São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2002

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Após CPIs, pessoas do futebol falam, criticam e protestam abertamente

Boca no trombone

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

As CPIs acabaram, o meio do futebol continua cheio de podres, mas ao menos as pessoas estão falando deles mais abertamente.
Técnicos de futebol, desbocados ou diplomáticos, soltaram o verbo contra a organização da Liga Rio-São Paulo. Wanderley Luxemburgo, Oswaldo de Oliveira e Abel Braga protestaram contra o horário dos jogos, os dirigentes e a até a Globo, mesmo podendo receber multa de até R$ 100 mil, segundo o artigo 34 do regulamento do torneio, pelas críticas.
Ricardo Teixeira, presidente da CBF, ridicularizou senador depois de receber apoio público de Joseph Blatter, presidente da Fifa. O folclórico Eurico Miranda (Vasco) espinafrou o Clube dos 13. O discreto Marcelo Teixeira (Santos) fez o mesmo. No Rio, ex-funcionário da federação do Estado dedurou o seu ex-patrão.
O árbitro Alfredo dos Santos Loebeling, em acareação feita pelo auditor do STJD, confirmou ter sido pressionado pelo presidente afastado da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF -Armando Marques interrompeu o depoimento três vezes aos berros.
Os jogadores, outrora humildes, cobram vaga na seleção, seja o falastrão Romário ou o pacato França. Marcos, da seleção, e Rogério, excluído, depõem contra a bola do Rio-SP. ""É a pior dos últimos tempos", diz o segundo, após os protestos do primeiro ao seu maior instrumento de trabalho.
Chistian, do Palmeiras, chegou a tamanha sinceridade nas palavras que disse, em sua apresentação ao clube paulista, que preferia ter jogado no Rio Grande do Sul.
Inúmeras vozes pediram Romário na seleção. Até o ético Carlos Alberto Parreira, ex-técnico da equipe nacional e hoje treinador do Corinthians, crítico da própria diretoria do time. "Quando o Corinthians vai jogar em casa? Esse problema do Pacaembu tem que acabar. Precisamos jogar lá, que é a nossa casa. Agora vamos para Piracicaba. Que vantagem temos?", esbravejou o treinador.
Já no São Paulo, José Dias, o diretor de futebol do clube, chamou o próprio time de ""desleixado".
Agora, tudo está vindo à tona.



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