São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009

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"Calouro", Leonardo se inspira no Brasil de 82

Treinador sonha com Milan vistoso na esteira do Barcelona de Guardiola

Técnico novato assume o time italiano contando com a permanência de Kaká e a melhora de Ronaldinho para tentar repetir equipe de Telê


Paolo Bona/Reuters
Leonardo, que vai assumir como técnico do Milan, e Adriano Galliani, vice-presidente do clube

DA REPORTAGEM LOCAL

Leonardo está só começando uma nova carreira, mas inspirado em um dos mais festejados técnicos do futebol: Telê Santana. Apresentado ontem como novo treinador do Milan, o ex-lateral e meia disse que tem como ideal a seleção brasileira de 1982 que caiu ante a Itália na Copa da Espanha.
""A seleção de 82 é uma referência como modo de jogar. Tive o Telê como treinador por quatro anos e entendi muito o que ele queria transmitir. O Brasil já era ofensivo e ele queria um time ainda mais ofensivo. Isso me marcou, faz parte da minha formação. Aquele time com Sócrates, Zico, Cerezo, Falcão, com dois laterais que jogaram como Leandro e Júnior, dava prazer ver", disse o sucessor de Carlo Ancelotti.
A Itália venceu por 3 a 2 e eliminou o Brasil de 1982, que ficou com fama de time de ótimo futebol, mas sem resultados.
""Claro que estamos falando dos anos 80. Passaram-se 27 anos, alguns valores permanecem, outros não. Aquele time é uma referência para mim", afirmou Leonardo, que tenta seguir os passos de Guardiola, que assumiu, jovem (38 anos), o Barcelona e ganhou vários títulos na primeira temporada.
Leonardo, 39, assinou por dois anos com o Milan, que não conquistou troféus nesta temporada, mas jogará a Copa dos Campeões na próxima.
""Nunca fui técnico, mas me sinto em condições. Estou feliz, em uma nova aventura, e espero que seja algo positivo. Ancelotti e meu filho foram os maiores incentivadores. Humildade e vontade de fazer formam a base sólida desta aventura."
Como Guardiola, Leonardo conhece bem o clube que assume. Além de ter sido atleta do Milan, ele era diretor do time -foi importante, por exemplo, na contratação de Kaká.
Quinto brasileiro a dirigir um time de elite na Itália, ele tentará quebrar um tabu. Os antecessores não conseguiram títulos, no máximo vices nacionais. O último foi Sebastião Lazaroni, que comandou a Fiorentina logo após a Copa de 1990.
Leonardo conta com a permanência de Kaká, que está na mira de Chelsea e Real Madrid. Ontem, em Teresópolis, onde está com a seleção brasileira, o meia se recusou a comentar sobre sua possível negociação.
""Sobre os boatos que cercam Kaká, repito que ele é um jogador do Milan. A única oferta foi a do Manchester City. Agora, só há interesses", falou.
Para ele, Ronaldinho rendeu bem nos seis primeiros meses de Milan e depois, por problemas físicos, caiu de produção. Mas aposta que vai melhorar.


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