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FUTEBOL
Clube informa que, na volta de treinos, atletas e comissão técnica "poderão dar entrevistas" sobre a morte de Serginho
São Caetano quebra hoje silêncio velado
KLEBER TOMAZ
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje, pela primeira vez desde a
morte em campo do zagueiro Serginho, jogadores e comissão técnica do São Caetano se reúnem
para treinar e para voltar a falar.
A equipe do ABC faz no Anacleto Campanella sua reapresentação depois de cinco dias de inatividade por conta do ocorrido na
última quarta-feira no Morumbi.
Segundo o clube, o treino, marcado para as 9h30, será "normal".
"Todos os que quiserem poderão
dar entrevistas depois", disse o assessor Olivério Júnior.
"Todo mundo volta a trabalhar", respondeu ele, ao ser questionado se até o médico Paulo
Forte, que desde quarta-feira não
é localizado, se reapresentará.
Porém o assunto Serginho não
deverá ser livre. Desde a semana
passada, jogadores e integrantes
da comissão técnica do São Caetano têm se recusado a abordar
quaisquer temas a respeito da
doença do zagueiro.
Apenas a família do jogador,
durante o enterro em Coronel Fabriciano (MG), e o presidente do
clube do ABC, Nairo Ferreira de
Souza, falaram sobre o assunto.
A presença mais aguardada é a
de Paulo Forte, que prestou os
primeiros socorros ao jogador.
Segundo a filha dele, Marina, o
médico só quebrará o silêncio
após ser liberado pelos dirigentes
do clube do ABC. "Meu pai não
vai falar agora. Tem um dia certo
para ele falar. O pessoal do São
Caetano é quem sabe", declarou.
O médico do clube do ABC estaria em sua casa, em São Caetano
do Sul, ainda se reestabelecendo
do choque sofrido com a tragédia.
Segundo o meia-atacante Marcinho, que esteve no sepultamento do companheiro, foi feito um
pacto entre os atletas para que
não comentassem a tragédia.
"Eu não vou falar nada do Serginho. Na verdade, nós [jogadores]
não vamos falar nada. Depois que
ele [Serginho] esteve no hospital,
nos reunimos numa sala e decidimos não falar mais nada sobre isso. É por tempo indeterminado."
A Folha apurou que partiu da
diretoria do São Caetano uma determinação para que jogadores e
membros da comissão técnica se
calassem, a fim de evitar que fossem levantadas novas polêmicas.
As principais questões a respeito da morte de Serginho e do prévio conhecimento da doença cardíaca do atleta pelo São Caetano
foram levantadas ainda dentro do
campo do Morumbi, pouco depois da parada cardiorrespiratória do zagueiro, pelos próprios
companheiros de clube.
O volante são-paulino César
Sampaio, que contara à imprensa
que havia um termo de responsabilidade assinado por Serginho,
disse que ouviu falar desse documento em conversas com o atacante Euller, o goleiro Silvio Luiz e
o volante Mineiro.
O goleiro do São Caetano também havia sido o primeiro a revelar que Serginho sofria de uma
doença cardíaca.
Na quarta-feira, o São Caetano
volta a campo para jogar os 31 minutos restantes da partida contra
o São Paulo, até então sem gols.
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