São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2010

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FOCO

Vício em futebol se compara a alcoolismo, afirma médico

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE SÃO PAULO

Antonio deixou a mulher no hospital, a minutos do parto de uma gravidez complicada, para ver a Matonense, do interior paulista, jogar.
Leônidas vendeu o sítio da família para ir ao Mundial de Clubes no Japão com o Inter.
Para eles, vale a máxima "o futebol é o ópio do povo".
São viciados e precisam de tratamento, afirma o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes), de São Paulo.
Assim como alcoólatras, o boleiro fanático não crê ter perdido o controle. "É vício porque [o paciente] só pensa naquilo. Não consegue trabalhar e ter vida social."
Leônidas Costa Ferias, 42, viajava num ônibus do Inter que foi incendiado no Paraguai. Fugiu da cama com pneumonia para ir a um jogo.
E isso foi só o começo. Em 2006, convenceu a mulher de que torcer era melhor do que trair, juntou R$ 18 mil com a venda do sítio da família e foi ao Japão atrás do Inter.
Já o corintiano Marcos Schiavo, 29, foi a Recife e gastou R$ 1.000 em 23 horas. Queria ver o time jogar, mesmo sem garantia de ingresso. Antonio Donato, 66, não dorme se a Matonense perde.
Xinga atletas, repassa lances do jogo, revira-se na cama.
Se o próprio boleiro não se vê como viciado, familiares também podem ter dificuldade para detectar o problema, aponta o psiquiatra Silveira.
"Há esse glamour da paixão nacional pelo futebol que até reforça o comportamento patológico. Imagine se a sociedade tivesse a mesma tolerância com jogadores compulsivos. Seria um desastre!"
(ANNA VIRGINIA BAL-LOUSSIER, FILIPE MOTTA, NÁDIA GUERLENDA CABRAL E THAIS BILENKY)

Descubra se você é viciado em futebol
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