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Torcida abandona e vaia seleção
Casa de Dunga, Beira-Rio tem ingressos em liquidação com cambistas e vazios nas arquibancadas
Bilhetes são negociados por até um quarto do preço inicial e organizadores até transferem torcedor de lugar para disfarçar buracos
ENVIADO A PORTO ALEGRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Foi ilusão que o torcedor
gaúcho estava fechado com o time de Dunga. Com imensos
clarões no Beira-Rio, a previsão
de casa cheia não se confirmou
e houve vaias quando a escalação da seleção foi anunciada. A
torcida apupou Elano e se dividiu entre vaias e aplausos ao
treinador antes da partida.
Os espaços vazios no Beira-Rio repetiram uma cena já vista
nos últimos jogos da seleção
brasileira no Rio, onde pelo
menos 30% dos lugares disponíveis não foram ocupados.
Não foram anunciados público e renda do jogo. De acordo
com a FGF (Federação Gaúcha
de Futebol), havia 47,9 mil ingressos à venda. No início da
noite, a entidade anunciou que
restavam cerca de 3 mil, mas os
vazios estavam em toda parte.
A 25 minutos do jogo, cambistas ofereciam ingressos na
frente do estádio a preços reduzidos, mas tinham dificuldade
de arrumar interessados. Entradas para as cadeiras, que
custavam R$ 120, eram vendidas a R$ 30. Para amenizar a
impressão de vazio, o acesso às
cadeiras foi liberado a torcedores que estavam nas arquibancadas inferiores do estádio.
O presidente da FGF, Francisco Novelletto, responsável
pela venda dos ingressos, pôs a
culpa nos cambistas. "Eles se
embucharam com um monte
de ingressos e depois micaram,
tinha ingresso sendo vendido a
R$ 10", afirmou o cartola.
O vazio não foi maior porque
5 mil ingressos foram distribuídos para convidados dos patrocinadores da seleção.
Não fosse por gigantescas
bandeiras hasteadas ao lado do
estádio, o aspecto do lado de fora do Beira-Rio lembrava mais
o de uma partida entre times
pequenos, não uma partida que
foi festejada ao longo dos últimos dias pelo próprio técnico
Dunga como o reencontro com
sua "aldeia". Quando atleta, ele
jogou no Internacional.
Copa-2014
A partida da seleção foi o mote para a prefeitura e o governo
do Rio Grande do Sul fazerem
lobby pela candidatura de Porto Alegre à Copa-2014.
Num almoço com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a governadora Yeda Crusius
(PSDB) e o prefeito José Fogaça (PMDB) prometeram acelerar execução de obras de infraestrutura urbana previstas.
"Que Porto Alegre esteja [entre as subsedes] é quase natural, mas nada que é natural é garantido", disse a governadora.
(PAULO COBOS E GRACILIANO ROCHA)
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