São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Pé torto fez Gil aceitar ser volante

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A dificuldade em soletrar o nome, Gildeixon, ele resolveu facilmente. Virou Gil desde o início na base do clube mineiro URT, seis anos atrás. Já a mudança de posição foi bem mais traumática para o volante do Santo André.
"Eu sempre fui meia- -atacante. Quanto estava no Mogi Mirim, o Argel [ex-zagueiro do Santos] chegou para ser o técnico e perguntou quantos gols eu tinha feito. Acho que, em dez jogos, eu não tinha marcado nenhum. Aí ele falou: "Então comigo não vai ser meia-atacante!".", lembra Gil, 22, rindo.
Consciência, intuição ou o que quer que Argel tenha usado para fazer de Gil um homem de marcação deu certo. De quebra, a exemplo do corintiano Elias e do são-paulino Hernanes, ele ainda vai à frente com frequência.
"O futebol de hoje tem muita força física, é difícil você ver beleza nos jogos. É tudo meio robotizado, então você precisa fazer algo diferente. É por isso que esses volantes atingiram o status atual", afirma Gil sobre os colegas.
A primeira partida da decisão do Paulista contra o Santos, no domingo passado, provou isso.
Principalmente durante a etapa inicial do confronto, quando o Santo André foi amplamente superior ao Santos e marcou 1 a 0, ele não só dava o combate aos adversários que vinham em direção à grande área do Ramalhão como fazia a bola chegar em velocidade aos meias Branquinho e Bruno César.
Segundo o Datafolha, Gil acertou 22 dos 23 passes que tentou, conseguiu 17 desarmes, sendo o maior "ladrão" da equipe junto com o zagueiro Cesinha, e só cometeu uma falta em 90 minutos.
Só não dá pra dizer que o volante foi perfeito porque chutou cinco vezes a gol, todas elas erradas. Ironicamente, foi de um desses equívocos, um arremate na trave, que nasceu o gol que manteve a esperança do seu time, marcado pelo atacante Rodriguinho.


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