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FUTEBOL
Domingo maior
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O primeiro clássico paulista
do ano esteve à altura das
tradições de Santos e Palmeiras.
Foi um jogo empolgante e equilibrado, com o resultado indefinido
até o apito final.
Qualquer um dos dois times poderia ter vencido. Ambos confirmaram, a meu ver, sua condição
de favoritos ao título estadual. Já
não seria sem tempo: o Palmeiras
não vence um Paulista há oito
anos, e o Santos, há 20.
No primeiro tempo, o Santos teve mais posse de bola, mas o Palmeiras foi mais objetivo e taticamente superior. Aproveitou os espaços deixados pelos santistas para jogar à base de lançamentos.
Em outras palavras: o Palmeiras era um time compacto na defesa e espaçado no ataque; o Santos era o contrário.
O alviverde abriu dois gols de
vantagem e poderia ter encerrado
o primeiro tempo com um placar
ainda mais elástico, se Vagner
não tivesse perdido um pênalti e
se Muñoz não fosse um finalizador tão ruim -sem falar no pênalti sofrido pelo colombiano que
o juiz não marcou.
Leão foi feliz nas alterações que
fez no intervalo. Sacou um Diego
fora de ritmo e sem inspiração para a entrada do veloz Basílio e
trocou o lento e mal posicionado
Paulo Almeida por Claiton, que
não fez grande coisa, mas pelo
menos não comprometeu.
Ao mesmo tempo, o treinador
santista recuou um pouco a equipe (ou foi o Palmeiras que se empolgou?), forçando o adversário a
dar mais espaço para seus contra-ataques.
O jogo do Santos ficou mais objetivo, obrigando o Palmeiras a
cometer muitas faltas. De uma
delas saiu o primeiro gol santista.
Claro que, mesmo assim, o Palmeiras poderia ter vencido. Perdeu várias chances. Numa delas,
Vagner chutou para fora quando
estava cara a cara com o goleiro.
O Santos também perdeu inúmeros gols, claro.
Tudo somado, foi uma partida
animadora para as duas torcidas.
Os palmeirenses constataram que
têm time para encarar qualquer
adversário e brigar seriamente
pelo título. Correia, Diego Souza e
Magrão, em particular, fizeram
uma grande partida.
Já os santistas podem ter esperanças de que sua equipe só tende
a crescer quando os "pré-olímpicos" estiverem descansados e
Robson adquirir ritmo e entrosamento. A lateral direita continua
sendo um problema.
Apesar de ter colocado a bola
na cabeça de Renato no gol de
empate santista, Paulo César não
acertou uma cobrança de escanteio, além de deixar sempre uma
avenida às suas costas. Mas isso
pode ser consertado. Grosso ele
não é.
O Corinthians não jogou bem
contra o União Barbarense, mas
sua torcida tem pelo menos dois
motivos para ter esperança: 1)
Rincón, contra todas as previsões,
está dando equilíbrio ao meio de
campo; 2) O trio atacante, quando se entrosar, tem tudo para ser
infernal. E Régis, com sua disposição, já desponta como possível
ídolo da Fiel.
Cruzeiro acorda
O Cruzeiro finalmente venceu,
e bem. Claro que as derrotas
anteriores foram circunstanciais, típicas de início de temporada. A equipe mineira continua sendo um timaço, candidato forte a todos os títulos que
disputar. E o atacante Guilherme já começa a conquistar a galera azul.
Patrulha inútil
O técnico Cuca fez um excelente trabalho em 2003 no Goiás,
tirando o time da lanterna do
Brasileiro e quase colocando-o
na Libertadores. Mas pisou na
bola ao conclamar os torcedores do São Paulo a vigiarem os
jogadores do clube. Esse tipo de
patrulha, além de não dar resultado, só aumenta o atrito entre
torcida e atletas, algo que prejudicou muito o tricolor nos últimos anos.
E-mail: jgcouto@uol.com.br
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