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Placar sem gols enerva o Corinthians
Defensores quase vão aos tapas no empate contra o Mirassol, o terceiro 0 a 0 consecutivo do time de Mano Menezes
Corinthians 0
Mirassol 0
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise do ataque do Corinthians contaminou o time todo.
Ontem, durante o terceiro 0 a
0 seguido do time alvinegro, os
jogadores mostraram nervosismo, a ponto de o zagueiro Chicão e o lateral Coelho quase se
agredirem em campo.
O empate contra o Mirassol
fez a equipe do técnico Mano
Menezes completar 270 minutos, não contabilizados acréscimos, sem balançar as redes.
Isso depois de o treinador
barrar Finazzi, fora de forma,
para pôr Lima, que não atuava
desde novembro de 2006. E de
manter Acosta, outro que está
sem ritmo ideal e ontem novamente teve atuação ruim.
"Claro que é preocupante
passar três jogos sem marcar.
Mas hoje ao menos criamos
chances. Faltou o detalhezinho", explicou Mano.
"Mas eu disse que a última
parte de montagem de uma
equipe é a ofensiva. E isso leva
tempo", justificou o técnico.
Segundo o Datafolha, o Corinthians fez 20 finalizações na
partida, mas só quatro no alvo.
"A verdade é que estamos
lentos de raciocínio e execução", falou o técnico.
O Corinthians, mesmo em
ritmo lento, aos poucos foi envolvendo o rival. Principalmente pelo lado direito, com Alessandro, Coelho e Dentinho. Por
ali surgiram as melhores chances de gol. O atacante corintiano, aliás, era o único que conseguia produzir algo diferente.
Dos pés dele saíram dribles
desconcertantes e chutes perigosos. O mesmo não se pode dizer da dupla Acosta e Lima, que
nitidamente está longe de suas
melhores condições físicas.
O uruguaio até se movimentou um pouco mais ontem, jogando a maior parte do tempo
como meia. Já o substituto de
Finazzi, que estava havia 403
dias sem jogar, participou muito pouco da partida, disputada
sob um calor de 32C.
Quem organizou mesmo o time na primeira etapa foi Alessandro, que teve bom desempenho na partida. "O calor está
muito forte, com isso o rendimento físico diminui, não tem
jeito", disse ele no intervalo,
justificando o futebol mediano
da equipe no primeiro tempo.
O calor continuou na etapa
final, mas Lima não. Com a entrada de Herrera, Acosta passou a jogar como centroavante.
A inspiração, porém, não
veio. Mano mexeu de novo. E
foi vaiado ao trocar Dentinho
(que pediu para sair, com dor
no ombro) por Lulinha.
E o Mirassol, de vez em quando, levava perigo. Aos 20min, o
árbitro, para a alegria dos atletas, parou o jogo para a "reidratação" das equipes. Os três minutos de desejada água e as instruções de Mano não deram fôlego novo aos corintianos.
Na verdade, o clima esquentou em campo. Em uma falta
cometida por Chicão, o zagueiro corintiano reclamou com
Coelho, que levou um drible do
jogador do Mirassol.
Os dois discutiram e, não fosse a intervenção do capitão William, teriam se agredido fisicamente. O zagueiro levou amarelo, o terceiro, e não enfrenta o
Barueri na quarta-feira.
A torcida gritou o nome de
Chicão e xingou Coelho, que,
em seguida, foi substituído por
Éverton Ribeiro e deixou o gramado sob vaias. Como o resto
do time após o apito final.
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