São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Renato Gaúcho diz que trabalho será carimbado por taça

Técnico do Flu esquece a modéstia e afirma que será o 1º do país a conquistar a Libertadores como atleta e treinador

Polêmico, defende boleiros baladeiros, prefere a prática à teoria e reafirma que um dia chegará a sua vez de dirigir a seleção brasileira

DA SUCURSAL DO RIO

Próximo de se tornar o primeiro brasileiro a conquistar a Libertadores da América como jogador e treinador, Renato Gaúcho deixou a modéstia de lado às vésperas da decisão contra a LDU, do Equador.
Em entrevista à Folha, ele afirmou que os cariocas vão "ser campeões", diz saber tudo sobre futebol e declarou que não gosta de teoria no campo.
Ao contrário dos técnicos disciplinadores, Renato acredita que ""jogador não é escravo" e permite que seus pupilos caiam na noite desde que rendam depois no jogo.
O ex-jogador, que venceu a Taça Libertadores em 1983 com o Grêmio, contou também que deseja comandar a seleção brasileira e afirma ter tido relação sexual com mais de mil mulheres. (SÉRGIO RANGEL)

 

FOLHA - Após perder a primeira partida, você acredita no título?
RENATO -
Nós vamos ser campeões. O time deles é bom, mas sou mais o meu. Passamos por vários gigantes, São Paulo, Boca Juniors. Precisávamos fazer dois gols no São Paulo e fizemos três. Por que não podemos fazer três gols na LDU? Não estou falando da boca para fora.

FOLHA - Como você define o seu estilo de trabalho?
RENATO -
Gosto da prática. Não gosto de teoria. Quando quero que o jogador faça algo, eu mostro no campo. Por isso, acho que tenho vantagem diante dos outros. Este lado jogador me ajuda muito. Conheço tudo. O jogador não fica em dúvida. Quando ele me olha, sei o que está pensando pela experiência que tenho. Na sala de aula, é diferente. O professor só mostra. Prefiro mostrar na prática. No futebol, a maior parte é dentro do campo. Sei que ali é que eles vão ganhar. Se ficar só na teoria, não se chega a lugar algum.

FOLHA - Você foi um jogador polêmico. Gostava da noite, namorou belas mulheres, tomava cerveja. Um jogador com o seu perfil tem espaço neste time do Fluminense?
RENATO -
Claro. O Renato jogaria porque era fora de série (risos). Prefiro um cara que saia na noite, tome o seu chope, vá a uma boate, mas chegue ao dia do jogo e dê trabalho para o adversário. Não gosto destes que vão dormir às 20h, tomam suco de laranja, mas não vejo em campo no domingo. Falo aos jogadores para fazerem o que quiserem lá fora. Mas digo que, dentro do clube, é comigo. Se eles não renderem no campo, eles ficam de fora. Agora, se fizerem a parada deles lá fora, mas se garantindo no campo, não tem problema. Jogador não é escravo.

FOLHA - Você já disse que pretende dirigir a seleção brasileira. Sente-se pronto para o cargo?
RENATO -
O treinador que fala que não quer chegar à seleção é um mentiroso. Não estou falando que é agora. Um dia vai chegar [a oportunidade]. Vários já estiveram lá, mas deixa o Dunga trabalhar.

FOLHA - Você já usou drogas?
RENATO -
Isto é de cada um. Nunca me envolvi com drogas. Cada um é dono do seu nariz. Não tenho nada contra, mas cada um vive sua vida. Não vou mudar o mundo, mas não gosto de drogas. Bebo o meu chope, o meu vinho... Isto faz mais minha cabeça do que drogas.

FOLHA - É verdade que você fez mais sexo do que gols?
RENATO -
(risos) Muito mais mulher (risos). Mas deixa isto para lá. Eu transei com mil mulheres antes dos 20 anos. Segue. Faça outra pergunta.

FOLHA - Qual a importância da Libertadores para a sua carreira de treinador?
RENATO -
Vai carimbar o meu trabalho. Estou muito feliz de ter chegado aqui, algo inédito para todos. Podemos ganhar o maior título da história do clube. Eu já estou na história do Fluminense. Fiz o gol de barriga [que deu o título do Estadual de 95] e agora ajudei a levar o clube para a final da Libertadores. Quero ficar ainda mais importante. Além disto, serei o primeiro brasileiro a conquistar a Libertadores da América como treinador e jogador.


Texto Anterior: Torneio tem marca do improvável e ineditismo
Próximo Texto: Há 50 anos: Rio recebe o escrete com festa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.