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causa própria
Robinho volta por imagem, seleção e até pelo Santos
De volta à Vila Belmiro e com discurso humilde, camisa 7 admite má fase, erros na carreira e incerteza de ir à Copa
Atacante, que saiu em 2005 em litígio com torcedores e com o clube, retorna ao lado de Pelé, de helicóptero, com festa e salário de R$ 1 milhão
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Após 4 anos, Robinho volta a treinar como atleta do Santos
LUCAS REIS
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS
Era agosto de 2005 quando
Robinho trocava o Santos pela
Europa. Sua saída foi litigiosa
com o clube e a torcida. E suas
declarações foram ambiciosas:
queria ser considerado o melhor jogador do mundo.
Foram necessários quatro
anos e quatro meses para que o
atacante da seleção retornasse
ao time santista. Sua recepção
teve uma Vila Belmiro cheia e a
presença de Pelé. Seu discurso
foi impregnado de humildade.
Dois fracassos em clubes europeus, Real Madrid e Manchester City, fizeram Robinho,
26, ensaiar uma reconstrução
de sua imagem ao público.
Admitiu preocupação sobre a
chance de ficar fora da Copa-
-2010 e com a má fase em campo, além de reconhecer erros
na condução da carreira e afirmar que lutará pelo Santos.
"Não tenho [lugar garantido
na seleção]. Claro que me preocupou. O Brasil tem vários jogadores. Só haverá um amistoso
[da seleção], e acho que o Dunga deve chamar quem já vinha
sendo convocado. Fico preocupado porque não estou jogando", analisou Robinho.
A seleção pesou na opção do
atleta de retornar ao Santos. É
nela que Robinho repõe suas
esperanças de alcançar o estrelato no futebol mundial, como
tinha na saída do time. "Primeiro, no Santos, tenho o objetivo
de estar na Copa. Pode ser a minha Copa. Tenho tudo para me
projetar", declarou o atacante.
A dicotomia de Robinho também foi marcante ao falar sobre
sua fase atual. Disse não estar
jogando bem. Mas se justificou.
"Não passo por um bom momento. Fiquei três meses contundido. Demorei a retornar.
Caiu o rendimento", observou.
Sobre suas seguidas saídas
forçadas de clubes -Santos,
Real Madrid e Manchester
City-, Robinho viu erro apenas
ao deixar o clube espanhol.
Mas, ao mesmo tempo, admitiu que seu retorno ao time santista serve como forma de se reconciliar com a torcida após a
saída turbulenta -teve sondagens de São Paulo, Flamengo e
Atlético-MG. Para isso, abriu
mão de parte do salário, embora vá ganhar R$ 1 milhão na Vila. Em 2005, santistas chegaram a acusá-lo de mercenário.
Ontem, de fato, só festejos tomaram a Vila Belmiro. Às
12h16, Robinho desceu de helicóptero no gramado. Pelé saiu
primeiro e o puxou pelo braço.
Ao vestir camisas do Santos,
fez festa com o grupo Charlie
Brown Jr. E recebeu ovações
seguidas dos fãs. Dizendo-se
emocionado, citou que poderia
prorrogar a permanência no
clube, acertada por seis meses.
"Se o presidente [do Santos]
quiser, é só combinar com o
presidente [do Manchester], e
fico mais quatro anos", afirmou, com risos. "Espero que fique no Santos", reforçou Pelé,
em pedido ao atleta. Mas, ao
deixar o time inglês, Robinho
avisou a colegas que voltaria
após a Copa da África do Sul.
O próprio presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, disse que é difícil prolongar o contrato porque o City inglês detém direitos sobre ele.
Enquanto estiver no Santos,
é fato que Robinho será estrela.
Atraiu mais repórteres que Pelé na saída do campo. "Vou botar essa "juvenilzada" para engraxar minha chuteira", brincou, sobre os jovens da equipe.
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