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Governo acha que contrato de Scolari é suspeito
DO ENVIADO A BRASÍLIA
A Previdência identificou nos
contratos dos técnicos de futebol
mecanismos que buscam sonegar
impostos, como o "contrato de
trabalho mascarado".
Questionado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT)
durante o depoimento ontem pela manhã, o ministro Waldeck
Ornélas disse que o contrato do
técnico Luiz Felipe Scolari com o
Cruzeiro, clube presidido pelo deputado federal Zezé Perrela (PFL-MG), está entre os que podem
apresentar problemas.
Segundo a Previdência, os clubes contratam jogadores ou técnicos como pessoas jurídicas, não
como empregados, livrando-se
assim de recolher a contribuição
empregatícia e outros encargos.
Por outro lado, o técnico ou jogador contribui com o valor mínimo como empresário. "O contrato de prestação de serviço do Scolari com o Cruzeiro foi descaracterizado", disse o ministro.
O senador Maguito Vilela
(PMDB-GO) aproveitou para dizer que Scolari recusou o convite
para ser o técnico da seleção porque "ganha muito no Cruzeiro".
"Ele ganha R$ 350 mil no clube e
ia receber R$ 160 mil na seleção.
Infelizmente, hoje o dinheiro vale
mais", disse.
Scolari, que recentemente se envolveu em polêmica sobre seu salário com o presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), não revela quanto ganha e
diz que recusou ser técnico da seleção por motivos pessoais.
A CPI do Futebol já estuda pedir
a quebra do sigilo bancário do
treinador do Cruzeiro.
Se for comprovado que o treinador tem problemas com o recolhimento de impostos, ele poderá ser
processado.
Scolari informou ontem, por
meio da assessoria de imprensa
do Cruzeiro, que está com tudo à
disposição para esclarecimentos.
Segundo o assessor Valdir Barbosa, o técnico já havia manifestado essa intenção quando foi cogitada pela primeira vez a possibilidade de ele ser investigado.
Barbosa disse ainda que a disposição de colaborar é a mesma
da parte do Cruzeiro.
(JAB)
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