São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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TÊNIS

Suíço faz 3 a 0 em Safin, conquista o Aberto da Austrália e será oficializado hoje como o novo líder do ranking mundial

Federer coroa supremacia nas quadras

DA REPORTAGEM LOCAL

O suíço Roger Federer consolidou ontem sua supremacia no tênis ao ganhar o Aberto da Austrália. O título veio com uma tranqüila vitória sobre o russo Marat Safin, por 3 sets a 0 (7/6, 6/4 e 6/2).
Federer ganhou três das quatro últimas grandes competições do circuito. Antes de vencer em Melbourne, havia sido campeão de Wimbledon (em julho) e do Masters (em novembro).
Para completar, o suíço será oficializado hoje como líder do ranking de entradas da ATP, tomando o lugar que antes era do americano Andy Roddick, campeão do Aberto dos EUA (em setembro). Federer é o 23º nome a ocupar o posto na história do ranking.
"Que incrível início de ano", declarou Federer. "Conquistei o Aberto da Austrália e me tornei o número um do mundo."
O suíço alcançou os dois feitos sem técnico e perdendo apenas dois sets durante o torneio.
Apesar de ter feito a melhor temporada da carreira em 2003, quando conquistou outros seis torneios além de Wimbledon e terminou como segundo do mundo, Federer encerrou a parceria com Peter Lundgren, com quem trabalhava desde 2000. Agora, mesmo tendo alcançado o topo em vôo solo, o suíço disse que segue à procura de um treinador.
"Eu quero melhorar, quero ouvir novas informações. Espero achar um técnico logo. Tenho 22 anos e é muito cedo para trabalhar sem um treinador."
Sobre o fato de não ter perdido mais de dois sets em sete partidas, Federer se disse surpreso.
"Eu esperava jogar partidas de cinco sets, mas isso não aconteceu, pois eu consegui ganhar com alguma facilidade", afirmou.
Os únicos adversários que conseguiram roubar parciais do campeão foram o australiano Lleyton Hewitt, nas oitavas-de-final, e o argentino David Nalbandian.
Ter chegado à final sem muito desgaste parece ter feito a diferença na partida de ontem.
Safin, 86º colocado do ranking, precisou de muito mais tempo em quadra para alcançar a final na Austrália. Teve que enfrentar 27 sets nos seis primeiros jogos no torneio, recorde em Grand Slams na Era Aberta (desde 1968). Mesmo tendo disputado a semifinal um dia antes de Federer, o russo disse que faltou energia.
"Estava muito cansado para enfrentá-lo. Precisava de mais energia. Não era jogar com um ioiô, contra alguém que não sabe como jogar tênis", afirmou o russo, que tentava ser o primeiro tenista não colocado entre os cabeças-de-chave a vencer o torneio desde 76.
A partida começou com os dois jogadores nervosos, com quebras dos dois lados. No tie-break, Safin conseguiu o primeiro ponto, mas não resistiu e perdeu por 7/4.
Nas parciais seguintes, o russo, que destruiu duas raquetes, permitiu que Federer quebrasse seus serviços e não teve forças para impedir a vitória do adversário.
"Tive minha chance no primeiro set, talvez, se tivesse vencido, a história fosse diferente", afirmou o russo, que ontem conseguiu apenas três aces, contra 31 na semifinal com Andre Agassi.
Federer afirmou que conseguiu sentir que o cansaço atrapalhava o rival no meio do segundo set.
"Não foi difícil no final, pois via que ele estava frustrado e sabia que, se mantivesse a pressão, eu venceria", afirmou Federer, que disse não saber qual será a repercussão do título na Suíça. Quando venceu Wimbledon, o suíço ganhou uma vaca, Juliette, dos organizadores do Torneio de Gstaad. "Vamos ver o que vai acontecer."



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