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Brasil estréia na Copa para reaver auto-estima
Torneio no Japão garante vaga na Olimpíada de Pequim aos três primeiros
Depois de derrota para as cubanas na final do Pan, Zé Roberto resgata trabalho com psicóloga e faz série de atividades motivacionais
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A competição vale três vagas
na Olimpíada. Uma medalha de
bronze na Copa do Mundo, que
começa hoje, é suficiente para
colocar o Brasil em Pequim.
Mas, apesar de assegurar a
classificação, o terceiro posto
pode não ser suficiente para
deixar satisfeita a seleção feminina de vôlei. Além de dar o primeiro passo rumo aos Jogos do
ano que vem, a equipe quer
usar o torneio no Japão para
coroar, com a medalha de ouro,
o resgate de sua auto-estima.
A estréia acontecerá às 8h35
(de Brasília), contra a Polônia,
em Hamamatsu.
"O grupo está fortalecido cada vez mais, após as dificuldades que passamos neste ano.
Esperamos um ótimo resultado", afirma Paula Pequeno.
O sinal de alerta foi ligado depois dos Jogos Pan-Americanos, no Rio. A derrota para Cuba na final, novamente no tie-break, demonstrações de falta
de entrosamento no elenco e o
baque com o doping de Jaqueline fizeram Zé Roberto agir.
O treinador resgatou o trabalho com a psicóloga Regina
Brandão e iniciou uma série de
atividades motivacionais.
Em uma delas, chegou a levar
um adestrador de cavalos para
dar palestra às jogadoras em
Saquarema (RJ).
Zé Roberto teve até de fazer
as vezes de "psicólogo". Por
conta de problemas pessoais de
Regina, foi o treinador quem
aplicou questionários para tentar obter alguns diagnósticos
sobre o ambiente da equipe e a
situação de suas atletas.
"Conseguimos resgatar valores importantes de respeito e
confiança", acredita ele.
Além de recuperar a tranqüilidade do grupo, Zé Roberto
quer tentar espantar uma marca que começa a atormentar as
jogadoras da seleção.
Em declarações depois do
Pan do Rio, várias atletas da
equipe mostraram desconforto
com o fato de o time ser lembrado pelas derrotas após o
desperdício de match points.
Também disseram que tinham de ser mais cuidadosas
para fechar os sets.
"É necessário ter cuidado para que isso não se transforme
em um estresse pós-traumático, que crie crenças limitantes.
Falhas e derrotas vão existir, e
elas têm de ser encaradas como
parte do jogo. Se não, esses momentos podem atrapalhar,
lembranças voltarem em momentos cruciais", diz Regina.
Após o quarto lugar na Olimpíada de Atenas, em 2004, Zé
Roberto promoveu uma pequena reformulação na equipe.
Com a nova geração, o time se
manteve no topo do pódio de
todas as competições que disputou até o Mundial de 2006.
Naquela competição, caiu na
final, no tie-break, após desperdiçar chances de fechar a partida, como havia acontecido na
semifinal na Grécia.
Neste ano, o time tropeçou
da mesma forma na decisão do
Pan e, com algumas novatas,
fez sua pior campanha no
Grand Prix sob o comando de
Zé Roberto -quinto lugar.
"Os resultados não foram o
que todos esperavam, mas fizemos experiências importantes
para o grupo, testamos mais algumas jogadoras. Não podemos esquecer o que esse grupo
já fez", declara o treinador.
Para chegar até a Olimpíada
na China, as brasileiras terão de
terminar entre as três primeiras da Copa do Mundo.
O campeonato será disputado por pontos corridos e termina no dia 16. A seleção terá agora 11 jogos para mostrar que retomou seu rumo.
NA TV - Brasil x Polônia Sportv, ao vivo, às 8h35
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