São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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FUTEBOL

Corinthians defende tabu de quatro anos contra Palmeiras no dia em que 12 atletas devem fazer estréia no clássico

Rivais expõem debutantes por atacado

DA REPORTAGEM LOCAL

O jogo que matará a saudade dos torcedores de assistirem ao clássico entre Corinthians e Palmeiras, hoje, às 16h, no Morumbi, será disputado por uma legião de estreantes nesse duelo.
Juntos, os dois times podem mandar a campo, no início da partida, 12 atletas que jamais participaram desse confronto desde que se tornaram profissionais.
Os corintianos defendem um tabu de quase quatro anos sem perder para o maior rival e devem ter no gramado sete titulares que nunca disputaram o clássico.
O zagueiro Anderson, o volante Rincón, o meia Renato -que atuará improvisado na lateral esquerda- e o atacante Gil são os únicos que já sentiram o gosto de enfrentar o Palmeiras.
Porém nenhum deles estava em campo na última derrota corintiana para os palmeirenses, no dia 8 de junho de 2000, pelas semifinais da Taça Libertadores. O Palmeiras venceu por 3 a 2, triunfou na disputa de pênaltis e foi à final.
O corintiano Rogério, que está contundido e deve ficar fora do jogo de hoje, atuou na ocasião, mas com a camisa do Palmeiras.
Na equipe de Picerni, a situação não é muito diferente para o clássico. Ele também pode mandar para o jogo quase meio time de calouros: Nen, Gláuber, Marcinho, Lúcio e Vágner.
"Não tem mistério. Vai dar aquele friozinho na barriga, a ansiedade de jogar, de chegar logo a hora da partida, mas no final tudo entra nos eixos", disse o técnico.
Os jogadores que estrearão no clássico são atletas que só ganharam espaço nos clubes após a queda palmeirense para a Série B do Brasileiro, principal motivo do jejum de mais de um ano de confrontos entre os arqui-rivais.
"Não acho uma fria entrar nesse jogo na situação em que o nosso time está. É a chance de fazer uma grande atuação", afirmou o volante Wendel, um dos estreantes corintianos. Revelado nas categorias de base do clube, ele ficará com a vaga de Fabrício, lesionado.
Fábio Costa, Coelho, Valdson, Piá, Rodrigo e Jô também enfrentarão o Palmeiras pela primeira vez com a camisa corintiana.
O tabu mantido pelos corintianos serve de motivação para os adversários. Pelo menos é o que dizem os atletas. "Ninguém gosta de ficar sem ganhar do maior rival", disse o meia Pedrinho, que falou pelo time. Ele chegou ao Parque Antarctica em 2001, quando o tabu já tinha começado.
"Sofri duas derrotas e um empate. Num clássico de tradição, como é Flamengo x Vasco no Rio, é sempre bom sair de campo como vencedor", afirmou o meia.
Diferentemente de seus comandados, Picerni evita valorizar a importância da quebra dessa seqüência. "Não tem esse negócio de tabu. Aconteceu um monte de empates nessa série de partidas."
A seqüência favorável ao clube do Parque São Jorge nos últimos anos foi construída com quatro vitórias e três empates.
O técnico corintiano também não enaltece o tabu. "A única coisa que podemos dizer é que vai ser um jogo equilibrado. Os dois times estão em momentos parecidos", disse Oswaldo de Oliveira.
O clássico opõe um dos times mais violentos do Nacional e a equipe que mais apanha, segundo o Datafolha. Enquanto o Corinthians é o segundo time que mais recebeu amarelos (dez) nas três primeiras rodadas, o Palmeiras é a maior vítima da violência -média de 29,7 faltas recebidas. Seu adversário é o sétimo que mais bate: 26,3 infrações por jogo. (RICARDO PERRONE E TONI ASSIS)


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