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Taça pode coroar a trajetória santista de superação
Desconfiança com reforços, resquícios de um 2009 pífio e pressa na montagem se transformam em base de sucesso
Enquanto Dorival Jr. se diz surpreso com o rendimento da equipe, Robinho celebra nova fase após passagem ruim pelo Manchester City
LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
É difícil crer que alguém, no
começo o ano, apostava que o
Santos pudesse chegar ao título
do Campeonato Paulista. E,
mesmo que acreditasse, talvez
não imaginasse que pudesse
ser de forma tão incontestável.
A confirmação do 18º título
estadual da história do clube
selará histórias de superação
de jogadores e do próprio clube.
Afinal, há apenas quatro meses, o Santos Futebol Clube era
um enorme ponto de interrogação, com as trocas de presidente e de técnico e com um time cuja base fracassara no ano
passado. Os reforços, jogadores
com muita rodagem e pouco
sucesso, não provocaram muita
inspiração nos torcedores.
Mas foi justamente a base de
2009, que deixou o time na 12ª
colocação no Brasileiro, e as
contratações que o transformaram na grande sensação deste
primeiro semestre. E, como o
técnico Dorival Jr. gosta de frisar, o Santos se tornou um bom
time em pouquíssimo tempo.
"Para ser sincero, fiquei bastante surpreso com a resposta
que a equipe deu em campo.
Não esperava que as coisas pudessem acontecer tão rapidamente", disse o treinador, que,
assim como toda a torcida santista, jamais imaginava que Robinho pudesse voltar. E, ainda
por cima, jogando bem.
Surpresa a torcida do Santos
ficou também com o papel que
jogadores como Pará, Léo,
Arouca, Edu Dracena, Marquinhos e Felipe tiveram nesta
possível conquista do clube.
Alguns deles quase deixaram
a equipe no começo do ano, como Léo e Pará. Arouca não queria sair do São Paulo, e Edu
Dracena se recuperava de interminável contusão no joelho.
Mesmo os mais badalados
atletas começaram o ano ainda
sob o rótulo de promessas.
A começar pela dupla Neymar-Paulo Henrique Ganso,
que surgiu no Estadual do ano
passado, mas falhou na final
contra o Corinthians. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, eles oscilaram entre a
reserva e a titularidade no Brasileiro e pouco convenceram.
Na véspera da abertura do
Paulista-2010, em entrevista à
Folha, reconheceram que
2009 não tinha sido um ano
bom e prometeram "assumir" o
então embrionário Santos.
Mais do que superar 2009,
eles sobraram em campo e lideraram o time alvinegro numa
campanha quase irretocável.
André, pouco utilizado no
ano passado, tornou-se referência no ataque. E, no começo
do ano, Dorival Jr. insistia que
o time precisava de um centroavante. Parou com o discurso quando ele começou a marcar um gol atrás do outro.
O Estadual de 2010 também
foi palco de superação para o já
consagrado Robinho, bicampeão nacional pelo Santos. Encostado no Manchester City,
viu no clube uma chance de não
sumir das vistas de Dunga e garantir sua vaga na Copa.
"Estou realmente muito feliz
no Santos. Meu momento é
muito bom, estou feliz e espero
ficar no clube para ganhar mais
títulos", afirmou o camisa 7.
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