São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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Brasileiro vira superastro no Irã ao brilhar no time do presidente Ahmadinejad

SAMY ADGHIRNI
ENVIADO ESPECIAL A TEERÃ

O meia paranaense Fábio Januário, 30, consagrou-se no futebol iraniano ao marcar, em abril, o gol que deu o título ao Esteghlal, maior time do país e que tem entre seus torcedores o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Graças a ele, o azulão de Teerã ganhou por 1 a 0 fora de casa e na última rodada, quando só a vitória interessava.
No Irã, Januário (conhecido como Janvariô) é um superastro. Em lugares públicos é cercado por fãs histéricos -entre os quais torcedores do arquirrival Persepolis. A disputa para chegar perto do ídolo às vezes beira a pancadaria. Moças trajando o véu obrigatório tietam e se espremem ao lado do brasileiro, cena rara numa sociedade em que as mulheres se abstêm até de apertar a mão dos homens.
"Encontrei no Irã um carinho da torcida que eu nunca imaginaria", disse o meia. Ele começou no Cascavel, em 1998, época em que se formou em engenharia civil. Passou pelo Vitória (BA) e por Portugal (Gil Vicente e Belenenses) e foi para o Irã em 2006. Jogou duas temporadas no Foolad, do interior, até ser contratado pelo Esteghlal.
O reconhecimento e o salário -"Duas vezes maior do que em Portugal"- ajudam a compensar as dificuldades. No tempo livre, Januário e a mulher, Pollyana, fazem churrascos com a pequena comunidade de brasileiros de Teerã -funcionários da embaixada e de ONGs. Ao confinamento se soma o conturbado ambiente político no país após a controversa reeleição de Ahmadinejad.
Januário diz não ter sido instruído a evitar o assunto, mas diz que se autopolicia para manter distância de temas espinhosos, principalmente pelo fato de o maior patrocinador do Esteghal (em persa, independência) ser o governo.
A volta ao Brasil é um sonho. "Sou realista. Sei que dificilmente teria lugar lá."


O jornalista SAMY ADGHIRNI viajou a convite do governo do Irã

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