São Paulo, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2006

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AÇÃO

Ingredientes picantes

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

O circuito mundial de surfe, tanto o WCT quanto o WQS, a primeira e a segunda divisões, promete ser dos mais animados em 2006. E há vários indícios para isso. Primeiro, pela dimensão e alcance que o Tour vem tomando. As transmissões ao vivo pela TV e pela internet têm levado a competição a todo o planeta, contribuindo para criar ídolos, despertar o interesse pelo esporte e fortalecer a indústria.
A maior evidência disso está nos locais, os mais improváveis, nos quais algumas etapas estréiam. Quem imaginaria uma etapa cinco estrelas do WQS na fria costa escocesa? Pois é, a Escócia entra no calendário com uma importante etapa em abril. E que tal o Sri Lanka, que muitos só tomaram conhecimento da existência após o tsunami de 2004? O país será sede de uma etapa quatro estrelas em junho.
Para ficar surpreso, nem é preciso ir tão longe. Quem diria que o familiar resort catarinense Costão do Santinho iria promover uma etapa do Mundial de surfe para se promover? Uma não, duas: uma prova masculina de seis estrelas e outra feminina de quatro foram adotadas pelo hotel como estratégia de marketing.
Some-se a isso o fato de a etapa itinerante do WCT ser no México e de ser registrada a volta de Mundaka, Espanha, ao calendário, além de provas em Fiji, Ilhas Canárias e Maldivas, entre outros cantos do planeta já habituais do roteiro, e teremos agora o Mundial mais mundial já disputado.
Outro fator que deve contribuir para a animação do circuito é a gana dos australianos em retomar o trono. Senhores absolutos do circuito na primeira década, fazendo 8 dos 10 campeões mundiais, foram apenas quatro títulos nos últimos 20 anos, o último deles com Mark Occhilupo, em 1999.
Apesar disso, os Aussies são a maioria no ranking: neste ano, são 21 entre os 44 nomes da elite, e Mick Fanning é a maior esperança. Em 2005, ele até ameaçou o duelo entre Kelly Slater e Andy Irons, venceu duas etapas, foi vice na prova de encerramento do ano e terminou encostado nos rivais.
Também prometem agitar a temporada os nomes que ingressam na elite. A temporada é a que promoveu o maior número de estreantes. São 11 entre os 15 que sobem pelo ranking de acesso, deixando só quatro vagas para serem ocupadas por competidores que já disputavam a elite. Ainda que falte experiência, esses garotos vão lutar para subir no ranking e melhorar seu seeding -posição que define o rival nas primeiras baterias de cada campeonato- em 2007. Com isso, irão aumentar a disputa nas posições intermediárias. Adriano de Souza é o principal destaque do grupo e, embalado pelo título na divisão de acesso, pode surpreender.
E, além disso tudo, o principal ingrediente continuará sendo Slater x Irons. O americano não falou mais em aposentadoria, enquanto o havaiano, há três temporadas soberano em seus domínios e com uma diferença ínfima de pontos no ranking para o campeão, vai querer dar o troco. O show está no ar, o WQS está em Pipeline, Havaí, e o WCT começa no final do mês, na Austrália.

Transmissão inédita
A primeira transmissão ao vivo pela TV de Fernando de Noronha será feita pelo Sportv na próxima semana, durante o Hang Loose Pro Contest. Etapa cinco estrelas do WQS e campeonato de surfe mais tradicional no país, o evento terá 192 atletas de 19 países.

Bicicross America's
Aquecimento para o Mundial que acontece no meio do ano na capital, Paulínia, no interior do Estado, recebe os melhores do país e alguns dos tops do mundo para prova de BMX, neste final de semana.

Negócios ou prazer?
A visita do skatista americano Danny Way ao Rio gerou especulações sobre a construção de uma megarrampa nas praias da cidade.

E-mail sarli@trip.com.br


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