São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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FUTEBOL

Domingo maior

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O primeiro clássico paulista do ano esteve à altura das tradições de Santos e Palmeiras. Foi um jogo empolgante e equilibrado, com o resultado indefinido até o apito final.
Qualquer um dos dois times poderia ter vencido. Ambos confirmaram, a meu ver, sua condição de favoritos ao título estadual. Já não seria sem tempo: o Palmeiras não vence um Paulista há oito anos, e o Santos, há 20.
No primeiro tempo, o Santos teve mais posse de bola, mas o Palmeiras foi mais objetivo e taticamente superior. Aproveitou os espaços deixados pelos santistas para jogar à base de lançamentos.
Em outras palavras: o Palmeiras era um time compacto na defesa e espaçado no ataque; o Santos era o contrário.
O alviverde abriu dois gols de vantagem e poderia ter encerrado o primeiro tempo com um placar ainda mais elástico, se Vagner não tivesse perdido um pênalti e se Muñoz não fosse um finalizador tão ruim -sem falar no pênalti sofrido pelo colombiano que o juiz não marcou.
Leão foi feliz nas alterações que fez no intervalo. Sacou um Diego fora de ritmo e sem inspiração para a entrada do veloz Basílio e trocou o lento e mal posicionado Paulo Almeida por Claiton, que não fez grande coisa, mas pelo menos não comprometeu.
Ao mesmo tempo, o treinador santista recuou um pouco a equipe (ou foi o Palmeiras que se empolgou?), forçando o adversário a dar mais espaço para seus contra-ataques.
O jogo do Santos ficou mais objetivo, obrigando o Palmeiras a cometer muitas faltas. De uma delas saiu o primeiro gol santista.
Claro que, mesmo assim, o Palmeiras poderia ter vencido. Perdeu várias chances. Numa delas, Vagner chutou para fora quando estava cara a cara com o goleiro.
O Santos também perdeu inúmeros gols, claro.
Tudo somado, foi uma partida animadora para as duas torcidas. Os palmeirenses constataram que têm time para encarar qualquer adversário e brigar seriamente pelo título. Correia, Diego Souza e Magrão, em particular, fizeram uma grande partida.
Já os santistas podem ter esperanças de que sua equipe só tende a crescer quando os "pré-olímpicos" estiverem descansados e Robson adquirir ritmo e entrosamento. A lateral direita continua sendo um problema.
Apesar de ter colocado a bola na cabeça de Renato no gol de empate santista, Paulo César não acertou uma cobrança de escanteio, além de deixar sempre uma avenida às suas costas. Mas isso pode ser consertado. Grosso ele não é.

 

O Corinthians não jogou bem contra o União Barbarense, mas sua torcida tem pelo menos dois motivos para ter esperança: 1) Rincón, contra todas as previsões, está dando equilíbrio ao meio de campo; 2) O trio atacante, quando se entrosar, tem tudo para ser infernal. E Régis, com sua disposição, já desponta como possível ídolo da Fiel.

Cruzeiro acorda
O Cruzeiro finalmente venceu, e bem. Claro que as derrotas anteriores foram circunstanciais, típicas de início de temporada. A equipe mineira continua sendo um timaço, candidato forte a todos os títulos que disputar. E o atacante Guilherme já começa a conquistar a galera azul.

Patrulha inútil
O técnico Cuca fez um excelente trabalho em 2003 no Goiás, tirando o time da lanterna do Brasileiro e quase colocando-o na Libertadores. Mas pisou na bola ao conclamar os torcedores do São Paulo a vigiarem os jogadores do clube. Esse tipo de patrulha, além de não dar resultado, só aumenta o atrito entre torcida e atletas, algo que prejudicou muito o tricolor nos últimos anos.

E-mail: jgcouto@uol.com.br


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