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AÇÃO
Ingredientes picantes
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
O circuito mundial de surfe, tanto o WCT quanto o
WQS, a primeira e a segunda divisões, promete ser dos mais animados em 2006. E há vários indícios para isso. Primeiro, pela dimensão e alcance que o Tour vem
tomando. As transmissões ao vivo
pela TV e pela internet têm levado a competição a todo o planeta,
contribuindo para criar ídolos,
despertar o interesse pelo esporte
e fortalecer a indústria.
A maior evidência disso está
nos locais, os mais improváveis,
nos quais algumas etapas estréiam. Quem imaginaria uma
etapa cinco estrelas do WQS na
fria costa escocesa? Pois é, a Escócia entra no calendário com uma
importante etapa em abril. E que
tal o Sri Lanka, que muitos só tomaram conhecimento da existência após o tsunami de 2004? O
país será sede de uma etapa quatro estrelas em junho.
Para ficar surpreso, nem é preciso ir tão longe. Quem diria que o
familiar resort catarinense Costão do Santinho iria promover
uma etapa do Mundial de surfe
para se promover? Uma não,
duas: uma prova masculina de
seis estrelas e outra feminina de
quatro foram adotadas pelo hotel
como estratégia de marketing.
Some-se a isso o fato de a etapa
itinerante do WCT ser no México
e de ser registrada a volta de
Mundaka, Espanha, ao calendário, além de provas em Fiji, Ilhas
Canárias e Maldivas, entre outros
cantos do planeta já habituais do
roteiro, e teremos agora o Mundial mais mundial já disputado.
Outro fator que deve contribuir
para a animação do circuito é a
gana dos australianos em retomar o trono. Senhores absolutos
do circuito na primeira década,
fazendo 8 dos 10 campeões mundiais, foram apenas quatro títulos
nos últimos 20 anos, o último deles com Mark Occhilupo, em 1999.
Apesar disso, os Aussies são a
maioria no ranking: neste ano,
são 21 entre os 44 nomes da elite, e
Mick Fanning é a maior esperança. Em 2005, ele até ameaçou o
duelo entre Kelly Slater e Andy
Irons, venceu duas etapas, foi vice
na prova de encerramento do ano
e terminou encostado nos rivais.
Também prometem agitar a
temporada os nomes que ingressam na elite. A temporada é a que
promoveu o maior número de estreantes. São 11 entre os 15 que sobem pelo ranking de acesso, deixando só quatro vagas para serem ocupadas por competidores
que já disputavam a elite. Ainda
que falte experiência, esses garotos vão lutar para subir no ranking e melhorar seu seeding -posição que define o rival nas primeiras baterias de cada campeonato- em 2007. Com isso, irão
aumentar a disputa nas posições
intermediárias. Adriano de Souza é o principal destaque do grupo e, embalado pelo título na divisão de acesso, pode surpreender.
E, além disso tudo, o principal
ingrediente continuará sendo
Slater x Irons. O americano não
falou mais em aposentadoria, enquanto o havaiano, há três temporadas soberano em seus domínios e com uma diferença ínfima
de pontos no ranking para o campeão, vai querer dar o troco. O
show está no ar, o WQS está em
Pipeline, Havaí, e o WCT começa
no final do mês, na Austrália.
Transmissão inédita
A primeira transmissão ao vivo pela TV de Fernando de Noronha será feita pelo Sportv na próxima semana, durante o Hang Loose Pro
Contest. Etapa cinco estrelas do WQS e campeonato de surfe mais
tradicional no país, o evento terá 192 atletas de 19 países.
Bicicross America's
Aquecimento para o Mundial que acontece no meio do ano na capital, Paulínia, no interior do Estado, recebe os melhores do país e alguns dos tops do mundo para prova de BMX, neste final de semana.
Negócios ou prazer?
A visita do skatista americano Danny Way ao Rio gerou especulações sobre a construção de uma megarrampa nas praias da cidade.
E-mail sarli@trip.com.br
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