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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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HIPISMO

Confederação questiona regulamento e pede à FEI lugar para time de saltos

No tapetão, Brasil pleiteia vaga da equipe em Atenas

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fora da prova de saltos por equipe nos Jogos de Atenas-2004, o Brasil apelou à FEI, a Federação Equestre Internacional, para conseguir um lugar na competição.
Uma comissão, formada por Camillo Ashcar Júnior, presidente da confederação brasileira, Antonio Alegria, diretor técnico da entidade, e Nelson Pessoa, ex-cavaleiro, esteve na sede da federação, em Lausanne, na Suíça, há duas semanas, para fazer o pedido.
O grupo foi recebido pelo sueco Bo Helander, secretário-geral da federação. Na ocasião, Ashcar Júnior entregou um relatório com os argumentos brasileiros. A federação pediu o prazo de um mês para estudar a proposta.
"A organização precisaria acrescentar só mais duas vagas para completar a equipe, já que o Brasil classificou dois conjuntos para Atenas", conta Nelson, pai de Rodrigo Pessoa, tricampeão da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000) e campeão mundial (1998).
A confederação questiona as regras do Pan de Santo Domingo, que classificou EUA, México e Argentina para a próxima Olimpíada. Pelo regulamento, que havia sido aceito pelo Brasil, a competição classificaria os três primeiros colocados cujos conjuntos tivessem o melhor desempenho, sem descarte do pior resultado.
No entanto, para a definição do pódio do Pan, o cavaleiro com pior performance teria seu resultado anulado. Com isso, o Brasil superou a Argentina, conquistou a medalha de bronze, mas assistiu ao rival sul-americano comemorar a classificação olímpica.
"As vagas foram dadas para o campeão e o vice [EUA e México] e para a outra equipe [Argentina] com melhor índice contando o desempenho de todos os conjuntos, sem descarte. Mas é questionável que o Brasil, que ganhou a medalha de bronze, fique fora da Olimpíada", argumenta Nelson.
A confederação está de olho em uma medalha na Grécia. Nas duas últimas edições dos Jogos a equipe brasileira subiu ao pódio. Em Atlanta-1996 e Sydney-2000, o país ficou com o bronze.
Apesar de ainda tentar um lugar em Atenas, a CBH quer evitar confusão com outros países, particularmente com os argentinos.
"Pedimos a inclusão de uma vaga para o Brasil sem excluir ninguém da competição", contou Antonio João Azambuja, vice-presidente da confederação.
Fora dos critérios estabelecidos pela FEI, as vagas para os dois outros conjuntos brasileiros viriam por convite, palavra que causa verdadeiros calafrios no presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.
Porém, segundo a CBH, o caminho já foi pavimentado: em conversa com o COB, Nuzman se mostrou simpático à idéia.
"Desde os Jogos de Londres [em 1948] o Brasil sempre enviou cavaleiros aos Jogos. É injusto que o país fique de fora [da competição entre países] por causa de um critério como esse", diz Nelson.
Presente nas provas individuais desde a Olimpíada londrina, o Brasil não fica fora da disputa por equipes desde os Jogos de Moscou-1980. Caso o pedido do país seja atendido, a Copa das Nações de Atenas terá 16 países.
Até agora, 15 equipes estão classificadas. Suíça, Itália e Irlanda foram os últimos a garantir vaga. Os três se classificaram no Europeu, disputado no final de agosto, em Donaueschingen (Alemanha).
Além deles e de EUA, México e Argentina, estarão nos Jogos Alemanha, Grécia, Bélgica, França, Holanda, Suécia, Japão, Coréia do Sul e Nova Zelândia.


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