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Rival na Copa, China "descobre" o jogador brasileiro
DA SUCURSAL DO RIO
Os jogadores brasileiros já estão
sentindo o efeito da classificação
dos chineses para a Copa do
Mundo de 2002.
Em 2001, a China, que será a segunda adversária da seleção no
Mundial, entrou para o grupo dos
dez países que mais importaram
atletas brasileiros.
De janeiro a dezembro do ano
passado, o futebol chinês contratou 16 jogadores brasileiros.
O zagueiro Júnior Baiano, que
disputou a Copa do Mundo de
1998, foi o atleta nacional mais famoso a se transferir para o Oriente. O jogador, que voltou neste
mês para jogar pelo Internacional, atuou pelo Shangai Shenshua
na temporada passada.
Emergente
Com a classificação para a Copa
do Mundo, a China é o mais novo
mercado emergente para os atletas e as empresas de marketing
que trabalham com o futebol.
Com aproximadamente 1,3 bilhão de habitantes, a China tem a
maior população do mundo
-cerca de um quinto da do planeta. Sua economia, que era marcada pelo forte planejamento estatal, experimentou nos últimos
anos um gradual processo de
abertura, com crescimento espantoso, de 8% em 2000 e estimados 7,3% em 2001.
No ano passado, a China entrou
para OMC (Organização Mundial
do Comércio).
Neste ano, a tendência é que
cresça o número de jogadores
transferidos para o futebol chinês.
Em 2001, 20 jogadores brasileiros atuaram no país -12 na Série
A e oito na B. A maioria recebia
cerca de R$ 25 mil mensais.
A cada ano, aumenta a exportação de jogadores brasileiros para
a China. Em 2000, 13 atletas foram
tentar a sorte lá.
Apesar da grandiosidade do
país e dos bons salários pagos pelos principais clubes, os brasileiros têm dificuldades para se adaptar à vida na China.
A principal reclamação dos jogadores é em relação a alimentação, bastante exótica para os padrões brasileiros.
Na China, sopa de cachorro, espetinho de escorpião, barata frita,
rato cozido e feto de avestruz fazem parte do cardápio.
""A comida é muito diferente,
mas sempre que podia conseguia
improvisar alguma comida parecida com a brasileira", disse Júnior Baiano, que foi titular da seleção na Copa de 98.
Recorde de "pé-de-obra"
Além da entrada da China no
ranking dos 10 maiores "investidores", o ano passado foi marcado pelo recorde de exportação de
jogadores brasileiros.
No total, 736 atletas deixaram o
país em 2001.
Portugal foi o país que mais
contratou atletas brasileiros em
2001. Os clubes portugueses, que
mantêm representantes em vários Estados do Brasil, levaram 171
atletas nacionais para defenderem seus clubes.
O Japão ficou em segundo lugar, com 45 jogadores contratados. A Alemanha foi a terceira,
com 41 atletas.
O ranking das exportações também comprova a força do futebol
paulista. O Estado de São Paulo
foi o que mais negociou atletas.
Duzentos e vinte jogadores deixaram os clubes paulistas para jogar
no exterior.
O Rio de Janeiro foi o segundo
Estado, com 122.
O pico de exportação foi agosto.
Naquele mês, 164 atletas deixaram o país.
(SÉRGIO RANGEL)
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