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FOCO
Vício em futebol se compara a alcoolismo, afirma médico
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE SÃO PAULO
Antonio deixou a mulher
no hospital, a minutos do
parto de uma gravidez complicada, para ver a Matonense, do interior paulista, jogar.
Leônidas vendeu o sítio da
família para ir ao Mundial de
Clubes no Japão com o Inter.
Para eles, vale a máxima
"o futebol é o ópio do povo".
São viciados e precisam de
tratamento, afirma o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira,
do Proad (Programa de
Orientação e Atendimento a
Dependentes), de São Paulo.
Assim como alcoólatras, o
boleiro fanático não crê ter
perdido o controle. "É vício
porque [o paciente] só pensa
naquilo. Não consegue trabalhar e ter vida social."
Leônidas Costa Ferias, 42,
viajava num ônibus do Inter
que foi incendiado no Paraguai. Fugiu da cama com
pneumonia para ir a um jogo.
E isso foi só o começo. Em
2006, convenceu a mulher de
que torcer era melhor do que
trair, juntou R$ 18 mil com a
venda do sítio da família e foi
ao Japão atrás do Inter.
Já o corintiano Marcos
Schiavo, 29, foi a Recife e gastou R$ 1.000 em 23 horas.
Queria ver o time jogar, mesmo sem garantia de ingresso.
Antonio Donato, 66, não
dorme se a Matonense perde.
Xinga atletas, repassa lances
do jogo, revira-se na cama.
Se o próprio boleiro não se
vê como viciado, familiares
também podem ter dificuldade para detectar o problema,
aponta o psiquiatra Silveira.
"Há esse glamour da paixão nacional pelo futebol
que até reforça o comportamento patológico. Imagine
se a sociedade tivesse a mesma tolerância com jogadores
compulsivos. Seria um desastre!"
(ANNA VIRGINIA BAL-LOUSSIER, FILIPE MOTTA, NÁDIA
GUERLENDA CABRAL E THAIS BILENKY)
Descubra se você é viciado em futebol
http://treinamento.folhasp.com.br/treinamento/futebolevicio/
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