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Na desculpa, Adriano vê mentiras e pede apelido
Atleta ouve presidente e admite erros, mas diz se sentir perseguido pela mídia
Jogador, que enfrenta hoje o Mirassol, afirma que tem que ser mesmo chamado de Imperador; Juvêncio confirma multa de 40%
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O CT do São Paulo viu ontem
um Adriano diferente. Arrependido pelos atos de indisciplina e ao mesmo tempo com
um sentimento de injustiçado
com a publicação dos fatos na
imprensa. Sincero e firme, o jogador deixou de lado a humildade, mirou a imprensa e reivindicou o apelido da Inter.
"Antes eu tinha falado que
não era para me chamar de Imperador. Hoje eu digo que tem
que me chamar assim mesmo,
porque eu conquistei esse título", declarou no CT ontem.
A resposta veio quando indagado sobre a repercussão mundial que seus atos de indisciplina geraram na última sexta-feira, quando se atrasou por quase
meia hora e abandonou a atividade programada para ele.
E assim, em tom firme,
Adriano encerrou seu breve
pronunciamento à imprensa
após a reunião que teve com o
presidente Juvenal Juvêncio
que prometia ser definitiva para o futuro do atleta no clube. E
ainda fez apelo aos jornalistas.
"O que está acontecendo
aqui é por tudo que eu conquistei, e vocês [jornalistas] não vão
acabar comigo. Quem quiser
acreditar no que eu digo, acredite, quem não quiser, tudo
bem. Hoje o que me interessa é
estar de bem com a minha família e os meus amigos", declarou o centroavante, demonstrando que se sente perseguido
pela mídia. "Era assim na Itália,
está sendo assim aqui."
Adriano, no entanto, não disse que mentiras eram essas.
Tampouco explicou os motivos
que o levaram a perder a hora
no treino de anteontem. "Me
atrasei porque me atrasei, não
foi porque eu fiz merda ou cometi um erro", disse. Pediu que
fosse publicada a verdade e se
retirou da área de entrevistas.
O atacante chegou às 8h33 e
se reuniu a portas fechadas
com o presidente Juvenal Juvêncio. A reunião durou meia
hora e terminou com o atacante indo encontrar equipe e comissão técnica para um pedido
de desculpas. Depois, foi ao gramado e participou com os colegas da última atividade antes de
enfrentar o Mirassol hoje, às
18h10, pelo Paulista. Adriano
está confirmado no time.
O presidente confirmou a
multa de 40%, afirmou que o
atacante reconheceu seus erros
e tomou a palavra antes.
"É assim que agimos e é assim que agiremos. Com atletas
importantes e com atletas menos importantes. Temos um só
diapasão, só uma postura. O
que permanece é a instituição e
a sua imagem."
Adriano também explicou
que não estava no seu Porsche
quando ele bateu num Ford Ka
na madrugada de anteontem,
guiado por Aloíso Ferreira. No
acidente, duas das quatro mulheres que estavam no Ka, Maria Teresa Moraes e Keila Ribeiro, sofreram lesões leves.
Anteontem, o jogador chegou ao treino com 28 minutos
de atraso e saiu sem ter sido liberado quando ainda faltavam
40 minutos de esteira. No estacionamento do CT, ameaçou
bater num repórter-fotográfico
que registrava sua partida.
O desfecho pacífico da reunião entre Juvêncio e Adriano
não agradou a todo mundo. Na
diretoria são-paulina, havia
quem defendesse a saída sumária do atacante.
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