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Flagrada em antidoping, Hingis pára
Tenista suíça afirma nunca ter usado drogas e que ficou "chocada e assustada" com resultado de exame em Wimbledon
Aos 27, ex-número um do mundo diz que fisicamente é cada vez mais difícil jogar
na elite e que acusação não lhe dá motivação para seguir
Miro Kuzmanovic/Reuters
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Martina Hingis, ex-número um do mundo, concede entrevista em Zurique, na qual comentou seu teste positivo para cocaína e anunciou sua aposentadoria do tênis
DA REPORTAGEM LOCAL
A tenista suíça Martina Hingis, uma das melhores da história, divulgou ontem que seu
exame antidoping em Wimbledon deu positivo para cocaína e
anunciou sua aposentadoria.
"Meu teste deu positivo, mas
nunca usei drogas e me sinto
100% inocente", disse a ex-número um do mundo e dona de
cinco títulos de Grand Slam.
"Resolvi trazer tudo à tona
porque não quero brigar com as
autoridades antidoping. Devido à minha idade e aos meus
problemas físicos, também decidi me aposentar do tênis profissional", declarou Hingis, 27.
Em julho, a suíça, então na
11ª posição no ranking, foi surpreendida na terceira rodada
de Wimbledon pela americana
Laura Granville, 77ª do mundo.
Ela declarou ter ficado "chocada e assustada" quando foi
informada de que a amostra de
sua urina colhida após a derrota havia dado positivo para cocaína. "Disseram que a cocaína
aumenta a confiança e cria um
tipo de euforia", contou a ex-tenista, que diz que não conseguiria jogar em estado de euforia.
"Acho que seria impossível
para qualquer um manter a
coordenação exigida para jogar
em alto nível sob efeito de drogas. E eu sei outra coisa, eu tenho temor de drogas."
A suíça disse que se submeteu a um exame privado no qual
seu cabelo foi examinado, e o
resultado foi negativo. A contraprova de Wimbledon, porém, confirmou a cocaína.
O advogado contratado por
Hingis disse à cliente ter encontrado "várias inconsistências" no processo e que por isso
não há como ter certeza de que
a urina que apontou cocaína
pertença mesmo à suíça.
"Não desejo gastar vários dos
próximos anos apenas lutando
contra dirigentes do antidoping", afirmou ela. "O fato é
que, para mim, é cada vez mais
difícil, fisicamente, jogar na elite. E, francamente, acusações
como esta não dão motivação
para continuar tentando."
A WTA (entidade que controla o tênis feminino) divulgou não ter recebido nenhuma
informação oficial sobre o resultado positivo e por isso não
tem condições de comentar.
"Entretanto é importante
lembrar que, nesta área de antidoping, todos os jogadores são
inocentes até que se prove o
contrário", afirmou o executivo-chefe da WTA, Larry Scott.
A federação suíça divulgou
nota enaltecendo a tenista, que
nasceu na Eslováquia.
"Uma grande jogadora está
se aposentando, alguém que
sempre foi exemplo e uma
figura representativa do tênis
no país", afirmou o presidente
da entidade, Rene Stammbach.
"Lamentamos muito que Martina Hingis encerre sua
brilhante carreira nessas circunstâncias", concluiu.
Com agências internacionais
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