São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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Hábil, líbero Escadinha é o "2º levantador"

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele é o único que não tem reservas, virou termômetro do time e agora invadiu a seara dos companheiros.
Graças a um talento raro nos líberos, responsáveis por defesa e recepção, Escadinha se tornou o "segundo levantador" do time no Mundial. A função não foi imposta, nem ele roubará a vaga de Ricardinho ou Marcelinho. Mas, naturalmente, tem assumido as ações quando o levantador não pode. E não decepciona.
Contra a Itália, melhor partida do Brasil, por exemplo, levantou até de costas e ganhou elogios de Giba.
"Ele levanta muito bem, tem habilidade para o toque", afirma o assistente técnico Ricardo Tabach. "Além disso, é muito rápido, percebe o que acontece do outro lado da quadra."
Na seleção, Escadinha, 31, vive situação particular. Como qualquer jogador pode ser improvisado como líbero, ele não tem um reserva.
Mesmo assim, garante que se empenha tanto quanto os outros. "Se não fizer meu máximo vou ser substituído. Sempre acho motivação para jogar porque eu preciso do vôlei para alimentar minha família", diz Escadinha.
A declaração pragmática, sem os "floreios" que acompanham os discursos dos atletas sobre a importância do esporte, vem da criação em uma vida diferente da maioria de seus colegas. Escadinha cresceu na periferia de São Paulo, em Pirituba.
"Levo os ensinamentos desses anos em Pirituba, em que convivo com pessoas que acordam de manhã para trabalhar e ganhar um salário mínimo. Trabalham contentes e voltam para casa."
Com a mesma simplicidade ele encara a ida para a Itália. Não vê glamour em viver em Piacenza, onde joga. "É muito frio. Minha família vai no fim do ano. Chega na neve e vai embora na neve. Vou porque sou "obrigado'".
A única coisa que o deslumbra é a comida. "Sempre volto com quilinhos a mais."


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