São Paulo, segunda-feira, 02 de março de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O São Paulo está torto

OS 18 GOLS do São Paulo no Paulista, oito nasceram do lado esquerdo. Indica que marcar o São Paulo não tem mistério. Mesmo que o jogo contra o Oeste tenha revelado investidas de Zé Luís em direção à linha de fundo, pela direita, o gol que nasceu pela direita, na quinta, foi resultado de um passe de Jean, um volante.
Contra o Santos, como agravante, Hernanes deslocava-se da direita para a esquerda, e Dagoberto saía da área e se transformava em meia, sempre pela esquerda.
Quarta passada, antes de assistir à vitória tricolor sobre o Oeste, antes de ver seu Santos empatar em Bragança Paulista, Vagner Mancini confessava ter dificuldade para saber como planejar o jogo contra o São Paulo. Sem saber quem Muricy Ramalho escalaria, Mancini admitiu que o suspense faria diferença: "Não saber se o adversário vem com titulares ou reservas atrapalha. Em condições normais, receberia vídeos na sexta. Mas não vai adiantar se não houver informações sobre qual time vai jogar".
Muricy escalou os titulares, à exceção de Miranda e de Zé Luís. No primeiro tempo, jogou Wagner Diniz, símbolo de como o São Paulo não consegue consertar seu setor direito. Desde a saída de Ilsinho, o Morumbi recebeu Joílson, Jancarlos, Éder, Wagner Diniz, improvisou Zé Luís e Breno, e o time segue com uma constatação relatada pelo próprio Muricy Ramalho: "Estamos jogando mais pela esquerda do que pela direita".
Na Vila Belmiro, o lado esquerdo são-paulino morreu na marcação. Jorge Wagner não venceu Luizinho, Hugo esbarrou na marcação de Rodrigo Souto. Na segunda etapa, Muricy trocou Hugo por Júnior César, mas a equipe seguiu concentrando seu jogo pelo meio-campo. A deficiência causou o fim do tabu de dois anos e meio sem derrotas para o Santos -desde outubro de 2005, o São Paulo não perdia com os titulares.
Não significa desespero para a Libertadores. No torneio continental, por sinal, o Tricolor marcou uma vez só, numa jogada de Dagoberto, pela direita. Quer dizer que esse setor vive, quando há movimentação. Na Vila, Dagoberto jogou mais pela esquerda.
Torto, o São Paulo não é sombra do time que ganhou o Brasileiro há três meses.

AO ATAQUE
Uma coisa é pegar o Fluminense e sua incrível falta de criatividade. Na semifinal da Taça Guanabara, o Botafogo marcou os meias e contra-atacou. Contra o Resende, Ney Franco usou Lucas Silva e fez o Botafogo atacar. Seu time tem iniciado muito nervoso. Quando se assenta, tem o melhor futebol do Rio.

LEONARDO?
A imprensa italiana cogita Leonardo como técnico do Milan. Se o clube se classificar para a Champions League, Ancellotti pode ficar. Se ficar abaixo do quarto posto, Leonardo e Roberto Donadoni dividem a atenção de Berlusconi. Leonardo desmente. Mas a informação dá a noção da crise no Milan.

O ABISMO
Ainda há uma diferença imensa entre os titulares do Palmeiras e seus reservas. Contra o Guarani, o Palmeiras sofreu para vencer por 1 a 0. Mas as atuações de Marquinhos e Evandro e as presenças de Wendel e Jeci dão noção do desnível entre titulares e reservas. A partir de terça-feira, depois do Colo Colo, o Palmeiras só joga o Paulistão até as semifinais. Em abril, jogará as finais do Paulista e quatro jogos da Libertadores. Vai precisar dos reservas.


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