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foco
Brasileiro vira superastro
no Irã ao brilhar no time do presidente Ahmadinejad
SAMY ADGHIRNI
ENVIADO ESPECIAL A TEERÃ
O meia paranaense Fábio
Januário, 30, consagrou-se no
futebol iraniano ao marcar,
em abril, o gol que deu o título
ao Esteghlal, maior time do
país e que tem entre seus torcedores o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Graças a ele, o azulão de
Teerã ganhou por 1 a 0 fora de
casa e na última rodada, quando só a vitória interessava.
No Irã, Januário (conhecido como Janvariô) é um superastro. Em lugares públicos é
cercado por fãs histéricos
-entre os quais torcedores do
arquirrival Persepolis. A disputa para chegar perto do ídolo às vezes beira a pancadaria.
Moças trajando o véu obrigatório tietam e se espremem
ao lado do brasileiro, cena rara numa sociedade em que as
mulheres se abstêm até de
apertar a mão dos homens.
"Encontrei no Irã um carinho
da torcida que eu nunca imaginaria", disse o meia.
Ele começou no Cascavel,
em 1998, época em que se formou em engenharia civil. Passou pelo Vitória (BA) e por
Portugal (Gil Vicente e Belenenses) e foi para o Irã em
2006. Jogou duas temporadas
no Foolad, do interior, até ser
contratado pelo Esteghlal.
O reconhecimento e o salário -"Duas vezes maior do
que em Portugal"- ajudam a
compensar as dificuldades.
No tempo livre, Januário e a
mulher, Pollyana, fazem
churrascos com a pequena comunidade de brasileiros de
Teerã -funcionários da embaixada e de ONGs.
Ao confinamento se soma o
conturbado ambiente político
no país após a controversa
reeleição de Ahmadinejad.
Januário diz não ter sido
instruído a evitar o assunto,
mas diz que se autopolicia para manter distância de temas
espinhosos, principalmente
pelo fato de o maior patrocinador do Esteghal (em persa,
independência) ser o governo.
A volta ao Brasil é um sonho. "Sou realista. Sei que dificilmente teria lugar lá."
O jornalista SAMY ADGHIRNI viajou a convite
do governo do Irã
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