São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2008

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Cavalo de Rodrigo Pessoa é flagrado em antidoping

Rufus teve resultado positivo em exame realizado na final individual em Pequim, na qual o conjunto ficou em quinto

Substância é da mesma família detectada no teste dos animais de Bernardo Alves e de mais três atletas, que também serão julgados


DA REPORTAGEM LOCAL

O cavalo Rufus, que levou Rodrigo Pessoa ao quinto lugar nos Jogos Olímpicos, foi flagrado em exame antidoping. O teste, realizado na final olímpica, apontou a presença de nonivamida, usada para alívio de dor.
Com esse último resultado, divulgado ontem, a competição chinesa registra saldo de seis testes positivos, dois deles envolvendo conjuntos brasileiros.
A modalidade da delegação nacional que mais gastou na preparação para a Olimpíada ficou fora do pódio pela primeira vez desde os Jogos de Atlanta-1996, perdeu três montarias por problemas veterinários e registrou dois casos de doping.
Chupa Chup, cavalo de Bernardo Alves, já havia sido flagrado com substância da mesma família da detectada em Rufus -o resultado da amostra B será conhecido hoje. O conjunto foi desclassificado dos Jogos.
Se o resultado positivo for comprovado, Pessoa deverá ser ouvido em uma semana pela Federação Eqüestre Internacional (FEI). Ele deve ser suspenso. No entanto, como a substância não é usada para aumento de performance, a pena não deve ser muito severa.
O cavaleiro, por meio de nota, disse que só irá se pronunciará após audiência na FEI.
Ainda na China, o presidente da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo), Maurício Manfredi, havia dito que os resultados positivos pegaram os atletas de surpresa. Segundo o dirigente, o uso de gel contendo essas substâncias é difundido no hipismo europeu e os cavalos são submetidos periodicamente a antidopings, sem nunca terem sido flagrados.
A assessoria da entidade afirmou que a CBH só se pronunciaria sobre o caso de Rufus após abertura da amostra B.
O veterinário Thomas Wolff, que acompanhou a equipe em Hong Kong, avalia que os conjuntos assumiram um risco.
"Arriscado é, a substância está lá. Mas esses produtos se encontram no mercado e são bastante conhecidos e usados."
Segundo ele, cada cavaleiro decide como tratar o cavalo e quais produtos utilizar. O veterinário da confederação é consultado quando há problemas com os animais ou é necessária a prescrição de medicamentos.
"Os cavalos já são acompanhados por profissionais há muito tempo. Essas massagens fazem parte da rotina diária, da cocheira, com o tratador."
Wolff afirmou que os cavaleiros se preocuparam em verificar se estava tudo bem com os cavalos após o caso de Chupa Chup. Mas nenhum problema foi relatado a ele.
Quando o caso envolvendo Alves foi anunciado, Nelson Pessoa, pai de Rodrigo, avaliou que houve um erro no uso do gel. "Sempre recomendo não passar nada nos cavalos sem falar com os veterinários. O laboratório daqui [Hong Kong] é o mais avançado do mundo. Se um cavalo de 500 kg tiver tomado aspirina, aparece."


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