São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2001

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Treinador pede desculpas por frustração, elogia "medalhões" e volta a apostar na classificação para o Mundial

Scolari diz que decepcionou torcedores

DO ENVIADO A MONTEVIDÉU

Coerente a seu estilo "paizão", Luiz Felipe Scolari isentou os jogadores de culpa pela derrota da seleção e pediu desculpas por ter frustrado a expectativa do torcedor brasileiro, que apoiou em peso a sua contratação.
"Não muda nada a minha expectativa com relação ao grupo que convoquei e aos jogadores que utilizei. Eles não os decepcionaram [o torcedor". Eu os decepcionei no primeiro jogo, mas tenho muitos outros pela frente." Ele acrescentou que continua acreditando "100%" na classificação brasileira à Copa.
Apesar da apatia da equipe brasileira ontem, o técnico disse que ficou satisfeito com a disposição dos seus comandados -o problema, segundo ele, foi a ineficiência na armação de jogadas.
"Em termos de pegada, vontade, garra, fomos bem, não tivemos nada diferente do Uruguai. Faltou-nos criatividade, e a ambição de chegar ao gol foi pouca. Criamos pouquíssimas chances, assim como eles."
Questionado sobre até quando iria insistir em manter Romário no time, disse: "Até quando o treinador achar que ele é um grande jogador e tem qualidade para estar no grupo".
Sobre Rivaldo, afirmou: "Repito que não é o Rivaldo sozinho que vai salvar o Brasil. Não é o Rivaldo que vai fazer a seleção ir bem, somos nós que não estamos conseguindo achar o caminho".
Scolari também defendeu Roque Júnior, que decepcionou na função de conduzir a bola da defesa ao meio-campo.
No jogo de ontem, Scolari exerceu uma das marcas de sua carreira de técnico, a catimba.
Contrariando determinação da Fifa de que as seleções entrem em campo ao mesmo tempo, o técnico mandou o seu time subir ao gramado antes dos uruguaios. Os organizadores ordenaram que o time voltasse aos vestiários.
Logo no início do jogo, o técnico orientou Barreto, um roupeiro da seleção, para afastar o microfone de uma emissora de TV ao lado do banco. Um funcionário da emissora foi ao local e aproximou novamente o microfone do "cercado". Scolari tirou o aparelho e bateu boca com os representantes da emissora. Um funcionário da Fifa deu razão a Scolari.
O técnico lamentou o fato de o juiz não ter dado gol no lance em que o goleiro uruguaio teria entrado com a bola no gol. "A bola entrou, mas o juiz não deu. Aí, não vale nada."
Ontem, na chegada a São Paulo, Scolari foi muito aplaudido no aeroporto de Guarulhos.
O goleiro Marcos, um dos homens de confiança do técnico, disse, em São Paulo, que ele "pediu para o grupo levantar a cabeça". "Está difícil, mas temos todas as condições de chegar à Copa."
O técnico deve viajar a Belo Horizonte para cuidar de sua mudança para Canoas (RS). Na quarta, Scolari terá uma reunião com a comissão técnica e com a direção da CBF para definir a programação da seleção neste mês.


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