São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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VÔLEI

De novo, o calendário

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Ano olímpico, o bom seria que o Campeonato Nacional terminasse mais cedo para a seleção ter um período maior de treinos. Mas aqui no Brasil essa lógica não está funcionando.
O motivo são as tabelas das Superligas. O torneio feminino vai terminar no início de maio, e o masculino, no fim de abril.
Vale dar uma olhadinha nas tabelas. São dez times no feminino e dez no masculino. Daria para fazer rodadas com cinco jogos. Como pelo regulamento todas as equipes se enfrentam, seriam nove rodadas no turno e mais nove no returno. No total, 18 rodadas. Mas, acredite se quiser, o torneio tem 22 rodadas.
O coordenador de competições nacionais da Confederação Brasileira de Vôlei, Renato D'Ávila, elaborou a tabela deixando sempre duas equipes de folga. Ou seja, cada rodada só tem quatro jogos. Por exemplo, Osasco e Pinheiros jogaram no sábado e só vão voltar a atuar no próximo dia 11.
No geral, a lógica da tabela é a seguinte: cada time joga três rodadas seguidas e depois folga duas. Por causa do Carnaval, Macaé e Campos vão ficar quase um mês parados. Jogam no dia 19 de fevereiro e depois só em 11 de março. As outras equipes voltam a atuar no dia 3 de março.
A única rodada que tem cinco jogos, tanto no masculino como no feminino, é a última. Resultado: o campeonato ficou com 22 rodadas, 11 em cada turno.
Com o mesmo sistema de disputa, poderia ter quatro rodadas a menos e terminar no meio de abril, mesmo com decisão em cinco jogos nas semifinais e final.
Se não fosse ano olímpico, essas tabelas da Superliga já seriam questionáveis, já que não é bom para nenhuma equipe ficar tantos dias parada durante uma competição. Mas você sabe: este ano acontecem os Jogos Olímpicos de Atenas e a questão então fica mais séria.
O certo é que faltou planejamento para a Confederação Brasileira de Vôlei. O calendário deveria conciliar melhor as datas das competições de clubes com as da seleção. Mas ainda dá tempo de repensar essas tabelas da Superliga. No masculino e no feminino, só foram disputadas duas rodadas do returno.
Caso contrário, os jogadores da seleção não terão descanso: praticamente, vão emendar a Superliga com os treinos para Atenas.
E os desgastes físicos e psicológicos podem derrubar uma equipe. E não dá para esquecer que o Brasil tem time para lutar pelo ouro olímpico nos torneios masculino e no feminino.
Com a possibilidade de os treinos só começarem em meados de maio, a comissão técnica da seleção feminina, por exemplo, já foi obrigada a mudar alguns planos. O time não irá mais disputar a Volley Masters (antiga BCV), na Suíça, em junho.
Antes de Atenas, a seleção só vai jogar o Grand Prix, que será uma maratona: começa no dia 7 de julho e vai até o fim do mês. Serão três semanas na Ásia e uma na Itália. A estréia em Atenas será dia 14 de agosto.
Agora resta esperar e torcer para que alguma mudança seja feita no calendário nacional.

Italiano 1
O Modena, do brasileiro Dante e do russo Iakovlev, perdeu mais uma no Campeonato Italiano. Dessa vez foi para o Latina, do atacante Gustavo, por 3 sets a 1 (26/28, 25/20, 25/21 e 25/21). São 11 derrotas, em 17 jogos, e a terceira pior campanha do torneio. O técnico Angelo Lorenzetti já caiu. Na última rodada, quem comandou o time já foi o novo treinador, Maurizio Menarini.

Italiano 2
O Alto Adige, do brasileiro Marcelo Negrão, ganhou do Valentia, do atacante Axé, por 3 sets a 0 (25/14, 26/24 e 25/18) no Italiano da Série A-2. Foi a 11ª vitória do time de Negrão, que está em quarto lugar na classificação geral. O Valentia é o vice-líder com 16 vitórias e 3 derrotas. O Verona é o líder invicto. Venceu os 19 jogos que disputou.


E-mail: cidasan@uol.com.br


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