São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2008

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Treinador copia bloco para largar na frente

Nova plataforma da natação já terá versão nacional na piscina do Pinheiros

Alberto Pinto, que trabalha em São Paulo com César Cielo, deve treinar seus atletas com o equipamento desde o começo de 2009


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O equipamento que promete desencadear nova onda de recordes nas piscinas irá ganhar uma versão nacional.
Quando teve o primeiro e único contato com o novo bloco, no evento-teste do Cubo d'Água, em Pequim, Alberto Pinto tirou fotos de todos os ângulos da nova plataforma e anotou suas medidas. Sem saber quando a novidade chegaria ao Brasil, o técnico do Pinheiros e da seleção que competiu na Olimpíada queria assegurar um plano B.
O resultado do investimento já deve estar na borda da piscina do clube no início de 2009. O treinador levou as informações a uma empresa que já fabrica blocos de largada e encomendou o novo modelo, que tem um apoio para o pé na parte de trás. O Pinheiros não terá custos, já que a fábrica poderá também vender outras peças.
"Mesmo que a qualidade não seja idêntica [à dos blocos de torneios da elite mundial], as especificações técnicas serão, e isso já nos ajuda", disse ele.
"Decidi que não vale a pena ficar se irritando, você tem que tentar resolver com o que tiver na mão. Esperar o bloco vir de fora poderia ser muito demorado, mais complicado por causa das burocracias", disse ele, que trabalha com o campeão olímpico César Cielo em São Paulo.
Para aprovar novidades tecnológicas, a Federação Internacional de Natação costuma exigir dos fabricantes a garantia de que nadadores do mundo todo terão acesso ao produto. Mas nem sempre isso ocorre.
Nos Jogos de Pequim, por exemplo, dezenas de atletas tiveram de passar horas em filas para ganhar um exemplar do traje LZR Racer, sensação das piscinas durante este ano.
Enquanto alguns nunca haviam vestido a peça, nadadores de países com polpudos contratos de patrocínio usavam o traje em todas as provas olímpicas e até no aquecimento.
A assessoria da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos não sabe ainda se a entidade receberá exemplares do novo bloco para treinos.
"Se a gente copiar, será bom para toda a natação brasileira. Não sabemos se receberemos a peça para testes nem quantas viriam", afirmou Pinto.
"Vale mais estar bem treinado para fazer uma boa saída e nem precisar do bloco novo ou tentar resolver da nossa maneira. Não sei se a plataforma será usada no Mundial [de Roma, em julho], mas não quero que os atletas sejam surpreendidos como foram com o LZR", afirmou o técnico do Pinheiros.


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