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saída estratégica
Dualib se afasta e divide a oposição
Presidente e o vice Nesi Curi se retiram do Corinthians por 60 dias com alegação de preparar defesa contra acusações
Decisão faz os opositores
debaterem se há sentido em
realizar a reunião de terça que poderia dar início a um processo de impeachment
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Alberto Dualib, 87, pediu
afastamento do cargo de presidente do Corinthians. O dirigente e seu vice Nesi Curi, 82,
assinaram termo na tarde de
ontem em que se retiram do
clube por 60 dias.
Dualib e Curi entregaram
cartas com o pedido de licença
ao presidente do Cori (Conselho de Orientação), Antonio
Roque Citadini, e ao presidente
do Conselho Deliberativo, Carlos João Eduardo Senger.
Alegaram que o processo na
Justiça Federal, em que são
acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, e a
reprovação das contas de 2006
do clube os motivaram a deixar
seus cargos para poderem
montar suas defesas.
Com o afastamento da dupla,
o clube será assumido, a partir
da próxima segunda-feira, pelo
vice Clodomil Antonio Orsi.
Ficou decidido ainda que a
comissão de conselheiros que
já analisa a parceria com a MSI
também fica encarregada de estudar se houve má gestão dos
dois dirigentes no clube.
A estratégia de Dualib visa
esvaziar a reunião do Conselho
Deliberativo da próxima terça,
marcada justamente para votar
o afastamento do presidente e
de Curi, o que daria início a um
processo que poderia resultar
em impeachment e até na expulsão dos dois do Corinthians.
Sem a saída definitiva de
Dualib da presidência, é impossível que ocorram novas eleições no Corinthians antes de
janeiro de 2009, quando o atual
mandato do dirigente acaba.
Com o pedido de afastamento, a reunião do Conselho fica
agora colocada em xeque -está
prevista para hoje a publicação
do edital de convocação.
Oposicionistas que participaram da entrega do pedido de
afastamento de Dualib já não
vêem utilidade no encontro do
dia 7. "A meu ver, fica comprometida a realização da reunião
de terça", disse o conselheiro
Rubens Approbato Machado.
Senger, como presidente do
Conselho, é quem pode cancelar ou realizar a reunião.
A opinião de Approbato, no
entanto, não é consenso. Os
grupos oposicionistas Renovação e Transparência, encabeçado por Andrés Sanches, e Ação
Corinthiana, dos ex-vices Edgard Soares, Osmar Stábile e
Flávio Adauto, são contra o
cancelamento da reunião.
Defendem que o afastamento de Dualib e Curi deve ser realizado pelo órgão para que o
processo de impeachment contra o presidente seja iniciado.
Partidários de Sanches falam
em ir à Justiça para forçar a votação sobre o afastamento definitivo do presidente e criar
uma comissão só para analisar
as contas da gestão Dualib -ele
dirige o time desde 1993.
Sanches, que despontava como principal liderança de oposição e nome forte numa eleição à presidência, não foi convidado para participar do encontro de ontem, apesar de ter a
seu lado a maioria no Conselho.
O impeachment de Dualib
forçaria eleições e o favoreceria. Por outro lado, Approbato e
Citadini, sem muitos votos no
Conselho, perderiam espaço.
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