São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2007

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Vice diz que assume com poder pleno

DA REPORTAGEM LOCAL

Clodomil Antonio Orsi, 70, nem assumiu o cargo de presidente do Corinthians e já sofre pressão de torcedores. Ontem, ao deixar a sala de Alberto Dualib, foi realmente notado pela primeira vez depois de 44 anos como conselheiro do clube. E afirma que só aceitou a missão porque terá plenos poderes.
Por isso, não administrará com uma comissão. "Criar comissão, eu aprendi, é arrumar confusão", afirmou.
"Nunca tive pretensão de ser o presidente", falou ele, que preside, há 15 anos, a Associação dos Serventuários de Justiça do Estado.
No clube, além de vice-presidente eleito, já foi diretor financeiro em 1993 e sempre esteve aliado com Dualib. "Minha primeira missão será fazer uma varredura para saber onde estou pisando", afirmou, fazendo questão de desassociar seu nome com o do presidente licenciado, réu em processo por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
"Não tenho qualquer ligação com processo nem nada. Eu sou um nome pela minha retidão", afirma.
Orsi não quis dizer se irá substituir o atual vice de futebol do clube, Rubens Gomes, ou Renato Duprat, braço direito de Dualib. "A intenção é afastar todos aqueles que provocaram essa situação em que está o clube."
Mas diz que precisa dar "paz para os jogadores".
O novo presidente corintiano, que tomará posse na próxima segunda-feira, pede união aos grupos de oposição. "Sem isso, não dá para governar. O governo federal está aí para mostrar isso."
E diz que vai chamar o grupo de Andrés Sanches para ajudar na análise da gestão Dualib. Mas terá um auditor no grupo, Moacir Vieira, para acompanhar a investigação.
Por conta da possibilidade da reunião do Conselho da próxima terça-feira não ser realizada, Orsi sofreu pressão de integrantes do movimento "Fora Dualib".
Alguns, mais exaltados e até com o dedo em riste na cara do novo presidente, disseram que irão responsabilizá-lo se ela não ocorrer.
Nervoso, Orsi acendeu um cigarro enquanto era questionado e disse que é "favorável" à realização do encontro, mas que isso depende do presidente do órgão, Carlos João Eduardo Senger.
Orsi disse não acreditar que Dualib e o vice Nesi Curi, voltem a ocupar seus cargos.
"Eles não têm condições psicológicas para isso. Querem salvar seus nomes", analisou, dizendo que sentiu Dualib "baqueado" ao entregar a carta de afastamento.
"Ele [Dualib] acha que pode ter cometido erros, mas sempre querendo acertar. Eu já vi muitas vitórias dele, mas hoje [ontem] ele não estava com aquele sorriso habitual que o marcou." (EAR)


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