São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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Musas surgem como promessas para 2016

NATAÇÃO
Revelações, Alessandra, 18, e Carolina, 17, têm raro potencial no feminino da modalidade no país


MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Altas, fortes, velozes e lindas. Duas revelações da natação feminina do Brasil, que ainda tenta emplacar na elite mundial, já começam a incomodar as top brasileiras.
Alessandra Marchioro, 18, e Carolina Bergamaschi, 17, são promessas para a Rio-16. Em comum, têm a predileção pelas provas de velocidade, o sonho de já nadar nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e a beleza que chama a atenção fora da água.
"Minha meta é o índice para a Olimpíada", diz Alessandra, terceira nos 50 m livre (25s72) do Troféu José Finkel, em Belo Horizonte. A marca olímpica mínima é 25s20.
Hoje, ela nada a semifinal dos 100 m livre. As provas no Minas Tênis começam às 10h.
A nadadora do Curitibano foi ao Jogos da Juventude, em 2010. Terminou com dois quartos lugares e um quinto.
"São duas grandes promessas. Fortes, têm estrutura grande, ótima para velocistas. Precisam amadurecer psicologicamente e persistir", declara Flávia Delaroli, 27, segunda colocada nos 50 m livre no José Finkel.
"Elas têm o pacote completo. Sempre penso: como ainda perdem de mim? Elas podem fazer muito mais do que eu já sonhei fazer", afirma.
Para a velocista, musa da natação, a beleza das duas pode até ser aliada. "Mas depende de como encaram. É gostoso ser chamada de bonita, mas elas têm de saber o que querem da vida."
Carolina era a única brasileira no Mundial júnior deste ano. Foi sétima nos 50 m livre (26s22). "Ela é disciplinada, concentrada e tranquila. Tem um profissionalismo incrível. Falo com ela como falo com o Felipe [França, campeão mundial]", diz Arílson Soares, do Pinheiros, seu técnico desde janeiro, após ela deixar o Curitibano (PR).
O surgimento de atletas com o potencial dessas novatas ainda é raridade no país.
"Não existe um trabalho específico para o feminino. Aparece um ou outro nome, mas não é uma coisa em massa. Falta trabalho psicológico. Quem sabe para 2016 tenhamos algum programa", diz Fabíola Molina, 37, que não foi ao Mundial-11 por estar suspensa por doping.
O país levou só uma atleta com índice a Xangai, Daynara de Paula, 22, que foi à semifinal dos 50 m borboleta.
"A natação feminina melhorou, mas falta muito para entrar na elite. A renovação está mais lenta. Talvez seja um problema estrutural da sociedade, que estamos tentando mexer", disse Ricardo de Moura, superintendente técnico da confederação brasileira, após o Mundial.


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