger. Leão não fez nada para corrigir essa deficiência. Só reclamou. Após a partida, o técnico pôs a culpa na falta de talento individual pelos poucos gols do time, mesmo sabendo que nenhuma equipe brasileira tem hoje três bons jogadores do meio para a frente como Amoroso, Carlos Alberto e Roger.
Não é hora de pararmos de afirmar que Leão, bom treinador, está entre os três melhores técnicos brasileiros?
Enquanto isso, o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, o vice Nesi Curi e o empresário Renato Duprat, que está em todas, completaram um mês em Londres. Nunca vi no futebol uma parceria tão enrolada como essa do Corinthians com a MSI.
O sonho de Vanderlei Luxemburgo de ser desclassificado da Copa Sul-Americana está perto de ser realizado com a derrota por 3 a 0 para o San Lorenzo.
Somente o Atlético-PR venceu um time argentino, por 1 a 0, contra os reservas do River Plate. Até os times argentinos, que adoram uma Copa, desprezam a Sul-Americana.
As únicas soluções para a Copa Sul-Americana são explodi-la ou ser disputada na mesma época da Libertadores sem permitir que uma equipe jogue as duas competições como na Europa e/ou premiar o campeão da Sul-Americana com uma vaga na Libertadores.
Poderia falar sobre o Campeonato Brasileiro, mas escrevi essa coluna antes das partidas de ontem. São Paulo e Internacional que eram, com folga, os melhores times do Brasil, caíram de produção e estão no nível de vários outros. Agora, o torneio ficou realmente nivelado por baixo. Se os principais times da segunda divisão disputassem hoje a primeira, eles fariam boas campanhas? Parece que sim.
Poderia escrever sobre a Copa dos Campeões da Europa, onde estão os melhores jogadores do mundo, mas deixo isso para o especialista Rodrigo Bueno. Barcelona e Ronaldinho tiveram razoáveis atuações no empate contra o Werder Bremen, por 1 a 1. O atacante camaronês Samuel Eto'o, contundido, ficará cinco meses sem jogar e fará muita falta ao Barcelona. A única solução para substituí-lo é contratar Obina.
Acabou o espaço, e eu ainda não encontrei um bom, único e interessante assunto para escrever. O jeito é publicar essas notas e divagações. Até o dia 29.


tostao.folha@uol.com.br

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