São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Palmeiras exibe suas gerações hoje contra arquirrival

Quatro jogadores escalados por Muricy para começar o jogo com o Corinthians são oriundos das categorias de base

Dirigentes investem pesado na formação de garotos, que têm à disposição estafe de time profissional e já vêm dando resultados em campo

DA REPORTAGEM LOCAL

Marcos, 36, e Giovanni, 16, são goleiros do Palmeiras. Um jogará hoje mais um clássico contra o Corinthians. O outro ainda sonha com seu debute. Ambos são apostas feitas pelo clube em diferentes épocas.
Fato cada vez mais raro, o Palmeiras exibirá em Presidente Prudente outras três pratas da casa, além de seu capitão.
São elas o centroavante Vagner Love, sua última revelação de impacto, o zagueiro Maurício Santos e o volante Souza, ainda em início de carreira.
Colados na TV na hora do clássico, o meia-atacante Patrick, o centroavante Miguel e o volante Paulinho, por ora apenas promessas na puberdade, aguardam suas chances.
"Cobro muito deles, de galgarem perspectivas de lá na frente vestir a camisa do Palmeiras", afirma Rodnei Alexandre, treinador da categoria sub-17 do Parque Antarctica.
A equipe, que ontem definiria sua passagem para as quartas de final do Campeonato Paulista, é observada com expectativa pelos dirigentes.
No último final de semana, o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, foi ao Parque Antarctica acompanhar de perto a partida dos garotos.
"Gostaria de terminar meu mandato com o CT de São Roque terminado", afirma o cartola, referindo-se ao projeto do novo local de treinamentos da base, no interior do Estado. Hoje, as atividades concentram-se no CT 2, em Guarulhos.
O investimento nas categorias de base tem sido pesado.
Até agosto deste ano, o Palmeiras desembolsou cerca de R$ 2,5 milhões no departamento de futebol amador, quase o dobro do que o clube utilizou em todo o ano passado.
"A gente vem trabalhando com um pessoal mais capacitado. Contamos, por exemplo, com cinco médicos que somente atendem à base", informa o diretor Ademir Prevelato, que ocupa o cargo desde 2006.
Atrás do Parque Antarctica, na rua Padre Antônio Tomás, o clube mantém um restaurante com serviço terceirizado e alojamentos que abrigam aproximadamente 80 jogadores.
Fora o estafe similar ao de times profissionais -formado por fisiologista, psicólogo e nutricionista-, os jovens jogadores do Palmeiras contam ainda com o acompanhamento de uma assistente social.
"O investimento não é só no atleta, mas no cidadão. Temos parcerias com escolas públicas e particulares e os levamos a museus, teatros", enumera Thais Savoy, que faz entrevistas com eles e seus familiares.
Os atletas menores de idade são obrigados a estudar.
"A gente não quer o melhor aluno, mas que ele tenha um desempenho satisfatório", afirma a profissional do Palmeiras.
São cerca de 180 atletas ao todo separados em seis divisões: sub-11, sub-13, sub-15, sub-17, sub-20, além do Palmeiras B, que disputa a Série A-3 do Estadual. De lá é que saiu, por exemplo, o lateral-direito Wendel.
Muitos jogadores já chegam ao clube para realizar testes por meio de empresários. Por isso se tornaram comuns casos como o do volante Souza, que atuou em outros lugares antes de ser "revelado" no Palmeiras.
"É difícil pegar um menino com 12 anos que já não tenha passado por outros clubes", admite Ademir Prevelato.
Os resultados têm aparecido. Exceção feita à categoria sub-13, que não se classificou para a semifinal do Estadual, todas as demais continuam no páreo.
"Teria vingado mais gente da minha época se tivesse essa estrutura antes", crê o goleiro Bruno, reserva de Marcos, há 12 anos no clube.0 (RENAN CACIOLI)


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