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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O São Paulo está torto
OS 18 GOLS do São
Paulo no Paulista, oito nasceram do lado
esquerdo. Indica que marcar
o São Paulo não tem mistério.
Mesmo que o jogo contra o
Oeste tenha revelado investidas de Zé Luís em direção à linha de fundo, pela direita, o
gol que nasceu pela direita, na
quinta, foi resultado de um
passe de Jean, um volante.
Contra o Santos, como
agravante, Hernanes deslocava-se da direita para a esquerda, e Dagoberto saía da área e
se transformava em meia,
sempre pela esquerda.
Quarta passada, antes de
assistir à vitória tricolor sobre
o Oeste, antes de ver seu Santos empatar em Bragança
Paulista, Vagner Mancini
confessava ter dificuldade para saber como planejar o jogo
contra o São Paulo. Sem saber
quem Muricy Ramalho escalaria, Mancini admitiu que o
suspense faria diferença:
"Não saber se o adversário
vem com titulares ou reservas
atrapalha. Em condições normais, receberia vídeos na sexta. Mas não vai adiantar se
não houver informações sobre qual time vai jogar".
Muricy escalou os titulares,
à exceção de Miranda e de Zé
Luís. No primeiro tempo, jogou Wagner Diniz, símbolo de
como o São Paulo não consegue consertar seu setor direito. Desde a saída de Ilsinho, o
Morumbi recebeu Joílson,
Jancarlos, Éder, Wagner Diniz, improvisou Zé Luís e Breno, e o time segue com uma
constatação relatada pelo
próprio Muricy Ramalho:
"Estamos jogando mais pela
esquerda do que pela direita".
Na Vila Belmiro, o lado esquerdo são-paulino morreu
na marcação. Jorge Wagner
não venceu Luizinho, Hugo
esbarrou na marcação de Rodrigo Souto. Na segunda etapa, Muricy trocou Hugo por
Júnior César, mas a equipe
seguiu concentrando seu jogo
pelo meio-campo. A deficiência causou o fim do tabu de
dois anos e meio sem derrotas
para o Santos -desde outubro de 2005, o São Paulo não
perdia com os titulares.
Não significa desespero para a Libertadores. No torneio
continental, por sinal, o Tricolor marcou uma vez só, numa jogada de Dagoberto, pela
direita. Quer dizer que esse
setor vive, quando há movimentação. Na Vila, Dagoberto
jogou mais pela esquerda.
Torto, o São Paulo não é
sombra do time que ganhou o
Brasileiro há três meses.
AO ATAQUE
Uma coisa é pegar o Fluminense e sua incrível falta
de criatividade. Na semifinal
da Taça Guanabara, o Botafogo marcou os meias e contra-atacou. Contra o Resende, Ney Franco usou Lucas
Silva e fez o Botafogo atacar.
Seu time tem iniciado muito
nervoso. Quando se assenta,
tem o melhor futebol do Rio.
LEONARDO?
A imprensa italiana cogita
Leonardo como técnico do
Milan. Se o clube se classificar para a Champions League, Ancellotti pode ficar. Se
ficar abaixo do quarto posto,
Leonardo e Roberto Donadoni dividem a atenção de
Berlusconi. Leonardo desmente. Mas a informação dá
a noção da crise no Milan.
O ABISMO
Ainda há uma diferença imensa entre os titulares do
Palmeiras e seus reservas. Contra o Guarani, o Palmeiras
sofreu para vencer por 1 a 0. Mas as atuações de Marquinhos e Evandro e as presenças de Wendel e Jeci dão noção do desnível entre titulares e reservas. A partir de terça-feira, depois do Colo Colo, o Palmeiras só joga o Paulistão até as semifinais. Em abril, jogará as finais do Paulista
e quatro jogos da Libertadores. Vai precisar dos reservas.
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