São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007 |
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JUCA KFOURI Robinho salva a pátria
ROBINHO BATEU mal o pênalti que o Chile deu de graça à seleção da CBF. Mas fez o gol. Até então, 36min do primeiro tempo, só ele jogava futebol. E foi ele quem chutou a primeira bola brasileira entre as três traves chilenas. Porque no futebol de hoje em dia em que se diz que a objetividade é tudo e no qual não há lugar para a fantasia, Robinho insistiu em ser fantasioso e era o único perigo para o rival, retrancado e um pouco desleal demais. No segundo tempo, ele nem jogou tanto quanto no primeiro, mas foi arrasador por insistir em pegar a bola e partir para cima e pelos outros dois gols, um com um toquinho que poucos sabem dar (se perde, diriam que foi irresponsabilidade) e outro após deixar três chilenos na saudade e fuzilar o goleiro. Antes disso, se o Chile tivesse empatado não teria sido nada demais, porque se o talento de Robinho o destruiu, o time de Dunga não se impôs, ao contrário, por pouco não levou gol de uma seleção só voluntariosa e atrevida. O time de Dunga, na verdade, não é um time e sua cabeça está mais para os brucutus do que para os talentosos, tanto que tem um Robinho só e diversos volantes, todos ao mesmo tempo. Eu, hein? Rodada paulista Só o Palmeiras se deu bem na oitava rodada do Brasileirão. Porque mesmo esfacelado, mas bem organizado e com gana admirável, superou o arqui-rival Corinthians, que era o favorito. Já o São Paulo deixou de ganhar dois pontos em Floripa, mesmo que merecesse vencer. O Santos voltou a mostrar que ou se reforça ou penará como a maioria, noves fora o Botafogo, neste Brasileirão maltratado pela CBF. Luz no Corinthians Alberto Dualib está desmoralizado. E traído por alguns de seus pares que o abandonaram na hora em que ele teve suas contas reprovadas. Bem feito. Ele sabia com quem estava se metendo não só ao fazer a parceria com a MSI, mas, também, quando fez vice-presidentes figuras que foram simbolicamente homenageadas pelo número de votos da desaprovação, exatos 171. Se este é o número do estelionato no Código Penal, o 23 é o do artigo da Lei Pelé que permite tirar Dualib imediatamente da presidência alvinegra. E só graças ao texto legal, por sinal, tão rejeitado pelo s que são contra a transparência na gestão esportiva, foi possível conhecer os números do balanço recheado de improbidades do insepulto cartola. Ponto para a lei, portanto. Cabe, agora, aos homens de bem que vivem o dia-a-dia alvinegro, adotar as soluções que permitam botar uma pedra definitiva sobre a danosa parceria, democratizar o estatuto do clube e partir para um projeto que, às vésperas do primeiro centenário corintiano, faça do futebol do Corinthians uma atividade compatível com o século 21. Não serão tempos fáceis, porque a dívida está novamente na estratosfera, mas ou começa tudo de novo ou a desgraça não terá fim. Porque quem insiste em flertar com o dinheiro espúrio não está contra Dualib por seus defeitos, mas apenas quer gozar das mesmas facilidades que lhe permitiram tratar o Corinthians como coisa sua, ou como Cosa Nostra.
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