São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2002

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Rival na Copa, China "descobre" o jogador brasileiro

DA SUCURSAL DO RIO

Os jogadores brasileiros já estão sentindo o efeito da classificação dos chineses para a Copa do Mundo de 2002.
Em 2001, a China, que será a segunda adversária da seleção no Mundial, entrou para o grupo dos dez países que mais importaram atletas brasileiros.
De janeiro a dezembro do ano passado, o futebol chinês contratou 16 jogadores brasileiros.
O zagueiro Júnior Baiano, que disputou a Copa do Mundo de 1998, foi o atleta nacional mais famoso a se transferir para o Oriente. O jogador, que voltou neste mês para jogar pelo Internacional, atuou pelo Shangai Shenshua na temporada passada.

Emergente
Com a classificação para a Copa do Mundo, a China é o mais novo mercado emergente para os atletas e as empresas de marketing que trabalham com o futebol.
Com aproximadamente 1,3 bilhão de habitantes, a China tem a maior população do mundo -cerca de um quinto da do planeta. Sua economia, que era marcada pelo forte planejamento estatal, experimentou nos últimos anos um gradual processo de abertura, com crescimento espantoso, de 8% em 2000 e estimados 7,3% em 2001.
No ano passado, a China entrou para OMC (Organização Mundial do Comércio).
Neste ano, a tendência é que cresça o número de jogadores transferidos para o futebol chinês.
Em 2001, 20 jogadores brasileiros atuaram no país -12 na Série A e oito na B. A maioria recebia cerca de R$ 25 mil mensais.
A cada ano, aumenta a exportação de jogadores brasileiros para a China. Em 2000, 13 atletas foram tentar a sorte lá.
Apesar da grandiosidade do país e dos bons salários pagos pelos principais clubes, os brasileiros têm dificuldades para se adaptar à vida na China.
A principal reclamação dos jogadores é em relação a alimentação, bastante exótica para os padrões brasileiros.
Na China, sopa de cachorro, espetinho de escorpião, barata frita, rato cozido e feto de avestruz fazem parte do cardápio.
""A comida é muito diferente, mas sempre que podia conseguia improvisar alguma comida parecida com a brasileira", disse Júnior Baiano, que foi titular da seleção na Copa de 98.

Recorde de "pé-de-obra"
Além da entrada da China no ranking dos 10 maiores "investidores", o ano passado foi marcado pelo recorde de exportação de jogadores brasileiros.
No total, 736 atletas deixaram o país em 2001.
Portugal foi o país que mais contratou atletas brasileiros em 2001. Os clubes portugueses, que mantêm representantes em vários Estados do Brasil, levaram 171 atletas nacionais para defenderem seus clubes.
O Japão ficou em segundo lugar, com 45 jogadores contratados. A Alemanha foi a terceira, com 41 atletas.
O ranking das exportações também comprova a força do futebol paulista. O Estado de São Paulo foi o que mais negociou atletas. Duzentos e vinte jogadores deixaram os clubes paulistas para jogar no exterior.
O Rio de Janeiro foi o segundo Estado, com 122.
O pico de exportação foi agosto. Naquele mês, 164 atletas deixaram o país. (SÉRGIO RANGEL)


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