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Treinador pede desculpas por frustração, elogia "medalhões" e volta a apostar na classificação para o Mundial
Scolari diz que decepcionou torcedores
DO ENVIADO A MONTEVIDÉU
Coerente a seu estilo "paizão",
Luiz Felipe Scolari isentou os jogadores de culpa pela derrota da
seleção e pediu desculpas por ter
frustrado a expectativa do torcedor brasileiro, que apoiou em peso a sua contratação.
"Não muda nada a minha expectativa com relação ao grupo
que convoquei e aos jogadores
que utilizei. Eles não os decepcionaram [o torcedor". Eu os decepcionei no primeiro jogo, mas tenho muitos outros pela frente."
Ele acrescentou que continua
acreditando "100%" na classificação brasileira à Copa.
Apesar da apatia da equipe brasileira ontem, o técnico disse que
ficou satisfeito com a disposição
dos seus comandados -o problema, segundo ele, foi a ineficiência na armação de jogadas.
"Em termos de pegada, vontade, garra, fomos bem, não tivemos nada diferente do Uruguai.
Faltou-nos criatividade, e a ambição de chegar ao gol foi pouca.
Criamos pouquíssimas chances,
assim como eles."
Questionado sobre até quando
iria insistir em manter Romário
no time, disse: "Até quando o treinador achar que ele é um grande
jogador e tem qualidade para estar no grupo".
Sobre Rivaldo, afirmou: "Repito
que não é o Rivaldo sozinho que
vai salvar o Brasil. Não é o Rivaldo
que vai fazer a seleção ir bem, somos nós que não estamos conseguindo achar o caminho".
Scolari também defendeu Roque Júnior, que decepcionou na
função de conduzir a bola da defesa ao meio-campo.
No jogo de ontem, Scolari exerceu uma das marcas de sua carreira de técnico, a catimba.
Contrariando determinação da
Fifa de que as seleções entrem em
campo ao mesmo tempo, o técnico mandou o seu time subir ao
gramado antes dos uruguaios. Os
organizadores ordenaram que o
time voltasse aos vestiários.
Logo no início do jogo, o técnico
orientou Barreto, um roupeiro da
seleção, para afastar o microfone
de uma emissora de TV ao lado
do banco. Um funcionário da
emissora foi ao local e aproximou
novamente o microfone do "cercado". Scolari tirou o aparelho e
bateu boca com os representantes
da emissora. Um funcionário da
Fifa deu razão a Scolari.
O técnico lamentou o fato de o
juiz não ter dado gol no lance em
que o goleiro uruguaio teria entrado com a bola no gol. "A bola
entrou, mas o juiz não deu. Aí,
não vale nada."
Ontem, na chegada a São Paulo,
Scolari foi muito aplaudido no aeroporto de Guarulhos.
O goleiro Marcos, um dos homens de confiança do técnico,
disse, em São Paulo, que ele "pediu para o grupo levantar a cabeça". "Está difícil, mas temos todas
as condições de chegar à Copa."
O técnico deve viajar a Belo Horizonte para cuidar de sua mudança para Canoas (RS). Na quarta, Scolari terá uma reunião com a
comissão técnica e com a direção
da CBF para definir a programação da seleção neste mês.
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