São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Torcida abandona e vaia seleção

Casa de Dunga, Beira-Rio tem ingressos em liquidação com cambistas e vazios nas arquibancadas

Bilhetes são negociados por até um quarto do preço inicial e organizadores até transferem torcedor de lugar para disfarçar buracos

ENVIADO A PORTO ALEGRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Foi ilusão que o torcedor gaúcho estava fechado com o time de Dunga. Com imensos clarões no Beira-Rio, a previsão de casa cheia não se confirmou e houve vaias quando a escalação da seleção foi anunciada. A torcida apupou Elano e se dividiu entre vaias e aplausos ao treinador antes da partida.
Os espaços vazios no Beira-Rio repetiram uma cena já vista nos últimos jogos da seleção brasileira no Rio, onde pelo menos 30% dos lugares disponíveis não foram ocupados.
Não foram anunciados público e renda do jogo. De acordo com a FGF (Federação Gaúcha de Futebol), havia 47,9 mil ingressos à venda. No início da noite, a entidade anunciou que restavam cerca de 3 mil, mas os vazios estavam em toda parte.
A 25 minutos do jogo, cambistas ofereciam ingressos na frente do estádio a preços reduzidos, mas tinham dificuldade de arrumar interessados. Entradas para as cadeiras, que custavam R$ 120, eram vendidas a R$ 30. Para amenizar a impressão de vazio, o acesso às cadeiras foi liberado a torcedores que estavam nas arquibancadas inferiores do estádio.
O presidente da FGF, Francisco Novelletto, responsável pela venda dos ingressos, pôs a culpa nos cambistas. "Eles se embucharam com um monte de ingressos e depois micaram, tinha ingresso sendo vendido a R$ 10", afirmou o cartola.
O vazio não foi maior porque 5 mil ingressos foram distribuídos para convidados dos patrocinadores da seleção.
Não fosse por gigantescas bandeiras hasteadas ao lado do estádio, o aspecto do lado de fora do Beira-Rio lembrava mais o de uma partida entre times pequenos, não uma partida que foi festejada ao longo dos últimos dias pelo próprio técnico Dunga como o reencontro com sua "aldeia". Quando atleta, ele jogou no Internacional.

Copa-2014
A partida da seleção foi o mote para a prefeitura e o governo do Rio Grande do Sul fazerem lobby pela candidatura de Porto Alegre à Copa-2014.
Num almoço com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a governadora Yeda Crusius (PSDB) e o prefeito José Fogaça (PMDB) prometeram acelerar execução de obras de infraestrutura urbana previstas.
"Que Porto Alegre esteja [entre as subsedes] é quase natural, mas nada que é natural é garantido", disse a governadora. (PAULO COBOS E GRACILIANO ROCHA)


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