São Paulo, sábado, 02 de julho de 2011

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JOSÉ ROBERTO TORERO

É terno o retorno


A volta de um atleta a um clube é como reatar um namoro: ou se mata a saudade ou ela se suicida


LIEDSON REGRESSOU ao Corinthians sem muito alarde, mas foi um bom substituto para Ronaldo (não no marketing, mas nos gols, que é o mais importante).
Edno saiu da Lusa e passou por Corinthians e Botafogo sem deixar saudade; porém mal voltou ao Canindé e já é o segundo artilheiro da Série B.
Léo retornou ao Santos um tanto idoso (fará 36 anos na próxima semana), mas não está decepcionando a torcida.
Valdivia frequenta mais o departamento médico que o centro de treinamento.
E Luis Fabiano foi uma grande recontratação do São Paulo, mas continua com problemas no joelho.
A volta de um jogador a um time é sempre uma incógnita, um mistério. Algumas vezes ele está mais velho, sem a mesma motivação, com intermináveis problemas físicos. Noutras, mais raras, está mais esperto e experiente, jogando ainda melhor do que quando partiu.
É mais ou menos como voltar com uma antiga namorada. Ou se revivem os bons momentos, ou se percebe que eles nunca mais virão. Ou se mata a saudade, ou ela se suicida.
Há ainda uma terceira via: o retorno pode ser breve, apenas uma agradável e nostálgica noite. Foi o caso de Robinho, que teve uma volta rápida ao Santos. O renamoro foi curto, de apenas um semestre, mas foi o mais vistoso semestre da história do clube depois da era Pelé. O time mostrou um futebol de sonho, ganhou o Paulista e a Copa do Brasil, e as goleadas foram rotina.
O caso de Romário e Vasco mais parece o casamento entre Elizabeth Taylor e Richard Burton. Três vezes o baixinho retornou ao Vasco e, nas três, deu alegrias ao clube. Na primeira, ganhou a Copa Mercosul (marcando três vezes numa virada inesquecível sobre o Palmeiras), conquistou um campeonato nacional e foi duas vezes artilheiro do Brasileiro. Na segunda, já com 39 anos, novamente foi o goleador do Brasileiro. E, na última, fez seu pretenso gol mil.
Zico já teve uma volta mais conturbada. Logo depois que chegou da Udinese, sofreu uma falta de Márcio Nunes e teve que operar três vezes o joelho. Mas ainda mostrou classe e eficiência, dribles rápidos e cobranças perfeitas, e ganhou a Taça União de 1987.
Pois bem, caro leitor e caríssima leitora, falando em voltas, também eu estou voltando a esta coluna. Meu joelho está pior que o de Luis Fabiano, sou mais velho que Léo e, assim como Valdivia, estou meio fora de forma. Mas espero entrar em campo toda semana, fazer alguns gols de letra e dar alegria a vós, torcedores, digo, leitores.


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