São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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causa própria

Robinho volta por imagem, seleção e até pelo Santos

De volta à Vila Belmiro e com discurso humilde, camisa 7 admite má fase, erros na carreira e incerteza de ir à Copa

Atacante, que saiu em 2005 em litígio com torcedores e com o clube, retorna ao lado de Pelé, de helicóptero, com festa e salário de R$ 1 milhão

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Após 4 anos, Robinho volta a treinar como atleta do Santos

LUCAS REIS
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS

Era agosto de 2005 quando Robinho trocava o Santos pela Europa. Sua saída foi litigiosa com o clube e a torcida. E suas declarações foram ambiciosas: queria ser considerado o melhor jogador do mundo.
Foram necessários quatro anos e quatro meses para que o atacante da seleção retornasse ao time santista. Sua recepção teve uma Vila Belmiro cheia e a presença de Pelé. Seu discurso foi impregnado de humildade.
Dois fracassos em clubes europeus, Real Madrid e Manchester City, fizeram Robinho, 26, ensaiar uma reconstrução de sua imagem ao público.
Admitiu preocupação sobre a chance de ficar fora da Copa- -2010 e com a má fase em campo, além de reconhecer erros na condução da carreira e afirmar que lutará pelo Santos.
"Não tenho [lugar garantido na seleção]. Claro que me preocupou. O Brasil tem vários jogadores. Só haverá um amistoso [da seleção], e acho que o Dunga deve chamar quem já vinha sendo convocado. Fico preocupado porque não estou jogando", analisou Robinho.
A seleção pesou na opção do atleta de retornar ao Santos. É nela que Robinho repõe suas esperanças de alcançar o estrelato no futebol mundial, como tinha na saída do time. "Primeiro, no Santos, tenho o objetivo de estar na Copa. Pode ser a minha Copa. Tenho tudo para me projetar", declarou o atacante.
A dicotomia de Robinho também foi marcante ao falar sobre sua fase atual. Disse não estar jogando bem. Mas se justificou.
"Não passo por um bom momento. Fiquei três meses contundido. Demorei a retornar. Caiu o rendimento", observou.
Sobre suas seguidas saídas forçadas de clubes -Santos, Real Madrid e Manchester City-, Robinho viu erro apenas ao deixar o clube espanhol.
Mas, ao mesmo tempo, admitiu que seu retorno ao time santista serve como forma de se reconciliar com a torcida após a saída turbulenta -teve sondagens de São Paulo, Flamengo e Atlético-MG. Para isso, abriu mão de parte do salário, embora vá ganhar R$ 1 milhão na Vila. Em 2005, santistas chegaram a acusá-lo de mercenário.
Ontem, de fato, só festejos tomaram a Vila Belmiro. Às 12h16, Robinho desceu de helicóptero no gramado. Pelé saiu primeiro e o puxou pelo braço.
Ao vestir camisas do Santos, fez festa com o grupo Charlie Brown Jr. E recebeu ovações seguidas dos fãs. Dizendo-se emocionado, citou que poderia prorrogar a permanência no clube, acertada por seis meses.
"Se o presidente [do Santos] quiser, é só combinar com o presidente [do Manchester], e fico mais quatro anos", afirmou, com risos. "Espero que fique no Santos", reforçou Pelé, em pedido ao atleta. Mas, ao deixar o time inglês, Robinho avisou a colegas que voltaria após a Copa da África do Sul.
O próprio presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, disse que é difícil prolongar o contrato porque o City inglês detém direitos sobre ele.
Enquanto estiver no Santos, é fato que Robinho será estrela. Atraiu mais repórteres que Pelé na saída do campo. "Vou botar essa "juvenilzada" para engraxar minha chuteira", brincou, sobre os jovens da equipe.


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