São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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Placar sem gols enerva o Corinthians

Defensores quase vão aos tapas no empate contra o Mirassol, o terceiro 0 a 0 consecutivo do time de Mano Menezes

Corinthians 0
Mirassol 0

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise do ataque do Corinthians contaminou o time todo.
Ontem, durante o terceiro 0 a 0 seguido do time alvinegro, os jogadores mostraram nervosismo, a ponto de o zagueiro Chicão e o lateral Coelho quase se agredirem em campo.
O empate contra o Mirassol fez a equipe do técnico Mano Menezes completar 270 minutos, não contabilizados acréscimos, sem balançar as redes.
Isso depois de o treinador barrar Finazzi, fora de forma, para pôr Lima, que não atuava desde novembro de 2006. E de manter Acosta, outro que está sem ritmo ideal e ontem novamente teve atuação ruim.
"Claro que é preocupante passar três jogos sem marcar. Mas hoje ao menos criamos chances. Faltou o detalhezinho", explicou Mano.
"Mas eu disse que a última parte de montagem de uma equipe é a ofensiva. E isso leva tempo", justificou o técnico.
Segundo o Datafolha, o Corinthians fez 20 finalizações na partida, mas só quatro no alvo.
"A verdade é que estamos lentos de raciocínio e execução", falou o técnico.
O Corinthians, mesmo em ritmo lento, aos poucos foi envolvendo o rival. Principalmente pelo lado direito, com Alessandro, Coelho e Dentinho. Por ali surgiram as melhores chances de gol. O atacante corintiano, aliás, era o único que conseguia produzir algo diferente.
Dos pés dele saíram dribles desconcertantes e chutes perigosos. O mesmo não se pode dizer da dupla Acosta e Lima, que nitidamente está longe de suas melhores condições físicas.
O uruguaio até se movimentou um pouco mais ontem, jogando a maior parte do tempo como meia. Já o substituto de Finazzi, que estava havia 403 dias sem jogar, participou muito pouco da partida, disputada sob um calor de 32C.
Quem organizou mesmo o time na primeira etapa foi Alessandro, que teve bom desempenho na partida. "O calor está muito forte, com isso o rendimento físico diminui, não tem jeito", disse ele no intervalo, justificando o futebol mediano da equipe no primeiro tempo.
O calor continuou na etapa final, mas Lima não. Com a entrada de Herrera, Acosta passou a jogar como centroavante.
A inspiração, porém, não veio. Mano mexeu de novo. E foi vaiado ao trocar Dentinho (que pediu para sair, com dor no ombro) por Lulinha.
E o Mirassol, de vez em quando, levava perigo. Aos 20min, o árbitro, para a alegria dos atletas, parou o jogo para a "reidratação" das equipes. Os três minutos de desejada água e as instruções de Mano não deram fôlego novo aos corintianos.
Na verdade, o clima esquentou em campo. Em uma falta cometida por Chicão, o zagueiro corintiano reclamou com Coelho, que levou um drible do jogador do Mirassol.
Os dois discutiram e, não fosse a intervenção do capitão William, teriam se agredido fisicamente. O zagueiro levou amarelo, o terceiro, e não enfrenta o Barueri na quarta-feira.
A torcida gritou o nome de Chicão e xingou Coelho, que, em seguida, foi substituído por Éverton Ribeiro e deixou o gramado sob vaias. Como o resto do time após o apito final.


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