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TÊNIS
Suíço faz 3 a 0 em Safin, conquista o Aberto da Austrália e será oficializado hoje como o novo líder do ranking mundial
Federer coroa supremacia nas quadras
DA REPORTAGEM LOCAL
O suíço Roger Federer consolidou ontem sua supremacia no tênis ao ganhar o Aberto da Austrália. O título veio com uma tranqüila vitória sobre o russo Marat
Safin, por 3 sets a 0 (7/6, 6/4 e 6/2).
Federer ganhou três das quatro
últimas grandes competições do
circuito. Antes de vencer em Melbourne, havia sido campeão de
Wimbledon (em julho) e do Masters (em novembro).
Para completar, o suíço será oficializado hoje como líder do ranking de entradas da ATP, tomando o lugar que antes era do americano Andy Roddick, campeão do
Aberto dos EUA (em setembro).
Federer é o 23º nome a ocupar o
posto na história do ranking.
"Que incrível início de ano", declarou Federer. "Conquistei o
Aberto da Austrália e me tornei o
número um do mundo."
O suíço alcançou os dois feitos
sem técnico e perdendo apenas
dois sets durante o torneio.
Apesar de ter feito a melhor
temporada da carreira em 2003,
quando conquistou outros seis
torneios além de Wimbledon e
terminou como segundo do mundo, Federer encerrou a parceria
com Peter Lundgren, com quem
trabalhava desde 2000. Agora,
mesmo tendo alcançado o topo
em vôo solo, o suíço disse que segue à procura de um treinador.
"Eu quero melhorar, quero ouvir novas informações. Espero
achar um técnico logo. Tenho 22
anos e é muito cedo para trabalhar sem um treinador."
Sobre o fato de não ter perdido
mais de dois sets em sete partidas,
Federer se disse surpreso.
"Eu esperava jogar partidas de
cinco sets, mas isso não aconteceu, pois eu consegui ganhar com
alguma facilidade", afirmou.
Os únicos adversários que conseguiram roubar parciais do campeão foram o australiano Lleyton
Hewitt, nas oitavas-de-final, e o
argentino David Nalbandian.
Ter chegado à final sem muito
desgaste parece ter feito a diferença na partida de ontem.
Safin, 86º colocado do ranking,
precisou de muito mais tempo em
quadra para alcançar a final na
Austrália. Teve que enfrentar 27
sets nos seis primeiros jogos no
torneio, recorde em Grand Slams
na Era Aberta (desde 1968). Mesmo tendo disputado a semifinal
um dia antes de Federer, o russo
disse que faltou energia.
"Estava muito cansado para enfrentá-lo. Precisava de mais energia. Não era jogar com um ioiô,
contra alguém que não sabe como
jogar tênis", afirmou o russo, que
tentava ser o primeiro tenista não
colocado entre os cabeças-de-chave a vencer o torneio desde 76.
A partida começou com os dois
jogadores nervosos, com quebras
dos dois lados. No tie-break, Safin
conseguiu o primeiro ponto, mas
não resistiu e perdeu por 7/4.
Nas parciais seguintes, o russo,
que destruiu duas raquetes, permitiu que Federer quebrasse seus
serviços e não teve forças para impedir a vitória do adversário.
"Tive minha chance no primeiro set, talvez, se tivesse vencido, a
história fosse diferente", afirmou
o russo, que ontem conseguiu
apenas três aces, contra 31 na semifinal com Andre Agassi.
Federer afirmou que conseguiu
sentir que o cansaço atrapalhava o
rival no meio do segundo set.
"Não foi difícil no final, pois via
que ele estava frustrado e sabia
que, se mantivesse a pressão, eu
venceria", afirmou Federer, que
disse não saber qual será a repercussão do título na Suíça. Quando
venceu Wimbledon, o suíço ganhou uma vaca, Juliette, dos organizadores do Torneio de Gstaad.
"Vamos ver o que vai acontecer."
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