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Brasil aciona até Polícia Federal no combate a doping
Aumento de testes positivos no país coincide com maior colaboração de órgãos do governo com fiscalização na área
Estrutura para luta contra substâncias irregulares ainda é deficiente, mas União promete investir a partir de 2010 para Olimpíada do Rio
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O recente aumento de casos
de doping no Brasil-já foram
26 neste ano- tem como uma
das principais causas a maior
cooperação de organismos do
governo federal no combate ao
problema. É o que dizem pessoas ligadas à Wada (Agência
Mundial Antidoping) e ao COB.
A estrutura da luta contra o
uso de substância irregulares
no Brasil segue deficiente, com
falta de dinheiro para laboratório e de uma agência para o tema. Mas, politicamente, o governo intensificou sua atuação
na área desde que, há dois anos,
ratificou o acordo da Unesco
(Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e
Cultura) sobre doping.
O país aparece na lista dos
signatários em abril de 2008.
Assim, a Polícia Federal passou a ajudar em investigações
antidoping. Atua juntamente
com a Interpol, que tem acordo
com a Wada para participar
desse tipo de apuração. A participação da PF crescerá por conta dos Jogos-2016, segundo
promessa já feita ao COI (Comitê Olímpico Internacional).
A Wada e a Interpol identificam pontos de venda de substâncias irregulares e depois fazem os testes -a PF coopera.
Essa nova rede afeta mais
atletas brasileiros do segundo
escalão. Antes, esses não eram
testados fora de competição.
A origem da investigação que
apontou cinco casos de atletismo da equipe que iria ao Mundial de Berlim é mantida em sigilo. Mas há suspeita de denúncia de um time rival da Rede.
Neste caso, era possível que
houvesse mais um atleta flagrado. Um deles chegou atrasado e
não pôde entrar no centro de
treinamento, fechado para que
os outros fizessem exames. Ele
viajou ao Mundial de Berlim.
Fato é que a Confederação
Brasileira de Atletismo aumentou o número de testes fora de
competição em 2009.
Já o caso da ginasta Daiane
dos Santos não se encaixa neste
perfil, pois esportistas de ponta
já passavam por teste-surpresa.
Mas a maioria dos atletas
brasileiros flagrados em 2009
foi testada em competições.
A Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) colaborou para isso ao facilitar a entrada de kits de antidoping e do
envio de material ao exterior
para testes. Só que os exames
no Ladetec, único laboratório
credenciado pela Wada do Brasil, ainda são mais caros.
O laboratório ainda enfrenta
problemas de falta de recursos.
O governo pediu dinheiro extra
para a Câmara para modernizá-lo para os Jogos-2016. A intenção é começar a formar a agência antidoping para os Jogos no
final deste ano, quando especialistas da Wada virão ao país.
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