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Torneio encanta cavaleiros do Brasil
Presença de melhores ginetes do mundo no Athina Onassis transforma brasileiros em tietes e espiões
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um concurso cinco estrelas
de saltos no Brasil é inédito. Para os cavaleiros brasileiros, no
entanto, o ineditismo ultrapassa o nível técnico do torneio.
A melhor estrutura, os ginetes mais competitivos, as provas mais difíceis, o prêmio jamais visto, a badalação, tudo é
novidade para os atletas acostumados a saltar só em casa.
Para disputar torneios top
fora do país, o competidor tem
de ter bom ranqueamento. Sem
isso, não recebe convite.
No Brasil, nem as mais consagradas competições se comparam ao que será visto na Sociedade Hípica Paulista a partir
de hoje, às 10h. Ineditismo que
transformou os atletas brasileiros em espiões e fãs.
"Para nós, que não temos
convite para eventos na Europa, é uma experiência única. É a
chance de ver grandes cavaleiros, o trabalho que eles fazem
no dia a dia, conversar com eles.
Os estrangeiros já estão acostumados a esse tipo de competição", afirmou César Almeida,
45, ouro por equipes no Pan.
O maior prêmio que o cavaleiro já disputou foi de R$ 150
mil. Também ganhou um carro,
de R$ 50 mil. A principal prova
do Athina Onassis renderá
300 mil (cerca de R$ 770 mil).
A pompa, no entanto, não se
limita à premiação.
"A organização para os cavaleiros está como foi a do Pan,
alto nível. A diferença é que o
Pan era só para o esporte, aqui
é um evento também para a sociedade, cheio de detalhes, de
glamour", completou o ginete,
enquanto acompanhava com
entusiasmo o atual campeão
mundial, o belga Jos Lansink,
dar voltas com seu cavalo.
O nível de exigência da prova
também será bem diferente. O
Athina Onassis reúne os principais cavaleiros do mundo e
terá obstáculos de nível olímpico. "Com essa qualidade de
competidores, o armador [que
escolhe a posição dos obstáculos] não vai ter medo de montar uma pista bem difícil. Para
nós, será bem complicado",
disse Luciano Blessmann, 42.
Na seletiva para o Pan, apenas um conjunto, que tinha César Almeida como ginete, conseguiu cumprir as exigências
mínimas para integrar o time.
Após uma batalha judicial, o
restante do time foi formado
por atletas radicados fora do
país, como o campeão olímpico
Rodrigo Pessoa, prata no torneio individual do Pan.
"Se exigir demais de um cavalo aqui, posso ter problemas.
Planejei participar de mais
concursos neste ano. Por isso,
eu nem vou disputar as provas
com 1,60 m [altura do obstáculo]. Vai ser uma competição de
alto nível. Aproveito para ver a
preparação desses grandes nomes", declarou Blessmann.
Após temporada de seis meses na Europa em 2006, Karina
Johannpeter, 24, falou que não
se deslumbra mais em encontrar os melhores do mundo.
Mas valoriza sua observação.
"É uma vantagem ver de perto os grandes cavaleiros", disse.
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