São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Flagrada em antidoping, Hingis pára

Tenista suíça afirma nunca ter usado drogas e que ficou "chocada e assustada" com resultado de exame em Wimbledon

Aos 27, ex-número um do mundo diz que fisicamente é cada vez mais difícil jogar na elite e que acusação não lhe dá motivação para seguir

Miro Kuzmanovic/Reuters
Martina Hingis, ex-número um do mundo, concede entrevista em Zurique, na qual comentou seu teste positivo para cocaína e anunciou sua aposentadoria do tênis

DA REPORTAGEM LOCAL

A tenista suíça Martina Hingis, uma das melhores da história, divulgou ontem que seu exame antidoping em Wimbledon deu positivo para cocaína e anunciou sua aposentadoria.
"Meu teste deu positivo, mas nunca usei drogas e me sinto 100% inocente", disse a ex-número um do mundo e dona de cinco títulos de Grand Slam.
"Resolvi trazer tudo à tona porque não quero brigar com as autoridades antidoping. Devido à minha idade e aos meus problemas físicos, também decidi me aposentar do tênis profissional", declarou Hingis, 27.
Em julho, a suíça, então na 11ª posição no ranking, foi surpreendida na terceira rodada de Wimbledon pela americana Laura Granville, 77ª do mundo.
Ela declarou ter ficado "chocada e assustada" quando foi informada de que a amostra de sua urina colhida após a derrota havia dado positivo para cocaína. "Disseram que a cocaína aumenta a confiança e cria um tipo de euforia", contou a ex-tenista, que diz que não conseguiria jogar em estado de euforia.
"Acho que seria impossível para qualquer um manter a coordenação exigida para jogar em alto nível sob efeito de drogas. E eu sei outra coisa, eu tenho temor de drogas."
A suíça disse que se submeteu a um exame privado no qual seu cabelo foi examinado, e o resultado foi negativo. A contraprova de Wimbledon, porém, confirmou a cocaína.
O advogado contratado por Hingis disse à cliente ter encontrado "várias inconsistências" no processo e que por isso não há como ter certeza de que a urina que apontou cocaína pertença mesmo à suíça.
"Não desejo gastar vários dos próximos anos apenas lutando contra dirigentes do antidoping", afirmou ela. "O fato é que, para mim, é cada vez mais difícil, fisicamente, jogar na elite. E, francamente, acusações como esta não dão motivação para continuar tentando."
A WTA (entidade que controla o tênis feminino) divulgou não ter recebido nenhuma informação oficial sobre o resultado positivo e por isso não tem condições de comentar.
"Entretanto é importante lembrar que, nesta área de antidoping, todos os jogadores são inocentes até que se prove o contrário", afirmou o executivo-chefe da WTA, Larry Scott.
A federação suíça divulgou nota enaltecendo a tenista, que nasceu na Eslováquia.
"Uma grande jogadora está se aposentando, alguém que sempre foi exemplo e uma figura representativa do tênis no país", afirmou o presidente da entidade, Rene Stammbach. "Lamentamos muito que Martina Hingis encerre sua brilhante carreira nessas circunstâncias", concluiu.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Massa ainda lamenta resultado em SP
Próximo Texto: Memória: Carreira foi marcada por precocidade
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.