São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2010

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2006 - 2010 - 2014

Se vencer hoje, seleção deixa para trás fiasco na Alemanha e vai fazer jogo centenário na abertura da Copa no Brasil

Holanda x Brasil
Seleção joga em Port Elizabeth, às 11h, pela vaga nas semifinais

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A PORT ELIZABETH

Vencer a Holanda hoje, para o Brasil, significa não só continuar vivo na Copa mas ajudar a apagar quatro anos e a avançar outros quatro.
O confronto pelas quartas de final, no estádio Nelson Mandela Bay, levará, bem ou mal, a seleção a se lembrar da fracassada campanha na Alemanha e, dependendo do resultado, fará da transição para a Copa brasileira de 2014 algo inesquecível.
Se passar hoje, o Brasil encerrará esta Copa com 99 jogos e fará da abertura do Mundial no país uma partida histórica, a centésima.
Será a primeira vez que uma seleção chegará à marca centenária em Mundiais.
O triunfo fará também o time dirigido por Dunga superar a campanha de 2006, que acabou de forma desoladora, depois de um passeio da França comandada por Zidane nas quartas de final.
Aquela derrota por 1 a 0, gol de Thierry Henry, desencadeou uma das mais importantes mudanças de mentalidade da seleção na história.
Ao colocar Dunga no comando, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, rompeu com padrão característico da seleção: de autonomia e privilégios às estrelas do time.
Com Dunga não há privilégios aos medalhões, a seleção brasileira nunca foi tão fechada, e Teixeira, o barão da Copa de 2014, vai colher os frutos dessa mudança radical ou afundar com ela.
Uma eventual eliminação obrigará o cartola a lidar com uma crise nos mesmos dias em que espera transformar o Brasil na capital mundial do futebol com sua Copa.
No próximo dia 8, um evento em Johannesburgo, com a presença do presidente Lula, vai lançar oficialmente o Mundial brasileiro.

"O PASSADO NÃO CONTA"
"As partidas são cada vez mais emocionantes, de mais qualidade técnica. E o que ficou para trás conta cada vez menos", diz Dunga, que encarou duas vezes a Holanda em Copas quando era atleta.
Nas duas vezes, uma em 1994 e outra em 1998, saiu vitorioso. Na última, foi um dos que converteram os pênaltis (quatro certos no total) que levaram o Brasil à final. "O pênalti tinha que reconfirmar o título de 94. Caso contrário, iam dizer que foi sorte. Para mim, eram os últimos jogos na seleção", disse ele.
Dunga defendeu a seleção naqueles Mundiais. "Ser vice [em 98] e campeão [94] é muito bom", falou o técnico.
Por enquanto, os brasileiros têm retrospecto favorável. A Holanda, em Copa, só passou pelo Brasil uma vez, em 1974. "Tomara que continue assim, a nosso favor", afirmou Dunga. Para o bem dele, para esquecer o fiasco da Alemanha, para que a Copa do Brasil não comece com um gosto amargo da África.


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