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interlagos, 15h
Massa larga na pole para sua decisão
Com ritmo forte, ferrarista crava melhor tempo em Interlagos e tenta hoje ser 1º brasileiro, desde Senna, campeão da F-1
Superado também por Trulli e Raikkonen, Hamilton sai em quarto e sob pressão de uma torcida "que não se vê em nenhum outro lugar"
Fernando Donasci/ Folha Imagem
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Massa vibra com a pole em Interlagos
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Do outro lado do muro, do lado de cá do kartódromo onde
começou a se formar piloto, Felipe Massa deu ontem um passo
para a história. Conquistou a
pole position para o GP Brasil,
18ª e última etapa do Mundial
de F-1, corrida que pode transformá-lo no quarto brasileiro
campeão da mais importante
categoria do automobilismo.
Mais: viu seu adversário na
luta pelo campeonato apenas
na quarta posição. Entre ele e
Lewis Hamilton, da McLaren,
um azarão e um aliado: Jarno
Trulli, da Toyota, e Kimi Raikkonen, parceiro de Ferrari.
"Eu cresci aqui, do outro lado
do muro, correndo no kartódromo. As pessoas que me viram crescer estão aqui, torcendo por mim, rezando, chorando, gritando. Minha família,
meus amigos, os torcedores...
Você não vê uma torcida dessa
em nenhum lugar que você vai.
Amo correr em Interlagos. Só
posso dizer que sou uma pessoa
totalmente feliz e orgulhosa
pelo que vi agora", afirmou
Massa, ontem, sorrindo muito.
Foi sua 15ª pole, a terceira
consecutiva no circuito. Igualou Ayrton Senna, como o melhor brasileiro em largadas na
frente em Interlagos, e Mika
Hakkinen, o único até ontem
com três poles em seqüência.
Sob calor de 22C, com 39C
na pista, situação que favorece
os pneus da Ferrari, Massa não
teve adversários. E esnobou.
Mesmo com tempo suficiente para a pole, voltou para a pista nos instantes finais e melhorou ainda mais sua marca. O
tempo da pole, 1min12s368.
Como nos últimos três sábados de F-1 em Interlagos, as arquibancadas explodiram em vibração por Massa. Como nos
últimos sábados de F-1 em Interlagos, ele subiu no carro, punhos cerrados, ao seu estilo.
Abraçou a família, gritou um
palavrão e, nas entrevistas, comentou sobre sua especial familiaridade com o circuito. E
tentou falar mais sobre a corrida de hoje, com largada às 15h,
do que sobre a luta pelo título.
Porque sabe que é difícil. Sete
pontos atrás de Lewis Hamilton na tabela do Mundial, Massa precisa vencer o GP, com o
inglês no máximo em sexto lugar, ou ser o segundo, com o rival de oitavo para baixo.
Contrastando com a euforia
ferrarista, Hamilton falou pouco após o treino, sem o sorriso
aberto das últimas etapas.
"Não estou surpreso. Fiz o
meu melhor. O carro estava
bom nos dois primeiros blocos
da classificação e estou confiante para amanhã [hoje]."
Separados por dois carros no
grid, os duelistas pelo título viverão hoje um dia especial.
Massa pode se tornar o segundo piloto campeão da F-1
no próprio país. O único até hoje foi o italiano Giuseppe Farina, em 1950. Pode ser o primeiro brasileiro campeão desde
Ayrton Senna, em 1991. E o primeiro brasileiro campeão pela
mais tradicional equipe do automobilismo, a Ferrari.
Aos 23, Hamilton pode ser o
mais jovem a conquistar o
Mundial, superando a marca de
seu desafeto, Alonso, vitorioso
em 2005 aos 24. Primeiro negro a correr na F-1, pode se tornar também o primeiro campeão. E pode encerrar um jejum de 12 anos sem títulos do
Reino Unido na categoria.
De um jeito ou de outro, em
português ou inglês, de vermelho ou prateado, a história será
feita: a F-1 celebrará neste domingo um novo campeão.
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