São Paulo, quinta-feira, 02 de julho de 2009

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Corinthians fecha meio, irrita Inter e garante o título

Bem postada em campo, equipe domina ações, mas relaxa e permite o empate do rival, que depois perde o controle

Internacional 2
Corinthians 2

DOS ENVIADOS A PORTO ALEGRE

Havia a promessa de um inferno no Beira-Rio, feita pelos cartolas colorados. Havia reclamações do Internacional de supostos favorecimentos de arbitragem ao Corinthians.
A consequência foi um jogo nervoso, com impaciência e agressões dentro do campo, principalmente protagonizadas pelos jogadores colorados.
Nem a vantagem corintiana construída no primeiro tempo, que praticamente lhe dava o título, amenizou o clima tenso, que resultou em dois jogadores expulsos, mais o técnico Mano Menezes, do Corinthians.
Poucos minutos do primeiro tempo e D'Alessandro já peitava atletas do Corinthians e o árbitro. Após dois ataques, tomou seu cartão amarelo.
Mais tranquilo em campo, o time paulista soube aproveitar os espaços da defesa rival.
Aos 21min, André Santos avançou pela esquerda e cruzou com perfeição para Jorge Henrique, sozinho no meio da área, fazer de cabeça. Foi seu segundo gol nas duas partidas da decisão diante do Inter.
Aos 28min, Ronaldo, que perdeu dois gols, deu belo toque para André Santos, que chutou forte e preciso no ângulo, aumentando a vantagem.
A supremacia corintiana pode ser explicada pelo esquema de Mano Menezes, no qual os dois atacantes, Jorge Henrique e Dentinho, fechavam o meio de campo. Assim, o time paulista marcava com nove homens -a exceção era Ronaldo-, enquanto o Inter tinha uma linha de três homens ofensivos que não ajudavam atrás.
Esse cenário pôde ser visto desde o início do jogo. A torcida colorada demonstrava impaciência com a necessidade do gol e pedia pressão -contava até o tempo em que a bola ficava com o goleiro Felipe.
Só que, bem postado em campo, o Corinthians não dava espaço e irritava os adversários.
E a única ameaça real ao gol corintiano na primeira etapa foi um chute de Nilmar, bem defendido por Felipe.
"Praticamente [botamos a mão na taça]. Mas faltam mais 45 minutos", afirmou Douglas, no intervalo. "É muito difícil tomarmos seis", reconheceu o goleiro Felipe, errando o número de gols necessários ao Inter para obter o título.
Para o segundo tempo, a calma corintiana se tornou até excessiva, como já acontecera em outros jogos da Copa do Brasil.
Acreditando já ter garantido um placar amplo, o Corinthians relaxou a partir dos 20min. Seis minutos depois, Alecsandro recebeu na frente de Felipe e fez o primeiro gol. Também o atacante, em nova distração corintiana, marcou o segundo, em cabeçada.
Então, Christian caiu em campo para fazer cera. D'Alessandro o atacou para tirá-lo logo do gramado. Outros jogadores do Inter o seguiram.
Armou-se uma confusão entre os times, e o árbitro expulsou o meia argentino. Foi a senha para D'Alessandro tentar bater em William: perseguiu-o pelo campo, mas o capitão corintiano evitou o confronto e, assim, o cartão vermelho.
Sem um jogador, o Inter perdeu o ímpeto. E passou a bater, de forma ríspida. O Corinthians evitava fazer o mesmo, mas Elias, após uma entrada mais dura, também acabou expulso. O técnico corintiano saiu por invadir o campo. Mas voltou a campo para festejar.
(PAULO GALDIERI E RODRIGO MATTOS)

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