São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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corda bamba

Seleção joga para não viver pesadelo

Revés na semifinal do Mundial de vôlei fará time de Bernardinho lembrar única vez em que ficou fora do jogo pelo ouro

Vitória diante de Sérvia e Montenegro fará equipe renovada atingir objetivo mínimo no Japão e mostrar que superou rusga no elenco

DA REPORTAGEM LOCAL

A diferença entre o céu e o inferno é apenas uma partida.
Soberana nos últimos seis anos, a seleção masculina de vôlei tenta amanhã ir a mais uma final sob o comando de Bernardinho -em 17 torneios, só não disputou o ouro dos Jogos Pan-Americanos de 2003.
Se vencer Sérvia e Montenegro, à 1h30, mantém a sina de decisões com o treinador, mostra que superou a discussão de anteontem entre seus titulares e dá a uma renovada equipe a chance de obter seu o primeiro título importante. Uma derrota, no entanto, põe os brasileiros em situação desconfortável.
O Mundial do Japão é o primeiro grande teste do time após os Jogos de Atenas-2004. Desde lá, peças foram mudadas, e a seleção acumulou mais dois troféus da Liga Mundial.
Foi também um torneio de altos e baixos, em que o Brasil superou contusões de titulares e beirou a perfeição em vários momentos mas também se apresentou mal, até com exasperadas discussões, em outros.
Antes mesmo de o Mundial começar, os jogadores já davam sinais do resultado mínimo que esperavam conseguir.
"Temos de trabalhar mais que todos, saber que demos o nosso melhor. Isso é o mais importante. Mas, se não chegarmos à final, será muito ruim", afirmou o capitão Ricardinho.
Desde 2001, a seleção só encarou os dois extremos em 2003. Naquele ano, uma vitória por 3 a 2 sobre a mesma Sérvia e Montenegro deu à seleção o segundo título da Liga Mundial. Os jogadores, que ainda não haviam sido campeões olímpicos, foram recebidos como heróis, desfilaram pelas ruas em carro de bombeiros.
Curiosamente, Bernardinho definiu assim o épico tie-break de 31 a 29 que encerrou a campanha vitoriosa: "A diferença entre irmos para o céu ou para o inferno foi de dois pontos".
Em seguida, no Pan de Santo Domingo, o time sofreria sua pior derrota -favoritíssimo, ficou com a medalha de bronze.
Para evitar o inferno no Japão, a equipe aposta na familiaridade com o adversário. A base de Sérvia e Montenegro é a mesma do Mundial-2002, a mesma derrotada em 2003.
"A expectativa é de um jogo muito difícil. Vamos precisar de muita paciência porque eles têm bons jogadores. O oposto [Miljkovic] é um dos pontos fortes", disse Bernardinho.
A intimidade, no entanto, também carrega pontos negativos. "Eles conhecem bem todos os nossos jogadores. Por isso, temos de nos preparar muito", afirmou o oposto Anderson.
Apesar dos dois dias de intervalo entre o fim da segunda fase e as semifinais, os brasileiros só terão um treino com bola. Hoje fazem o reconhecimento do ginásio Yoyogi, em Tóquio.
Depois de derrotar a Bulgária, a equipe ganhou uma "folga". Na primeira metade do dia, malhou; depois, pôde descansar. Ontem, os brasileiros deixaram Hiroshima e, mais uma vez, fizeram treinos físicos.
"A gente teve um dia muito desgastante de viagem, chegamos ao hotel e tivemos duas ou três horas de espera para entrar nos quartos. Estava um pouco bagunçado", disse Ricardinho.
Hoje, a equipe tenta organizar a rotina e acertar os últimos detalhes. Para estar na quadra de novo no domingo. Na final.


NA TV - Brasil x S. e Montenegro
Globo e Sportv, à 1h30 de amanhã



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