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Pé torto fez Gil aceitar ser volante
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A dificuldade em soletrar o nome, Gildeixon, ele
resolveu facilmente. Virou
Gil desde o início na base
do clube mineiro URT,
seis anos atrás. Já a mudança de posição foi bem
mais traumática para o volante do Santo André.
"Eu sempre fui meia-
-atacante. Quanto estava
no Mogi Mirim, o Argel
[ex-zagueiro do Santos]
chegou para ser o técnico e
perguntou quantos gols eu
tinha feito. Acho que, em
dez jogos, eu não tinha
marcado nenhum. Aí ele
falou: "Então comigo não
vai ser meia-atacante!".",
lembra Gil, 22, rindo.
Consciência, intuição
ou o que quer que Argel tenha usado para fazer de
Gil um homem de marcação deu certo. De quebra, a
exemplo do corintiano
Elias e do são-paulino
Hernanes, ele ainda vai à
frente com frequência.
"O futebol de hoje tem
muita força física, é difícil
você ver beleza nos jogos.
É tudo meio robotizado,
então você precisa fazer
algo diferente. É por isso
que esses volantes atingiram o status atual", afirma
Gil sobre os colegas.
A primeira partida da
decisão do Paulista contra
o Santos, no domingo passado, provou isso.
Principalmente durante
a etapa inicial do confronto, quando o Santo André
foi amplamente superior
ao Santos e marcou 1 a 0,
ele não só dava o combate
aos adversários que vinham em direção à grande
área do Ramalhão como
fazia a bola chegar em velocidade aos meias Branquinho e Bruno César.
Segundo o Datafolha,
Gil acertou 22 dos 23 passes que tentou, conseguiu
17 desarmes, sendo o
maior "ladrão" da equipe
junto com o zagueiro Cesinha, e só cometeu uma falta em 90 minutos.
Só não dá pra dizer que o
volante foi perfeito porque
chutou cinco vezes a gol,
todas elas erradas. Ironicamente, foi de um desses
equívocos, um arremate
na trave, que nasceu o gol
que manteve a esperança
do seu time, marcado pelo
atacante Rodriguinho.
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