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Barrichello ensaia o seu adeus onde se apequena
Piloto, ainda sem equipe para 2009, despenca de produção correndo no Brasil
Entre os seis brasileiros que já ganharam GPs na F-1, veterano é o que tem os piores números, como o maior índice de abandonos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No seu "quintal", o paulistano Rubens Barrichello, 36, pode fazer hoje a sua última corrida na F-1. Ele ainda busca uma
vaga na próxima temporada.
E a despedida do piloto, recordista histórico de provas
disputadas (267) e com números robustos na carreira como
um todo, pode ser num circuito
onde ele se apequena.
Nenhum dos seis brasileiros
que já ganharam provas na máxima categoria do automobilismo tem resultados tão pobres
em casa como o piloto da Honda -tirando Barrichello, todos
triunfaram no Brasil.
Os números das 15 vezes em
que Barrichello correu em Interlagos ficam longe, por larga
margem, das performances obtidas por ele em circuitos de outros países do calendário.
Barrichello somou só 14 pontos no circuito perto de onde
cresceu e deu os primeiros passos no automobilismo. Isso
equivale a menos de um por
prova e também a menos da
metade da sua média correndo
fora do Brasil. É menos de 3%
do total da sua pontuação total.
No caso de Emerson Fittipaldi, essa proporção é de 13%. No
de José Carlos Pace, 27%. Para
Nelson Piquet e Felipe Massa é
de 7%; para Ayrton Senna, 5%.
Foi ao pódio somente uma
vez e, ainda assim, no lugar
mais baixo (terceiro lugar).
Em cinco participações no
GP Brasil, Massa esteve lá duas
vezes -uma em primeiro e outra, no ano passado, em segundo, quando só não venceu porque deu passagem a Kimi Raikkonen, que precisava do triunfo
para ficar com o título mundial.
Entre os seis brasileiros que
já foram ao lugar mais alto do
pódio, Barrichello é o segundo
que mais provas completou,
proporcionalmente, fora de casa -só perde para Massa.
Mas, com um currículo com
variados tipos de quebras, rodadas e até panes secas, o atual
piloto da Honda só terminou
quatro das 15 provas que fez em
São Paulo. O índice de corridas
completadas em Interlagos fica
em 27%, contra 68% em outros
circuitos mundo afora.
Mesmo com números tão
claros sobre suas atuações
ruins no Brasil, Barrichello crê
que cresce em casa.
"Eu tenho feito muito bem
para fazer como no futebol.
Quando você joga em casa, joga
melhor. Eu tenho um momento maravilhoso aqui. É agradável estar aqui, especialmente
para mim, que nasci a cem metros daqui. Para mim, é a melhor corrida de todo o ano",
afirmou o ex-ferrarista.
Barrichello vai na contramão
da maioria dos compatriotas
que já sentiram o gosto da vitória na F-1. Fittipaldi, Pace e
Massa possuem médias de pontos em casa maiores do que fora. Piquet empata. Senna cai,
mas, ainda assim, venceu duas
vezes em Interlagos.
Fittipaldi é o piloto nacional
que mais se aproveitou de correr no Brasil -disputou GPs
em Interlagos e Jacarepaguá. A
média de pontos dele mais do
que dobra em corridas brasileiras e sempre completou as provas em que largou no país.
Futuro incerto
Para 2009, Barrichello aposta em duas possibilidades. Uma
é seguir na Honda. A outra,
uma vaga na Toro Rosso, mas,
nesse caso, ele precisaria levar
patrocínios para a equipe, possibilidade que não vê com bons
olhos por causa de seu currículo e experiência.
Ele diz ser o piloto certo para
seguir na equipe japonesa.
"Acho que, se eles querem mudar as coisas e vencerem no
próximo ano, precisam de alguém com muita experiência e
com minhas qualidades para
fazer isso", disse o brasileiro,
que, na quarta, levou os companheiros de equipe para um kartódromo em Cotia, num evento
com a presença de poucos fãs e
jornalistas, bem diferente da
época em que era o maior candidato a substituto de Ayrton
Senna ou piloto da Ferrari.
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