São Paulo, sábado, 02 de fevereiro de 2008

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"Piercing" de juiz leva Santos à Justiça

Comissão de arbitragem diz que cartola santista terá que provar que árbitro usou remédio contra infecção no umbigo

Clube protesta contra atuação de Otávio Corrêa da Silva, que relata na súmula ter mostrado a barriga para provar não usar adorno


DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia depois de o Santos perder do Barueri por 2 a 1 na Vila Belmiro, a arbitragem de Otávio Corrêa da Silva ainda era assunto, tanto na Baixada Santista quanto no prédio da federação, na capital paulista.
De um lado, o clube, alegando ter sido prejudicado, encaminhou à federação uma fita com lances polêmicos da partida.
No outro, a Comissão de Arbitragem promete levar cartola santista à Justiça por ter feito declarações contra Silva.
Após a partida, o diretor jurídico do Santos, Angelo José Vilchez Ramos, sugeriu a realização de antidoping no juiz. Segundo ele, Silva tomara remédio para infecção num piercing no umbigo, e o medicamento poderia tê-lo afetado no jogo.
O juiz relata na súmula (parcialmente reproduzida no site da federação) que exibiu a barriga ao cartola "provando que não usava piercing algum e não tinha inflamação alguma".
Marcos Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, respaldou a posição do árbitro e qualificou como "inconseqüente" o diretor do Santos -que ontem não foi localizado pela assessoria de imprensa do clube para comentar o caso.
"Ele vai responder isso em tribunal. Vai ter que confirmar tudo o que falou, que ele [o juiz] usa piercing, que estava inflamado. O cara não usa piercing, foi só pegar um esparadrapo antes do jogo para colocar no ouvido, para fixar o fone. Foi a única vez que ele foi à enfermaria e não para tomar remédio", falou Marinho, que demonstrou irritação e revelou uma prova que pretende apresentar.
"Que piercing o quê? Ele é pai de família, é um cara certo. Estamos tirando foto e tudo e vamos mostrar isso no tribunal."
No centro da polêmica estão dois lances: o gol de Tiago Luís, no primeiro tempo, anulado por impedimento, e a repetição do pênalti cobrado pelo meia Rodrigo Tabata, na segunda etapa (convertido na primeira vez e desperdiçado depois).
"Ele errou quando anulou o gol, errou quando não anulou a defesa do goleiro. Houve uma série de irregularidades, tanto dele quanto dos bandeirinhas. Foi feita uma análise e encaminhamos a fita", disse o gerente jurídico santista, Mário Mello.
De acordo com ele, na reclamação o clube diz que o Santos foi vítima de má arbitragem, pede providências e afirma que o juiz influenciou no resultado.
Marinho sustenta que não existe veto contra Silva e o isenta nos dois lances. "No pênalti, a explicação já foi dada, ele desautorizou antes da batida por parte do atacante. Então nada daquilo que bateu valeu. O único lance que o Santos reclama e que está sendo analisado aqui é o de impedimento, no primeiro tempo. Estamos vendo, mas é um erro do assistente."
(LUÍS FERRARI)


Colaborou a Agência Folha, em Santos


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