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Palmeiras exibe suas gerações hoje contra arquirrival
Quatro jogadores escalados por Muricy para começar o
jogo com o Corinthians são oriundos das categorias de base
Dirigentes investem pesado
na formação de garotos, que
têm à disposição estafe de
time profissional e já vêm
dando resultados em campo
DA REPORTAGEM LOCAL
Marcos, 36, e Giovanni, 16,
são goleiros do Palmeiras. Um
jogará hoje mais um clássico
contra o Corinthians. O outro
ainda sonha com seu debute.
Ambos são apostas feitas pelo
clube em diferentes épocas.
Fato cada vez mais raro, o
Palmeiras exibirá em Presidente Prudente outras três pratas
da casa, além de seu capitão.
São elas o centroavante Vagner Love, sua última revelação
de impacto, o zagueiro Maurício Santos e o volante Souza,
ainda em início de carreira.
Colados na TV na hora do
clássico, o meia-atacante Patrick, o centroavante Miguel e o
volante Paulinho, por ora apenas promessas na puberdade,
aguardam suas chances.
"Cobro muito deles, de galgarem perspectivas de lá na frente vestir a camisa do Palmeiras", afirma Rodnei Alexandre,
treinador da categoria sub-17
do Parque Antarctica.
A equipe, que ontem definiria sua passagem para as quartas de final do Campeonato
Paulista, é observada com expectativa pelos dirigentes.
No último final de semana, o
presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, foi ao Parque
Antarctica acompanhar de perto a partida dos garotos.
"Gostaria de terminar meu
mandato com o CT de São Roque terminado", afirma o cartola, referindo-se ao projeto do
novo local de treinamentos da
base, no interior do Estado. Hoje, as atividades concentram-se
no CT 2, em Guarulhos.
O investimento nas categorias de base tem sido pesado.
Até agosto deste ano, o Palmeiras desembolsou cerca de
R$ 2,5 milhões no departamento de futebol amador, quase o
dobro do que o clube utilizou
em todo o ano passado.
"A gente vem trabalhando
com um pessoal mais capacitado. Contamos, por exemplo,
com cinco médicos que somente atendem à base", informa o
diretor Ademir Prevelato, que
ocupa o cargo desde 2006.
Atrás do Parque Antarctica,
na rua Padre Antônio Tomás, o
clube mantém um restaurante
com serviço terceirizado e alojamentos que abrigam aproximadamente 80 jogadores.
Fora o estafe similar ao de times profissionais -formado
por fisiologista, psicólogo e nutricionista-, os jovens jogadores do Palmeiras contam ainda
com o acompanhamento de
uma assistente social.
"O investimento não é só no
atleta, mas no cidadão. Temos
parcerias com escolas públicas
e particulares e os levamos a
museus, teatros", enumera
Thais Savoy, que faz entrevistas com eles e seus familiares.
Os atletas menores de idade
são obrigados a estudar.
"A gente não quer o melhor
aluno, mas que ele tenha um
desempenho satisfatório", afirma a profissional do Palmeiras.
São cerca de 180 atletas ao todo separados em seis divisões:
sub-11, sub-13, sub-15, sub-17,
sub-20, além do Palmeiras B,
que disputa a Série A-3 do Estadual. De lá é que saiu, por exemplo, o lateral-direito Wendel.
Muitos jogadores já chegam
ao clube para realizar testes por
meio de empresários. Por isso
se tornaram comuns casos como o do volante Souza, que
atuou em outros lugares antes
de ser "revelado" no Palmeiras.
"É difícil pegar um menino
com 12 anos que já não tenha
passado por outros clubes", admite Ademir Prevelato.
Os resultados têm aparecido.
Exceção feita à categoria sub-13, que não se classificou para a
semifinal do Estadual, todas as
demais continuam no páreo.
"Teria vingado mais gente da
minha época se tivesse essa estrutura antes", crê o goleiro
Bruno, reserva de Marcos, há
12 anos no clube.0
(RENAN CACIOLI)
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