São Caetano do técnico foi único pequeno a bater grande por 2 gols numa final

Até hoje, 26 jogos válidos por decisões do Paulista envolveram um dos quatro maiores times do Estado contra um outro oponente

DA REPORTAGEM LOCAL

A história do Campeonato Paulista mostra o quanto será difícil a missão do Santo André hoje, às 16h, no Pacaembu.
E, para piorar, o clube não poderá se aconselhar com um dos responsáveis pela única vez em que um dos quatro grandes perdeu um jogo de final do torneio por dois gols de diferença, o resultado que o clube do ABC precisa para ficar com o título.
Até hoje, foram 26 partidas entre grandes e o resto da turma por um mata-mata derradeiro do Estadual. Só em quatro oportunidades a equipe mais modesta venceu um jogo. E em apenas uma, com o São Caetano em 2007, no primeiro duelo da decisão com o Santos, conseguiu ganhar, com um 2 a 0, por mais de um gol.
Na época, o São Caetano era dirigido pelo hoje treinador santista Dorival Jr., que, por não ter suportado com seu time a pressão na partida de volta (o Santos venceu por 2 a 0 e, por ter feito uma campanha melhor, ficou com a taça), mostra muita cautela agora.
"Vamos manter os pés no chão. Nos aproximamos muito de uma primeira conquista [em 2007], que acabou não acontecendo. Sei o quanto seria importante esta conquista", declarou o comedido Dorival.
Sérgio Soares, o técnico do Santo André, não tem como perguntar ao colega de profissão o caminho para ganhar de um grande por dois gols.
Mas os números do Datafolha na vitória do São Caetano em 2007 podem servir como boa dica para o Santo André.
Naquele jogo, o Azulão sufocou o Santos com uma marcação muito forte. Foram 168 desarmes do clube do Grande ABC, contra só 124 da agremiação do litoral sul. Os então comandados de Dorival também não tiveram vergonha de bater -cometeram dobro de faltas (foram 24 contra 12).
No ataque, o principal foi não desperdiçar chances claras. No triunfo de 2007, o São Caetano só finalizou sete vezes, mas quatro foram na direção certa e duas acabaram nas redes. Do outro lado, o Santos teve 18 conclusões, mas apenas sete delas na direção do gol -e nenhuma vazou o goleiro Luiz.

"Nós podemos"
Para o Santo André, uma vitória por dois gols contra o Santos não é algo fora da realidade.
"Quando chegamos a uma final, tudo é possível. Temos atuado muito bem e confiamos que podemos reverter essa situação", declarou Sérgio Soares, que pelo menos pode apostar em um ataque bastante produtivo. O Santo André marcou gols nos 22 jogos que fez pelo Paulista e só fica atrás do Santos na artilharia.
"Acreditamos que podemos ser campeões e vamos lutar até o fim", falou o lateral Cicinho.
Depois da partida de hoje, o Santo André terá pela frente a Série B do Brasileiro. Mas com uma cara bem diferente. Quase metade dos titulares no Paulista deve trocar de clube nos próximos dias.
(PAULO COBOS)