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HIPISMO
Confederação questiona regulamento e pede à FEI lugar para time de saltos
No tapetão, Brasil pleiteia vaga da equipe em Atenas
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Fora da prova de saltos por
equipe nos Jogos de Atenas-2004,
o Brasil apelou à FEI, a Federação
Equestre Internacional, para conseguir um lugar na competição.
Uma comissão, formada por
Camillo Ashcar Júnior, presidente
da confederação brasileira, Antonio Alegria, diretor técnico da entidade, e Nelson Pessoa, ex-cavaleiro, esteve na sede da federação,
em Lausanne, na Suíça, há duas
semanas, para fazer o pedido.
O grupo foi recebido pelo sueco
Bo Helander, secretário-geral da
federação. Na ocasião, Ashcar Júnior entregou um relatório com
os argumentos brasileiros. A federação pediu o prazo de um mês
para estudar a proposta.
"A organização precisaria
acrescentar só mais duas vagas
para completar a equipe, já que o
Brasil classificou dois conjuntos
para Atenas", conta Nelson, pai
de Rodrigo Pessoa, tricampeão da
Copa do Mundo (1998, 1999 e
2000) e campeão mundial (1998).
A confederação questiona as regras do Pan de Santo Domingo,
que classificou EUA, México e Argentina para a próxima Olimpíada. Pelo regulamento, que havia
sido aceito pelo Brasil, a competição classificaria os três primeiros
colocados cujos conjuntos tivessem o melhor desempenho, sem
descarte do pior resultado.
No entanto, para a definição do
pódio do Pan, o cavaleiro com
pior performance teria seu resultado anulado. Com isso, o Brasil
superou a Argentina, conquistou
a medalha de bronze, mas assistiu
ao rival sul-americano comemorar a classificação olímpica.
"As vagas foram dadas para o
campeão e o vice [EUA e México]
e para a outra equipe [Argentina]
com melhor índice contando o
desempenho de todos os conjuntos, sem descarte. Mas é questionável que o Brasil, que ganhou a
medalha de bronze, fique fora da
Olimpíada", argumenta Nelson.
A confederação está de olho em
uma medalha na Grécia. Nas duas
últimas edições dos Jogos a equipe brasileira subiu ao pódio. Em
Atlanta-1996 e Sydney-2000, o
país ficou com o bronze.
Apesar de ainda tentar um lugar
em Atenas, a CBH quer evitar
confusão com outros países, particularmente com os argentinos.
"Pedimos a inclusão de uma vaga para o Brasil sem excluir ninguém da competição", contou
Antonio João Azambuja, vice-presidente da confederação.
Fora dos critérios estabelecidos
pela FEI, as vagas para os dois outros conjuntos brasileiros viriam
por convite, palavra que causa
verdadeiros calafrios no presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.
Porém, segundo a CBH, o caminho já foi pavimentado: em conversa com o COB, Nuzman se
mostrou simpático à idéia.
"Desde os Jogos de Londres [em
1948] o Brasil sempre enviou cavaleiros aos Jogos. É injusto que o
país fique de fora [da competição
entre países] por causa de um critério como esse", diz Nelson.
Presente nas provas individuais
desde a Olimpíada londrina, o
Brasil não fica fora da disputa por
equipes desde os Jogos de Moscou-1980. Caso o pedido do país
seja atendido, a Copa das Nações
de Atenas terá 16 países.
Até agora, 15 equipes estão classificadas. Suíça, Itália e Irlanda foram os últimos a garantir vaga. Os
três se classificaram no Europeu,
disputado no final de agosto, em
Donaueschingen (Alemanha).
Além deles e de EUA, México e
Argentina, estarão nos Jogos Alemanha, Grécia, Bélgica, França,
Holanda, Suécia, Japão, Coréia do
Sul e Nova Zelândia.
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