São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolívia humilha Maradona com 6 a 1

Com o ídolo como treinador, Argentina, bicampeã mundial, sofre a maior goleada de sua trajetória nas eliminatórias

Técnico, que foi um dos que mais defenderam partidas na altitude, sofre o primeiro revés à frente do time, que levou dois gols "brasileiros"

DA REPORTAGEM LOCAL

Marcelo Moreno, aos 11min, Botero, aos 33min, Alex da Rosa, aos 45min, Botero, aos 54min, Botero, aos 65min, e Didi Torrico, aos 86min. Esses foram os gols bolivianos ontem, em La Paz. O adversário era a Argentina, do técnico Diego Maradona. E o jogo valia pelas eliminatórias da Copa de 2010.
O placar de 6 a 1 entra para a história como a maior derrota argentina em eliminatórias. A equipe já havia levado um 5 a 0 da Colômbia em Buenos Aires no qualificatório da Copa-94.
Foi a primeira derrota de Maradona no comando da Argentina. E jamais será esquecida. ""Humilhação histórica", destacou o diário argentino ""Olé" em seu site. ""A seleção sofreu uma surra histórica", mostrou a página do ""Clarín".
Nos quase 3.600 m de altitude de La Paz, faltou muito mais que ar para o time visitante.
A Argentina ainda chegou a fazer 1 a 1, aos 25min, com um chute de 30 metros de Lucho González. Mas o desastre já se configurou na etapa inicial.
Se o ex-cruzeirense Marcelo Moreno abriu o placar, Botero é quem terá seu nome mais associado à tragédia argentina. Foram três gols em Carrizo.
A Argentina teve um expulso, Di María, mas aos 22min do segundo tempo, quando já perdia de 5 a 1. A partir daí, a preocupação era evitar goleada maior. A Bolívia, penúltima nas eliminatórias, foi a primeira seleção em quase 16 anos a bater a Argentina por cinco gols de diferença. Os argentinos, que seguem com 19 pontos e no G4 do qualificatório, igualaram a sua pior derrota: 1 a 6 diante da Tchecoslováquia, na Copa-58.
Além de Marcelo Moreno, que defendeu seleção de base do Brasil, a Bolívia contou com outro brasileiro ontem: Alex da Rosa, que se naturalizou boliviano. Ambos fizeram gols.
O próximo jogo da Argentina é em Buenos Aires, contra a Colômbia -em 1993, saiu o 5 a 0.
""Sofri com eles [torcedores]. Se tivéssemos sonhado isso, pensaríamos que seria impossível. Temos que dar méritos à Bolívia, que foi melhor que nós em cada parte do campo. Todos os bolivianos, do goleiro ao último reserva, foram bem. Não há nada a dizer", disse Maradona.
O treinador foi uma das personalidades que mais defenderam jogos na altitude, inclusive participou de campanhas e de um jogo em La Paz com o presidente boliviano, Evo Morales. Isso no passado, quando a Fifa ainda discutia a proibição de jogos em altitudes elevadas.
Erwín Sánchez, técnico boliviano, disse que a goleada só acontece porque o jogo foi franco. ""A Argentina veio e ofereceu futebol, creio que foi uma partida aberta de ambas partes", disse Sánchez, que vinha sendo criticado no país. ""Nem Jesus agradou a todos", falou.
Maradona disse que a Argentina precisa ""recomeçar" agora -ele vinha de bons resultados, inclusive um 4 a 0 na Venezuela no final de semana quando usou time ofensivo, no 3-4-3.
""A atuação de minha equipe me surpreendeu, eles [bolivianos] criaram muitas situações de gol. Não pudemos nos reagrupar atrás, não soubemos contra-atacar", falou Maradona, que em nenhum momento culpou a altitude pelo placar.
O ex-meia ainda elogiou a atuação de Carrizo, seu goleiro. ""O resultado se explica por tudo que a Bolívia criou. E isso que Carrizo fez uma grande partida", disse Maradona.
""Estou tranquilo porque sei que, se entrava a chance do Messi, fazíamos 2 a 1 e mudaríamos o jogo. A sensação é de raiva, de querer a revanche já. Estou, como sempre, à disposição dos jogadores", disse ele.


Texto Anterior: Futebol: A varinha celestial toca a Espanha
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.