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Após sopros, Lenny recebe mordidas
Com 4 gols em 5 jogos, um dos artilheiros do Palmeiras no ano gera críticas de Luxemburgo, que o elogiara um dia antes
"Ele tem de lembrar de jogar bola", afirma treinador, que comparou badalação atual em cima do atleta à recebida no Fluminense há três anos
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de marcar três gols no
mesmo jogo e garantir a vitória
do time, nada de tapinhas nas
costas ou elogios. Foi com críticas pesadas do técnico Vanderlei Luxemburgo que o atacante
Lenny viveu seu day after à melhor atuação pelo Palmeiras.
"Preocupou-me muito o pós-jogo de ontem. Ele fez três gols,
mas isso não significa absolutamente nada", disparou Luxemburgo, antes de viajar com o
restante da delegação para a
Bolívia, onde a maior parte do
grupo já está desde sexta-feira.
O treinador utilizou como
exemplo o confronto válido pelas quartas-de-final da Copa do
Brasil de 2006, quando Lenny,
então com 18 anos, marcou um
gol de muita plástica com a camisa do Fluminense nos 3 a 2
ante o Cruzeiro, no Mineirão.
Tido como uma das boas promessas da época, Lenny se
transferiu para o futebol português no ano seguinte. Lá, acabou sumindo do mapa, até ser
trazido de volta ao país pelo
Palmeiras no começo de 2008.
"Vi ele hoje muito parecido
com o Lenny de anos atrás. Tomara que ele tenha equilíbrio,
senão vai ficar no meio do caminho", afirmou Luxemburgo.
As declarações do treinador
causaram surpresa, ainda mais
depois dos elogios que ele próprio fizera ao jogador logo após
o triunfo por 3 a 2 sobre a Ponte
Preta, em Campinas.
Lenny se consagrou no estádio Moisés Lucarelli quando
converteu o pênalti, já aos
44min do segundo tempo, que
decretou o placar final.
Luxemburgo chegou a fazer
um mea-culpa por não ter dado
tantas chances ao jovem atacante, já que quase sempre optava pelo veterano Denílson.
O que parece ter desagradado ao treinador foi a badalação
em torno de um dos artilheiros
do time na temporada -Keirrison e Cleiton Xavier também
fizeram quatro gols cada um.
Alvo de piadas dos colegas de
time pela seca de gols em 2008,
Lenny aproveitou o momento
para descontar no goleiro Marcos. O arqueiro costumava dizer que não encontrava um gol
marcado por ele no YouTube.
"O Marcos não sabe nem mexer no computador, é o Bruno
[goleiro reserva] quem entra no
computador pra ele", brincou o
atacante, ontem, no aeroporto,
cercado por fotógrafos e fãs -a
maioria formada por mulheres- pedindo o seu autógrafo.
Depois de passar 33 partidas
sem marcar em 2008, Lenny já
anotou quatro vezes em 2009.
Uma de suas declarações habituais desde então se refere à
enxurrada de críticas que recebeu e sobre como foi duro atuar
no clube durante a má fase.
O fato é que ele sempre conviveu com o apoio quase solitário de Luxemburgo, já que muita gente dentro do clube queria
a sua saída, e ao mesmo tempo
era o alvo predileto do treinador durante os treinamentos.
Levava pito até nos acertos.
"Ele tem de lembrar de jogar
bola, senão vai ficar quatro, cinco anos sem aparecer de novo",
afirmou ontem Luxemburgo,
que revelou não ter conversado
com o camisa 19 depois da vitória de anteontem pelo Paulista.
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